sábado, dezembro 28, 2013

INTEGRALISMO. FASCISMO. NAZISMO. ANALOGIAS E CONTRASTES.

A.Machado Paupério e J. Rocha Moreira

(...)
Não se veja, entretanto, no Integralismo, um fascismo ou um nazismo mascarado, como o apontam os liberais e os comunistas.
O Integralismo, consoante suas analogias com o fascismo e o nazismo, deles se afasta, entretanto, em certos pontos, de modo radical, sabendo-se condicionar, quando procura resolver os problemas brasileiros, ao ambiente e às necessidades nacionais.
Vejamos em que se pode identificar de um modo geral o Integralismo com os movimentos nacionalistas europeus:
a)         Pelo espírito de reação espiritualista, pelo qual se procura combater o vírus materialista que tem avassalado as novas gerações e tirado da alma do povo toda a capacidade idealista e construtora. Reação de caráter espiritualista, do fascismo e do nazismo, afasta-se, entretanto, o Integralismo por não aceitar os princípios de absorção estatal e racial que estão levando aqueles regimes à paganização.
b)         Pelo espírito de reação nacionalista, pelo qual se procura processar o combate ao internacionalismo bolchevista desnacionalizante. Por espírito nacionalista, não se entenda, porém, exclusivismo jacobino. Seria absurdo. O Integralismo, “ao invés de internacionalista” acha, como diz magistralmente Gustavo Barroso, que “o homem deve ser equilibradamente, regionalista, pelo seu amor ao pequenino canto e ao limitado número de pessoas de seu berço, patriota, pelo alargamento inteligente de seu sentimento sobre a terra do país natal, comungando com o meio físico e étnico nos mesmos interesses e nos mesmos sentimentos; universalista pela irmanação do seu espírito ao grande espírito da espécie, ao sentimento comum da Humanidade de que participa. Ser somente regionalista é um erro, ser somente patriota, outro e ser somente universalista, outro. É necessário ser suficientemente os três. Porque nenhum deles bem entendido colide com os outros e todos levam à mesma ascensão espiritual”. (1)
c) Pelo espírito de reação anti-individualista, pela qual se combate o espírito desagregador e atômico da atual sociedade burguesa. O Integralismo pretende ser uma democracia social, de modo a acabar com o absolutismo do indivíduo. Por isso, defende, como o fascismo, a organização corporativa da sociedade e a implantação do Estado Corporativo de base integral e orgânica, defendendo também, como o fascismo, o princípio da economia dirigida, único meio eficaz de levantar economicamente a nação e de acabar com o antagonismo e a luta de classes, criada pelo liberalismo econômico.
Não obstante os grandes pontos de contato com o regime fascista, regime nacionalista por excelência, dele diferencia-se, entretanto, o Integralismo de modo radical quanto ao seu regime de governo e à sua concepção de Estado.
Quanto ao regime governamental, o Integralismo, ao contrário do que se dá com o Fascismo, apresenta caráter democrático, através embora de sua nova organização corporativa. Enquanto no Fáscio são os representantes sindicais escolhidos mediante indicação do Estado, no nosso Integralismo são os próprios sindicatos, as próprias federações e as próprias corporações que elegem pelo voto os seus representantes ao governo da Nação. Mantemos assim a forma republicana do país, em oposição flagrante à forma governamental italiana. À centralização política opomos mais, em contraste com a Itália, a descentralização administrativa, mantendo assim a autonomia dos municípios, dentro da Federação. E para integrar todos os elementos nacionais no governo do país, reconhecemos ainda, além da representação econômica, a representação política técnica.
Não é, porém, pelo regime governamental, que mais se afasta o Integralismo do Fascismo, mas, sobretudo pela sua concepção de Estado.
O fascismo apresenta uma tendência imanente ao estatismo ou ao que Pio XI chamou estatolatria.
Reagindo contra o Estado liberal impotente, caiu o Fáscio no exagero que deveria ter evitado: tornou-se totalitário.
“Nada fora do fascismo” – “Tudo dentro do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado”, é a afirmação categórica de Mussolini.
A concepção do Fáscio parece ter feito do Estado um verdadeiro tabu, um verdadeiro absoluto.
Rocco, o próprio ministro da Justiça da Itália, não esconde esse espírito de absorção estatista do regime quando faz a apologia da absorção do indivíduo pela sociedade.
“Os velhos sistemas, diz ele, ignoravam que os indivíduos tomados isoladamente têm um valor quase nulo, apesar disto ser uma realidade na vida social” e noutro ponto: “a sociedade deve ser considerada na continuidade da sua existência que ultrapassa a dos indivíduos, elementos transitórios. Ao predomínio do indivíduo sobre a sociedade, substituiu-se o predomínio da sociedade sobre o indivíduo”. (2)
Por certo negamos a concepção de Rocco. Se rejeitamos o predomínio do indivíduo sobre a sociedade, também rejeitamos o predomínio da sociedade sobre o indivíduo. O absolutismo social parece-nos tão perigoso quanto o absolutismo individual. A sociedade, à luz de uma concepção integral, não é um fim em si, mas um meio pelo qual o indivíduo deve atingir a plenitude. A sociedade não pode, portanto, absorver o indivíduo: deve-lhes mesmo respeitar os direitos inerentes à sua qualidade de pessoa humana. (3) O Estado cristão deve ser até, como diz Maritain, “tão fundamentalmente anti-individualista quando fundamentalmente personalista”. (4)
Só assim, livrar-se-á ele do individualismo liberal e do estatismo totalitário, absorvente da personalidade.
O fascismo, tirando, por exemplo, da família a faculdade da educação dos filhos e tolhendo a liberdade de associação religiosa, como aconteceu por ocasião do fechamento das associações católicas da juventude, mostra-nos à evidência o caráter absorvente do Estado italiano que devemos a todo transe combater. Esse caráter, que se tornou um verdadeiro endeusamento do Estado, fez do fascismo uma verdadeira religião. Não somos nós quem o afirmamos. É o próprio Gentizou, num dos seus notáveis telegramas ao “Temps”:
“Com o fascismo, nasceu na Itália uma nova religião. Na verdade, nada tem de eclesiástica. É até uma religião civil, pode dizer-se, mas que não deixa, por isso, de ter um culto completo. A divindade é a Pátria, não aquela que os teólogos constantemente têm colocado no céu, a Pátria celeste, mas a terrestre e transitória do homem. A veneração que lhe manifestam comporta uma completa terminologia sagrada. Lede os jornais fascistas, em todas as páginas aparecem às expressões: Itália santa, Itália divina. Os mortos pela Pátria ou na Revolução dos Camisas negras são os mártires dum ideal de que eram os apóstolos. Em sua homenagem erguem-se altares, acendem-se chamas votivas, celebram-se ritos, etc. Fala-se dos lugares santos da Pátria e os novos obedecem a decálogos e a credos que, bem entendido, nada têm que ver com os dez mandamentos da Lei de Deus. Essa curiosa transferência do estilo litúrgico para o campo profano dos sentimentos, dos fatos e dos acontecimentos de caráter civil chega a ter efeitos ainda mais singulares. Um dia é uma revista encarregada de espalhar pelo mundo a ideia italiana, que intitula um dos seus artigos de propaganda fide. Noutra ocasião é um jornal de província que qualifica o Duce de nosso deus, o deus duma magnífica fé que tem os seus mártires, os seus confessores e os seus heróis”. (5)
O fascismo tornou-se, assim, uma verdadeira religião, em tudo digna do naturalismo do século.
Um dos lugares-tenentes do Duce, Bottaï, ministro das Corporações, dizia-o ainda recentemente:
“Assim como um católico não discute os dogmas da sua fé, também nós não discutimos os dogmas do nosso credo fascista”. (6)
Aliás, “Mussolini tem sempre razão”, já o dizia um dos mandamentos do miliciano fascista.
Fetichismo intolerante e intolerável, talvez necessário para uma nova divinização do Estado, à maneira do antigo império romano.
Aliás, parece que a alma imperialista da Roma dos Césares refloresce novamente no espírito da Itália Nova. A águia romana na morreu. Parece mesmo perdurar através da orientação criminosamente guerreira que a Península vem dando à educação de seus folhos.
Já o próprio Mussolini, em discurso pronunciado em 25 de Maio de 1929, ousava dizer: “Não podemos renunciar a essa educação a que daremos, finalmente, o verdadeiro nome, pois nos repugna a hipocrisia: a educação guerreira, a palavra não nos deve assustar”. (7)
Até a apologia da guerra parece fazer-se. Pelo menos, num discurso dirigido aos novos, dizia o ministro da instrução pública, em 25 de Março de 1928:
“Ah! Como será bela a guerra que vós fareis, a guerra na qual sentireis dentro de vós e atrás de vós toda a Itália unida, que vos ajudará, vos acompanhará e vos beijará a fronte, em recompensa da vossa vitória!”. (8)
Em lugar da concórdia e da confraternização, chega-se a elogiar o próprio ódio. Assim, falando aos estudantes da Universidade de Pádua, diz-lhe o professor Bodrero, vice-presidente da Câmara dos Deputados e antigo vice-ministro da Instrução Pública: “Há uma virtude que deve ser o vosso estimulante, que deve ser a chama da vossa juventude e essa virtude chama-se ódio”. (9)
Evidentemente não podemos bater palmas a essa culposa orientação com que se prepara à geração italiana de amanhã.
A própria infância foi militarizada. A organização dos Balilas constitui, por assim dizer, uma organização pré-militar. Desde cedo se adestra, assim, a criança no manejo das armas de que receberá até exemplares artificiais. O gênio guerreiro parece invadir a Itália Nova.
De modo nenhum justificamos “esse espírito que prepara as crianças para a conquista e forma os conquistadores”, espírito censurado pelo próprio Papa em discurso público de 14 de Maio de 1929.
(...) Sob o influxo do Cristianismo, pugnamos por uma educação mais racional, mais pacífica e, sobretudo mais humana.
Nesse ponto de vista, coloca-se o Integralismo, dentro de sua concepção orgânica e espiritualista da vida.
A crítica que fizemos ao Estado fascista, estendemos ao Estado nazista, cujo espírito totalitário se denota ainda de modo muito mais intenso e revoltante.
Ao totalitarismo de Hitler acresce, porém ainda, na Nova Alemanha, a política racista, de fundo profundamente materialista e anticristão.
Baseado numa pretensa superioridade do ariano, proclamada pelas teorias, hoje caducas, de Chamberlain e Gobineau (10), desencadeou o nazismo a luta racial, movendo contra todos os não arianos a mais acentuada e ignóbil campanha.
Nós, graças a Deus, não temos preconceitos de raça. À luz da comunhão cristã, não distinguimos pigmentos nem caracteres cranianos.
Somos mesmo o produto do caldeamento de três raças (branca, negra e indígena) que se fundiram e que permanecem ainda em continuada evolução. Não temos ainda um tipo brasileiro. Além disso, povo novo, não podemos ainda dispensar o concurso imigratório. Mister é povoarmo-nos, se queremos a nossa vida e a nossa grandeza.
Por tudo isto, e principalmente pelo ideal cristão que nos anima, jamais fizemos campanha racista. À diferença étnica opomos a igualdade espiritual de todos os homens.
Brancos e negros, caboclos e mamelucos, jagunços e caudilhos, todos são brasileiros, capazes de cooperar com a sua parcela de esforço, de coragem e de dedicação na obra de reconstrução da Pátria.
Se o índice étnico os separa, o espírito os irmana.
Dentro do nosso caráter cristão não há lugar para antagonismos e preconceitos raciais. Esse caráter que se revela a cada passo na concepção do Integralismo é o grande motivo de sua superioridade e de sua vitória.
Quando morrer a civilização da velha Europa e se realizar o sonho de Keiserling, através da grandeza da Nova América, será esse caráter para o mundo o despertar de novas energias, sob o influxo das quais talvez se abrande o paganismo hodierno dos povos decrépitos. Pois, como diz Plínio, “enquanto os demais povos se movimentam no sentido do Estado Forte, nós vamos mais longe, porque desejamos o Estado Integral, que contém todas as forças e representa o equilíbrio perfeito.
“O Estado Forte é a transição para o Estado Integral. Um dia, a Europa virá aprender com o Brasil.
“Do Continente Sul-Americano sairá à palavra de ordem. Essa palavra é a mesma que está realizando o maior movimento do mundo atual, como extensão geográfica e o mais profundo como significação cultural e espiritual.
“No limiar do século XX, alvorece a Civilização Atlântica. É a voz da América pela voz da Pátria Brasileira”. (11)

NOTAS:
1 -  Gustavo Barroso – O QUE O INTEGRALISTA DEVE SABER.
2 - G. Roux – ORGANIZAÇÃO DO ESTADO NOVO ITALIANO.
3 - No homem distinguimos o indivíduo e a pessoa. Como indivíduo, isto é, como átomo do organismo social, deve o homem subordinar-se à sociedade, sacrificando mesmo o seu bem individual ao bem superior da coletividade. Como pessoa, porém, isto é, como realidade espiritual individuada e distinta, é o homem dotado de direitos imprescritíveis e inalienáveis que devem ser, por certo, respeitados pelo Estado.
4 - Jacques Maritain – TROIS RÉFORMATEURS.
5 - G. Roux – Op. Cit.
6 - G. Roux – Op. Cit.
7 - G. Roux – Op. Cit.
8 - G. Roux – Op. Cit.
9 - G. Roux – Op. Cit.
10 - O racismo apoia-se, sem dúvida, sobre teorias passadistas e unilaterais. Hoje reconhece a ciência moderna que não é a raça o único fator concorrente da superioridade de um povo. Inúmeros outros fatores (e entre eles o geográfico, o histórico, o econômico, o educacional, o religioso, etc.) concorrem, além, além do índice étnico, para essa superioridade.
11 - Plínio Salgado – A QUARTA HUMANIDADE.

A.Machado Paupério J. Rocha Moreira: “Introdução ao Integralismo”. Rio de Janeiro, Record, s/d. Transcrição das págs. 169 até 182.

terça-feira, dezembro 10, 2013

O pavor que o Integralismo causa nos meios vermelhos*

S.A.I.R. D. Bertrand de Orléans e Bragança em amena conversa com o renomado Escritor Paulo Le Chevalier


Paulo Le Chevalier**

Os esquerdistas estão pavorosos pelo fato de suas bandeiras políticas terem sido duramente rechaçadas pelo povo nos manifestos atuais que sacodem o Brasil. Fora a possibilidade disso ser um golpe armado pelo Partido dos Trabalhadores, a verdade é que a esquerda saiu desgastada desse processo. Mas em vez da autocrítica, a mesma preferiu achar um bode expiatório para seu rotundo fracasso: o Integralismo.

Várias são as charges que saem pela Internet mostrando o repúdio da Esquerda pelo Integralismo. Mas isso não é à toa. Os comunistas, anarquistas, socialistas, socialdemocratas e afins são bons de memória. Sabem perfeitamente que o Integralismo os derrotou em 1935 e 1964, quando tentaram dar um golpe no Brasil e o bolchevizar. Nas duas situações, destaque para Olympio Mourão Filho- capitão em 1935, e general em 1964- que arregimentou suas tropas para conter Luís Carlos Preste e João Goulart respectivamente. Portanto a esquerda ainda teme, mesmo que com poucas chances de consolidação, uma reação integralista em massa contra suas insanidades políticas.

Mas outros fatores também devem ser levados em conta para se entender o medo anti-integralista da Esquerda. E eles são basicamente dois: econômicos e nacionais.

1) Econômicos:
O Integralismo possui uma visão econômica pautada na Doutrina Social da Igreja. Portanto defende valores que são audíveis ao povo brasileiro: função social da propriedade, justiça social, cooperativismo, reforma agrária etc. O Integralismo, assim como as correntes conservadoras latinas paridas da atividade intelectual de Juan Donoso Cortés, não carregam consigo o discurso nauseabundo e elitista dos liberais, que é claramente antipático ao povo brasileiro. Dessa feita, os esquerdistas temem muito mais movimentos como o Integralismo que o Liberalismo Econômico. O primeiro é uma alternativa, entre outras, ao Bolchevismo, enquanto o segundo pavimenta o caminho para o Totalitarismo Vermelho.

2) Nacionais:
O Integralismo tem uma visão de Brasil necessária e importante. Entende Nossa Nação como mescla das três etnias-mores que lhe deram formato sócio-histórico: ameríndia, branca portuguesa e negra africana. Portanto  defende a integração do povo nacional, sem ressentimentos históricos e “lutas de raças”.  Nada mais contrário ao Comunismo! Além disso, o Civismo proposto pelo Integralismo é de causar arrepio em qualquer marxista. Portanto o Nacionalismo Integralista, que é sadio e unificador, é uma resposta de reprovação ao Internacionalismo Vermelho, que visa causar cizânias sociais para se consolidar.

Por essas e outras que a Esquerda tem ridicularizado o Integralismo. Mesmo que seja difícil o movimento liderado por Plínio Salgado na década de 1930 conseguir o sucesso daquele momento histórico, a esquerda não cessa de acusá-lo por tudo que não presta em nossa Nação. Mas quem pedirá coerência de incoerentes em si?


** O Autor NÃO é Integralista. Conhecido geógrafo maranhense, administra o excelente e combativo Blog "Paulo Le Chevalier", cuja leitura esclarecedora recomendo.
 

sábado, agosto 31, 2013

O CONCEITO CRISTÃO DE DEMOCRACIA NA OBRA DE PLÍNIO SALGADO

O Magnífico Reitor Euro Brandão


Euro Brandão*.

O anseio em formular e obter uma verdadeira democracia perpassa toda a vida de Plínio Salgado, seja em suas mais de sessenta obras publicadas, seja em toda a pregação que se estendeu por todo o solo da Pátria.

 É hoje frequente ouvir-se a observação de que a democracia, apesar de seus defeitos, é a melhor forma de governo. Há nisso uma grande parcela de verdade, e se dizemos parcela, é porque há democracia e democracia. Há contradições democráticas, como bem conhecemos. Até a pouco, as denominadas “democracias populares” não eram mais que férreas ditaduras do socialismo real. Há democracias que se restringem ao uso do voto universal, mas nada produzem em favor do cidadão. Muitas vezes a democracia é substituída pelo democratismo, que é uma aparência enganosa de valorização da sociedade, mas, no fundo, é uma manipulação engendrada por grupos interesseiros e beneficiários.

A vivência de cada dia se põe diante de nossos olhos, vivendo que estamos num regime dito democrático, uma interminável série de motivos de descrédito e de frustração.

Ressalta desde logo a desconexão da atuação governamental, a anteposição de grupos contraditórios dentro da mesma estrutura publica, a confusão das ideias e das diretrizes adotadas nos vários órgãos de governo, ou mesmo entre os poderes, criando-se a instabilidade e o desajuste social.

Os casos de corrupção se sucedem e, ainda que se possa admitir que seriam aqui e ali inevitáveis, é inaceitável sua quase institucionalização nos mais variados extratos de manuseio da coisa publica.

Outro aspecto ameaçador é o risco permanente de se recair numa ditadura. A História apresenta vários casos de acesso ao poder pelo voto popular, sem a existência de um substractum garantidor da índole nacional.

No Brasil tivemos recentemente esse caso estarrecedor de um presidente da republica vir a sofrer impedimento, acobertado embora pela enorme acolhida que tivera dos seus eleitores.

Cabe a pergunta: Onde está o erro? Onde fica a valorização da vida nacional?

E o atendimento as necessidades essenciais das pessoas e das famílias? Onde está isso equacionado nessa conceituação democrática meramente eleitoreira?

Nos tempos de hoje a palavra democracia está assim totalmente desvirtuada, o mesmo acontecendo com a palavra amor, com a palavra liberdade, com a expressão realizar-se na vida. Por liberdade, essa valiosa e imprescindível faculdade humana, entende-se muitas vezes por liberalidade, fazer-se o que bem se entenda, sem observar os princípios éticos ou valorativos da pessoa humana.

E amor? Já não é a doação em beneficio do amado, o querer bem mesmo com sacrifício, mas o exercício do egoísmo e do prazer.

Jovens que manifestam desejo de alcançar plena realização em suas vidas, não se perguntam a razão de sua existência, mas olham apenas a posse de bens e a conquista de fama e poder.

Plínio Salgado, com seu gênio, suas meditações e estudos, com sua experiência e acuidade política, percebeu que era preciso propor uma democracia que correspondesse aos verdadeiros anseios humanos, uma democracia que servisse ao homem, de dignificá-lo, em vez de minimiza-lo, de engana-lo.

Era preciso começar pela pergunta: o que é o Homem?

Em sua obra O Conceito Cristão de Democracia, condensando o que proclamou em tantas outras oportunidades, Plínio apresenta o tema de forma lapidar.

O primeiro ponto fundamental é este questionamento básico: o homem é pura matéria, escravizado às leis determinísticas da natureza, sem perspectiva de vida transcendente? Ou admite-se que tenha alma imortal e tenha recebido potencialidades espirituais, como o livre-arbítrio, a dignidade de filho de Deus, a capacidade para o exercício das virtudes?

O materialismo (ou seja, a negação de Deus) e o agnosticismo (correspondendo à indiferença perante o problema da existência ou não de Deus) constituem opções aceitas consciente ou inconscientemente, em oposição à concepção espiritualista da vida e do mundo.

Afastada a ideia de Deus, o Homem se preocupou no século XIX, e em grande parte do nosso século, com a crença do que a Ciência, a grande conquista humana, resolveria todos os problemas da humanidade. Esse mito científico, cujo perigo alguns pensadores já haviam pressentido, encontra em Plínio Salgado um critico esclarecido.

Negada a existência de Deus e a imortalidade da alma, resta para o homem seu destino biológico. Subordinado às leis da matéria, destrói-se a noção de livre-arbítrio e, por conseguinte, o senso de responsabilidade. Fica valendo apenas o usufruto de todos os bens possíveis.

Instala-se uma grande contradição no mundo materialista. Pretensos reformadores da sociedade usam suas ideias e ideologias que, em última análise, são frutos de livre escolha, logo valores do espírito,  para pretenderem impor estruturas e soluções materialistas, logicamente desprovidas de espiritualidade!

Bem assevera Plínio Salgado: “Antes, entre a virtude e o pecado, o homem podia escolher livremente, e a isso chamavam escravidão; agora, o homem deve conformar-se com a fatalidade das condições inerentes à sua estrutura física e aos desígnios da espécie, e a isso chamam liberdade”.

            Não é de se admirar, portanto, que, junto com o atual procedimento que se conhece como democracia, em todos os países onde ela é assim praticada, se instaure paralelamente o economicismo, o pansexualismo, a indisciplina, a injustiça social e a queda dos valores morais na sociedade.

Essa decadência progressiva dos valores humanos vai se processando sutilmente, não oferecendo luta aberta ao sentimento religioso, mas criando uma rede de dificuldades a que ele se desenvolva, propondo um conformismo perante a mecânica avassaladora do determinismo materialista. A pregação da transigência, do pluralismo e do modernismo, mal formulados, conduzem as mentes para o desbotamento continuado dos valores do Espírito.

Tivemos recentemente e a queda do muro de Berlim, o desmoronamento do império do materialismo declarado, e a euforia de que teremos uma era de democracia salvadora. Porém, Plínio Salgado, muito ante, já havia alertado: “Considero o materialismo nietzschiano e o marxista menos perigosos do que o agnosticismo, pois o verdadeiro materialista não é o que nega, mas o que não afirma nem nega. Aquele que nega persegue-nos, odeia-nos e mata nosso corpo; mas aquele que não nega nem afirma oferece-nos a paz e mata nossa alma”.

A organização harmônica da sociedade não dispensa a existência de um clima de elevação da alma que forneça padrões para o funcionamento adequado da estrutura social. Por isso insistiu tanto Plínio Salgado no estabelecimento de princípios que pudessem dar geração a programas de desenvolvimento e aperfeiçoamento social.

A verdadeira democracia, essa que possa ter realmente soluções para os problemas do homem e da sociedade, só pode ser decorrente de uma concepção de vida e da propugnação pela dignidade do Homem. “Qualquer sistema que seja provindo da vontade da multidão inconstante, da massa e não do povo, será joguete fácil nas mãos de quem quer explore seus instintos e impressões...” (Pio XII, citado por Plínio Salgado).

No mundo de hoje, diante da ocorrência do fenômeno da secularização, alastrou-se um processo, a ser revertido, que procura rejeitar sistematicamente o sentimento religioso na organização social, qualquer que seja a confiança de fé, notadamente a cristã, fundamento de nossa nacionalidade. A primeira consequência é que as normas éticas passam a ser meros dispositivos eventuais, estabelecidas pela moda, sejam legais, contratuais ou meramente formais. Perde-se toda a força da convicção e da motivação de natureza superior. Ora, a verdadeira moral só tem sentido se for muito mais que uma convenção ou uma ideologia, tem que ser algo vinculado substancialmente à natureza transcendente do Homem, ao sentido de sua vida que lhe deu o Criador.

Pela aceitação do materialismo prático (que pode ser, também, ter religião, mas não cumprir o que dizem professar), cabem todas as atitudes que levam às ambições e à prevalência dos instintos. No entanto, - o que vemos? -, muitos professores em suas cátedras, jornalistas em seus órgãos de comunicação, próceres políticos em seus pronunciamentos se envergonharem de testemunhar sua fé em Deus e, mais do que isso, de dar consequência efetiva, na atuação publica, de sua crença no destino eterno. E se policiam para não incorrerem no que consideram um erro: “onde já se viu misturar Deus com Política?” Seria, segundo eles, politicamente incorreto.

O resultado é a ocorrência acentuada das mazelas sociais, já que se subtrai o fundamento básico da própria existência humana. Constrói-se uma democracia para um outro ser humano, não esse que Deus criou, e a quem deus tantas potencialidades e um destino transcendente.

Como, entretanto, o sentimento do eterno é inato no Homem, diante dessas imposições da mentalidade reinante, só restam duas saídas: ou considerar a religião como algo de exclusivo foro íntimo que não deve ser levada em conta no plano político, ou, para enganar a consciência, adotar um agnosticismo vago, eivado de superstição, fantasia e misticismo inconsequente.

Isso para não falar dos que usam a religião em proveito próprio nas vésperas das eleições.

Não se aceitando a verdade provinda da Revelação Cristã, aplicando-a a realidade social, é mister adotar outro critério de certo ou errado. A democracia materialista aceita a regra da maioria. O maior número de votos tem prevalência sobre a verdade, ou melhor, passa a ser a verdade. Se a maioria votar que a soma dos quadrados dos catetos não é o quadrado da hipotenusa, isso passa a ser o correto. Assim por maioria se aprovam leis e procedimentos contrários à dignidade humana, à moral pública, e até contra a vida.

Os métodos democráticos devem ser um meio para o serviço do ser humano. Se, pelo contrario, a democracia for considerada com um fim, “em nada é diferente do conceito do Estado Totalitário, pois não vejo”, diz Plínio, “nenhuma diferença nessas duas atitudes: a de considerar o Estado tendo finalidade em si mesmo, ou considerar a democracia como fim em si própria”.

O primeiro passo essencial para uma verdadeira democracia é, portanto, estabelecer-se a que Homem essa democracia vai servir. O Homem (e, por conseguinte a Mulher, pois me refiro à Espécie Humana) é criado por Deus, à sua imagem e semelhança. Foi redimido pelo próprio Deus, por meio de Cristo, segunda pessoa da Santíssima Trindade, numa demonstração infinita de amor. É dotado de livra arbítrio e tem deveres inalienáveis estabelecidos pelo próprio Deus, donde decorrem direitos que lhe asseguram uma dignidade própria e indeclinável. Seus direitos e deveres estão acima dos ditames da ONU, ou qualquer estatuto jurídico, mas decorrem, como ensina Plínio Salgado, do próprio decálogo, ou seja, dos Mandamentos da lei de Deus. Ali está o respeito à vida, à propriedade, ao elevado relacionamento, à valorização do semelhante, à dignidade das pessoas, à preservação da Fé. Esses deveres e direitos não dependem de votações, das maiorias ou da aprovação de dignitários de nações.

Como a formação humana requer, necessariamente, um ambiente propício para desabrochar sua personalidade em clima de aconchego, ternura e compreensão, onde recebe os fundamentos de sua educação para a vida, a Família passa a ser um grupo social inerente à própria natureza humana e, portanto, anterior a qualquer prescrição legal ou política. Assim, toda a estrutura social, que não der atenção especial à Família, atenta gravemente contra a própria finalidade da estruturação da sociedade humana.

Em decorrência dessa condição, de dignidade própria, e de apoio familiar, é que se devem estabelecer os divulgados, porém nem sempre atendidos, direitos ao trabalho, à habitação, à educação, à alimentação, à justiça etc.

Acrescente-se que o ser humano é também um ser gregário, isto é, que vive em sociedade: organiza-se naturalmente em grupos que lhe dão suporte e motivação vivencial. Há então grupos naturais, como o grupo de pessoas que exercem a mesma profissão, de pessoas que pugnam pela mesma ideia política, e assim por diante. A valorização desses grupos é igualmente anterior a qualquer princípio governamental.

Por falar em governamental, é preciso determo-nos no que vem a ser Governo, bem como o que vem a ser Estado. Plínio sempre insistiu em bem caracterizar esses dois conceitos diferentes e tantas vezes misturados.

Obtida historicamente a consciência de formação de uma Nação, quando um povo se sente diferenciado em relação a outros e unido por propósitos e sentimentos semelhantes entre si, surge um novo Estado, isto é, a consciência do objetivo comum, e sua defesa, dentro de um quadro de admissão da mesma concepção do homem, do mundo, da sociedade. Ressaltam as peculiaridades do que conjuntamente se aceitam, como que no estabelecimento de uma síntese doutrinaria. Sem isso a Nação não se identifica como tal.

Já o Governo é uma consequência do Estado, que lhe é anterior. O Governo existe para dar presença física e coordenação às atividades compatíveis com as características do Estado. Exceção feita às monarquias hereditárias, cabe aí a escolha orgânica, pelos cidadãos, dos dirigentes que darão personificação à autoridade do Estado.

Fica, portanto, plenamente justificado que o exercício da democracia, no sentido de escolha dos dirigentes pelos cidadãos, é processo dependente e posterior ao planeamento de premissas básicas, estabelecidas de forma a corresponder à natureza humana e às peculiaridades da Nação e do Estado. Nenhuma democracia pode ser considerada legitima se pretender atentar contra essas premissas, ainda que lastreada em milhões de votos de apoio.

Mas – pergunta-se – como pode ter havido eventualmente milhões de votos contra a própria consciência nacional?

Podem os votos contrariar a índole de uma nação?

Povo é o conjunto das pessoas conscientes de suas responsabilidades, agindo de acordo com suas convicções, comungando do sentimento nacional e expressando livremente seus anseios e esperanças.

Por outro lado, massa é a multidão momentaneamente conduzida a uma situação emocional, joguete fácil, como disse Pio XII, nas mãos de quem quer que explore seus instintos e impressões.

Várias vezes insiste Plínio nessas duas realidades. E isso porque é preciso haver mecanismos adequados para que, na democracia, se consulte o povo e não a massa.

Certamente não é povo a imensa multidão que se manifesta eleitoralmente por se ter empanturrado com um churrasco ou ter sido conquistada pela “gentileza” de uma condução para comparecer às urnas. Não resta duvida de que não é povo, o conjunto de desorientados votantes que, sem juízo formado, e diante de uma situação psicologicamente constrangedora, aceitam candidatos sobre os quais não possuem nenhuma informação confiável. Não é igualmente parte do povo, mas peça da massa, aquele que dá apoio político em troca de um interesse mesquinho ou de uma sugestão coletiva.

Esse é o grande problema, a que pouco se têm dedicado os propositores de sistemas políticos, e que, no entanto, foi a grande preocupação do grande pensador e político Plínio Salgado. Enveredou corretamente pelo insano trabalho de criar uma nova mentalidade de elevação espiritual, de responsabilidade social, de amor à Pátria, de renovação ética, de mística nacional. Propôs um corpo de doutrina, em que, valorizando o homem integral, tirava as consequências para a família, o trabalho, a propriedade, o município, a nação, o relacionamento internacional. Com isso, ficam fixadas as fontes geradoras de programas que se poderiam aplicar em cada circunstancia.

Plínio, conhecendo a psicologia do povo, serviu-se, no tempo da Ação Integralista Brasileira, de métodos de aparência externa, para motivação e convencimento popular. Essa aparência exterior, que se revelou eficaz no erguimento entusiasmado de milhões de brasileiros, era, porém, usada, de forma semelhante, por países europeus que eram ou se tornaram totalitários e guerreiros – postulando, portanto, doutrinas inteiramente divergentes do ensinamento de Plínio Salgado -, o que levou grave prejuízo ao trabalho realizado. A isso, se conjugou a implacável perseguição política da ocasião e, principalmente, a deformação das ideias propostas, por meio de uma desinformação conduzida.

Mais tarde, na retomada do imenso empenho em favor do Brasil e em outra configuração política da Nação, Plínio propôs a criação da Câmara Orgânica, um órgão técnico de assessoramento às outras casas do Congresso, com iniciativa de propor projetos de Lei. Esta Câmara seria composta por representantes diretos das categorias econômicas e culturais da nação, aperfeiçoando assim a mais sadia representatividade dos grupos naturais nos destinos do Brasil. Seria uma eleição indireta, de forma a evitar o voto inconsciente, pois as escolhas seriam feitas dentro de grupos que conheciam a atuação das pessoas mais categorizadas para atuarem plano legislativo. A rigor, essas organizações culturais e econômicas já existem, mas estão marginalizadas no processo legislativo, ou, quando endinheiradas, se transformam em grupos de pressão, sem o contrapeso de uma visão integrada dos problemas nacionais.

Toda essa cosmovisão, de Deus, do Homem, da Democracia, da legitima representatividade, ainda não encontrou a oportunidade propicia para novamente empolgar a nação.

Louvo os poderes Executivo e Legislativo de São Bento do Sapucaí pela iniciativa desta comemoração, lembrando um dos brasileiros mais ilustres, e filho desta terra abençoada. Com este evento de hoje, se está aqui levando a efeito um passo importante na educação de democracia e de brasilidade. Daqui poderá ressurgir, um dia, a grande marcha do futuro.

Diz Plínio Salgado em O Ritmo da Historia: “A manutenção de todas essas expressões de liberdade humana exige virtudes dos cidadãos. Essas virtudes são as que se contrapõe às leis do instinto, que é injusto e cruel. Cumpre, pois, como único meio de realizar-se o regime democrático, uma larga e profunda obra de educação para a Democracia”.

Deus, porem, dirige os destinos dos povos e, se essa for sua soberana vontade, saberá prover condições para que os brasileiros, que sonham com a Grande Pátria, há tenham um dia luminosa e feliz.

(Este trabalho, por razões de saúde de seu Autor, foi lido por Gumercindo Rocha Dorea, no início das Comemorações do Centenário de Plínio Salgado, em 21 de Janeiro de 1995, no Espaço Cultural “Plínio Salgado”, em São Bento do Sapucaí  - SP).


Publicado originalmente nos “Anais do Centenário e da  Segunda Semana Plínio Salgado”. São Paulo/São Bento do Sapucaí: Edições GRD/Espaço Cultural Plínio Salgado, 1996.

*   ∑. Euro Brandão (1924 – 2000). Foi engenheiro, professor, Magnífico Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e Ministro da Educação.

domingo, junho 23, 2013

O VOTO POLI-CORPORATIVO

Baruch BenTzion*

A HORA é esta, a   de apresentarmos a ÚNICA, a mais rápida e eficiente forma de uma MUDANÇA para este País: O VOTO “POLI-CORPORATIVO”, DISTRITAL, APARTIDÁRIO E NÃO OBRIGATÓRIO!
Somente com esse sistema, podermos fazer valer  a um Deputado,  faze-lo REPRESENTAR aos seus eleitores, na sua Corporação, e com isto RESTAURARMOS antigas instituições, porém, actualizadas, como os IAPBs, IAPTECs..., e ELIMINARMOS cargos  Ineficazes e meramente politiqueiros, como o de VEREADOR, onde esse “Espaço” seria ocupado pelas ASSOCIAÇÕES DE MORADORES, que hoje não tem força e poder algum! O que é um ABSURDO !
ELIMINEMOS O VOTO “SARAIVA”! (O  candidato recebe aquela saraivada de votos de todos os cantos e setores e acaba por não representar povo algum!)
O  VOTO POLI-CORPORATIVO, DISTRITAL, APARTIDÁRIO E  NÃO OBRIGATÓRIO, é a ÚNICA forma de eliminarmos os LOBISTAS nos congressos e parlamentos, os aumentos irresponsáveis de Impostos, criações de taxas e tarifas e o desperdício público e esse FESTIVAL de cargos Comissionados de ASPONES, Mordomias, etc.

NAS REDES SOCIAIS PROPAGUEM ISSO! A HORA É ESTA!

E pelos “PLEBICITOS  a cada 10 anos sobre o SISTEMA de governo: República Presidencialista (desgraça actual), a República Parlamentarista e ou a Restauração da “DIFAMADA” Monarquia, que seria o calo no Sapato dos Meta-Liberais-Capitalistas-Globalistas-Apátridas-Internacionalistas e aos seus “idiotas úteis”, os Esquerdistas que, sem querer e saber, TRABALHAM ferozmente para esses últimos e por isso são chamados as gargalhadas de “IDIOTAS ÚTEIS", os militantes  e eleitores de “esquerda”!


AVANTE! KADIMAH!
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* ∑. Rio de Janeiro - RJ

quarta-feira, junho 05, 2013

DECÁLOGO CÍVICO

Lara Vilela

1 - Coloca Deus e o Brasil no coração.

2 - Conserva a consciência livre de ódio e, ao mesmo tempo, cheia de amor à Pátria.

3 - Obedece às autoridades constituídas, visando ao bem nacional.

4 - Sê amigo da ordem e da disciplina.

5 - Honra o nome de teus pais, tornando-te digno de ti e de tua geração.

6 - Fala pouco, pensa refletidamente e, em seguida, age com retidão.

7 - Repele o boato que tumultua, apavora e desapega.

8 Sê intransigente na defesa da verdade, fugindo da injustiça.

9 - Vigia e, sempre que puderes, reza pelo Brasil e pela Humanidade.

10 Fita os  olhos no alto, onde habita a perfeição e olha para a frente, onde te espera a vitória.




sábado, abril 27, 2013

LOS 12 PRINCIPIOS DE “EL INTEGRALISMO”


Traducción: Rigoberto Pinilla Conde.

Existen muchos ciudadanos que combaten El Integralismo sin conocerlo.
Algunos de mala fe, otros por ignorancia.
Para estos, aquí van algunas tesis defendidas por El Integralismo. Estamos correctos de que la lectura del que abajo va escrito llevará muchos patricios bien intencionados a los documentos fundamentales de la doctrina creada por Plínio Salgado, transformándolos, dentro en poco, en “ Nuevos Defensores de la Trilogía “¡ DIOS, PATRIA y FAMILIA !”.
Por lo tanto:
1. El Integralismo Exige que la juventud no se entregue a los placeres materiales, pero dignifique su Patria en el trabajo, en el estudio, en el perfeccionamiento moral, intelectual y físico;
2. El Integralismo No concede el derecho de denominarse “Revolucionarios” aquellos que revelen incultura y simples temperamento de aventureros o de insubordinados;
3. El Integralismo Declara verdaderos héroes de la Patria:
Los jefes de familia, celosos y honestos;
Los maestros;
Los humildes de todas las labores,
De las Industrias y
Del Campesinado,
Que realizan por el espíritu, por el cerebro, por el corazón y por los brazos, la prosperidad y grandeza de la Nación;
4. El Integralismo Considera enemigos de la Patria todos los que amen más los sofismas, las sutilezas filosóficas y jurídicas del que La Nación,
Al punto de sobreponerlos a los intereses nacionales;
Los que sean cómodos;
Perezosos mentales;
Vanidosos;
Ostentadores del lujo y la opulencia;
Opresores de humildes,
Indiferentes para con los ciudadanos de valor moral o mental;
Los que no amen sus familias;
Los que prediquen doctrinas adelgazadoras de la vitalidad nacional;
Los escépticos;
Los irónicos.
5. El Integralismo Quiere la Nación unida, fuerte, próspera, feliz, expresándose en el lineamento del Estado, con superior finalidad humana.
6. El Integralismo No pretende erigir el Estado en fetiche, como el Marxismo; ni tampoco reducirlo a un títere, como el liberalismo. Al contrario de uno y de otro, quiere el Estado vivo, identificado con los intereses de la Nación que él representa.
7. El Integralismo No admite que ningún Estado se superponga a la Nación o pretenda dominar políticamente los otros. No admite que el regionalismo exagerado y disociador se desarrolle en cualquier punto del territorio de la Patria.
8. El Integralismo, Por la constante acción doctrinaria y apostolado, no permite que los demagogos incultos o de mala fe exploren la ingenuidad de las turbas, mucho menos que la prensa subordine su directriz a intereses de argentarios o poderosos en detrimento de la Nación.
9. El Integralismo Dá un altísimo relieve a los Pensadores, Filósofos, Científicos, Artistas, Técnicos, proclamándolos supremos guías de la Nación.
10. El Integralismo Quiere la valorización de las corporaciones de clase, como se hacía en la Edad Media, donde los grupos de individuos eran valorados.
11. El Integralismo Quiere acabar, de un golpe para siempre, con las guerras civiles, las mazorcas, las conspiraciones, los odios, los despechos, uniendo todos los ciudadanos en el alto propósito de realizar una Nación capaz de imponerse al respeto en el Exterior.
12. El Integralismo No es un partido,
¡ Es un Movimiento. !
¡ ES una actitud Nacionalista. !
¡ ES un Despertar de Conciencias. !
¡ ES la marcha gloriosa de un Pueblo. !
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terça-feira, abril 16, 2013

As duas faces de Satanás


As duas faces de Satanás

Plínio Salgado

O comunismo não é uma causa: é um sintoma. O mal não é o comunismo em si, porém as causas que geram o comunismo.

 O comunismo, por consequência, não se acaba com violências, com opressões e fuzilamentos; acaba-se com a extinção das fontes de onde provém.

É preciso encararmos o comunismo sob os dois aspectos pelos quais ele se apresenta: o intelectual e o moral.

Sob o ponto de vista intelectual, o comunismo só pode ser combatido, eficientemente, pela crítica, pelas ideias, no livro, na tribuna, na imprensa. Sob o ponto de vista moral, o comunismo só pode ser combatido pelas medidas que melhorem as condições de existência do povo e pelos exemplos de virtude.

Tanto o estado de espírito do intelectual como o estado de espírito do inculto, porém, sentimental, só podem ser substituídos por uma nova concepção da vida.

Será, porém, inútil, tanto a ação do pensamento como a ação do sentimento, se ela não for prestigiada pelo exemplo.

Estancar as fontes geradoras do comunismo --- eis o nosso trabalho.

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Onde estão as fontes do comunismo?

No materialismo burguês.

Com que autoridade um materialista pode declarar-se inimigo do comunismo?

Sua atitude reacionária só consegue irritar ainda mais os humildes, os infelizes, os pobres. Seu ódio anima o ódio dos contaminados pelo bolchevismo. Seus impulsos violentos não fazem mais do que acender mais ao vivo as cóleras da multidão.

É muito comum hoje em dia escutar-se um burguês dizer: “Qual nada! O que o Governo devia fazer era fuzilar logo esses comunistas!”.

A gente olha para o burguês. Está bem vestido, com o charuto na boca, acaba de descer o elevador do Jockey Club, onde levou duas horas almoçando num restaurante elegante. É casado. Daqui a pouco, vai ter um encontro com uma mulher que não é a sua, no “hall” do Palace. Esta manhã esteve na praia, seminu - dando pasto aos olhos nas arredondadas formas das frineias familiares que, por sua vez, não perdem a Missa, mas acham natural o nudismo -, fazendo conquistas baratas. O burguês tem uma renda farta. Vive à tripa forra. Sabe de numerosos casos de adultérios e conquistas, e distrai-se também no esporte dos galanteios reles. E tem muita raiva aos comunistas. “Oh!” – exclama horrorizado – “O Governo devia fuzilar essa caterva!”.

Nosso homem vota um desprezo profundo pelos humildes. Essa gente, para ele, não passa de animais que cheiram a cebola e a suor. Grita com os inferiores, maltrata os que estão por baixo de sua imensa categoria. Detesta o convívio dos homenzinhos, da gentinha, dos estudantes pobres, dos caixeiros, dos suados operários e camponeses, do soldado heroico que, afinal, mantém a ordem em que o burguês floresce, daqueles que guardam a sua casa, como cães de fila. Caçoa do brasileiro do sertão, que trabalha para sustentar o luxo das capitais. E, quando esse nédio burguês ouve falar em comunismo, logo diz: “Basta a polícia! É meter-lhes as patas de cavalo, é varrê-los a metralhadora”.

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Não: O comunismo não se combate assim. O burguês está enganado. Já se enganou desse modo na Espanha; está se enganado na França, como está se enganando no Brasil.

O comunismo é apenas um sintoma do materialismo grosseiro de que o burguês é a fonte originária.

O operário não quer mais acreditar em Deus? Mas quem foi que ensinou o operário a negar a Deus? Foi o burguês. O burguês que acha muito boa a religião para os velhos, os proletários, as crianças e as mulheres.

O nédio burguês usufrutuário da ordem é ateu, não respeita a sacralidade da família, nem liga importância à ideia de Pátria. Leva uma vida de macaco, só pensando em prazeres, com o nariz a cheirar rabos de saia. As suas preocupações dominantes são o alfaiate, a garçonnière, o clube, o pano verde, a esperteza nos negócios, as paixões criminosas.

Convém, para ele, que o operário seja religioso porque assim não incomoda com rebeliões e desesperos. Convém que a esposa também o seja, porque assim se conforma com as suas ridículas atitudes de galo velho ou leão da Avenida. Convém que as crianças também o sejam, para não darem trabalho com desobediências.

É assim o burguês. Para ele a Pátria é uma coisa boa, porque a Pátria para ele não são os milhões de Brasileiros que sofrem, de compatriotas solidários na comunidade das tradições e aspirações nacionais, porém, os soldados que lhe vigiam a casa, os policiais, os agentes de segurança, investigadores e metralhadoras, que fazem o sono tranquilo na doçura dos lençóis de cambraia. Isso é que é a Pátria, a Nação, para ele. Ele não serve a Pátria, é a Pátria quem o serve. A Nação é um guarda-noturno que lhe lambe as gorjetas pela via dos impostos para as festas abandeiradas, com hinos e salvas de peça. Não a defende, pois. Deixa essa incumbência ao Exército, à Polícia, ao Governo. “Para isso pago os impostos”, diz – e não dá um passo.

No íntimo, o burguês materialista está convencido de que o Governo e as Forças Armadas existem para que ele, em plena segurança, possa conquistar e desonrar a filha do  operário; possa mudar de mulher como quem troca de camisa; possa refestelar-se no seu pijama de seda; possa atropelar com seu automóvel o mísero velhinho ou a inocente criança que tiveram a petulância de atravessar em frente da sua máquina possante e reluzente. Mas, se abre a boca para expender ideias, esse miserável tipo do século XX propõe sempre o combate ao comunismo. Lá no fundo de seu coração empedernido, ele pensa que o Governo, o Chefe de Polícia, os militares, os camisas verdes, devem ser seus capangas, seus criados dóceis.

Estão muito enganados, os burgueses. O que nós, Integralistas, combatemos, em primeiro lugar, combatemos, é o materialismo, o sensualismo, a grosseria dos sentimentos, o domínio dos instintos. Sem combater isso, como conseguiremos combater o comunismo?

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Pois se o operário olha para o burguês e vê que ele, em todas as suas atitudes, proclama que a vida do homem acaba neste mundo; e se o burguês – para o operário – é o homem que sabe, que leu, que estudou; e se é com ele que o operário aprende, - é lógico que o operário fique sendo materialista, e deseje também ser um bruto, um gozador, e como não tem recursos adere a uma doutrina que lhe diz: “O céu e o inferno são aqui mesmo, tratemos pois de gozar a vida!”

A filha do operário, que se prostitui levada no carro elegante do burguesote, foi seduzida primeiro pelo luxo da burguesinha e pela opulência da burguesona. Os homens brutais, que premeditam o assalto às famílias para saciar a sua lascívia, não fazem mais do que imitar de modo violento o rico homem que assaltou habilidosamente a casa do pobre, roubando-lhe a mulher ou desencaminhando-lhe a filha.

É que o proletário é uma obra do burguês. O pobre faz-se à imagem e semelhança do rico. Depois, a criatura revolta-se contra o seu próprio criador; nada mais lógico, porque o burguês também se revoltou contra Deus.

O burguês é violento? O operário também o será. O burguês é lascivo? O operário copiar-lhe-á a vida. O burguês é comodista, indiferente à Pátria? O operário também afirmará que a Pátria é o estômago.

O burguês é cosmopolita? O operário é internacionalista. No fundo são a mesma coisa.

Se o comunista prega o amor livre, o burguês, de há muito vive em poligamia. Se o comunismo prega a destruição das religiões, o burguês, de há muito, está caçoando de todas as religiões.

O comunismo quer matar, trucidar? Mas, o burguês também exige fuzilamentos e ceva-se no ódio político.

As massas desordenadas não têm pena das famílias  dos burgueses? Os burgueses terão pena das famílias infelizes, paupérrimas, deste país?

É preciso dizer, tanto ao rico como ao pobre, esta palavra dura, que irrita e queima, que desvenda, porém, os segredos das desgraças atuais em todo Orbe terrestre:

- Homens, abrandai vosso coração de pedra, aplacai os vossos instintos, erguei vosso pensamento para Deus, porque estais loucos!

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Satanás afivela sempre duas máscaras: a máscara da dor e a máscara do prazer.

Quando o homem sofre, Satanás é a revolta, o desespero; quando o homem goza, Satanás é a voluptuosidade, a luxúria.

Satanás veste os andrajos da miséria para sacudir os punhos fechados na saudação bolchevista.

Porém Satanás veste seda e enfeita-se de jóias para sorrir com indiferença e desprezo sobre o sofrimento dos humildes.

Satanás é o comunista que assassina e massacra. E Satanás é também o homem rico e feliz que nada faz para evitar a morte de multidões de pobres, mal alimentados e desamparados de qualquer conforto físico ou espiritual.

Satanás é a revolta das hetairas nos prostíbulos. E é também a alegria triunfante dos flirts adulterinos nas rodas da elegância.

Satanás é a indiferença, o comodismo, o ceticismo, a negação, a ruína de uma Pátria.

E se lestes ou ouvistes estas minhas palavras, o vosso crime é dobrado, pois não podereis alegar ao supremo Julgador das vossas ações que não apareceu alguém que vos lançasse, por vos amar, e muito, verdades ao vosso rosto.

Satanás apoderou-se de vós, burgueses, como se apoderou de muitos proletários. Entrou nas oficinas, mas fábricas, nos campos, nas casas humildes dos bairros tristes, levantando o pendão do ódio; mas antes disso já havia entrado e brilhado nos vossos salões, semeando frases elegantes e costumes fáceis.

Urge que vos transformeis, homens do meu tempo, ricos  e pobres.

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Na Família, pela Pátria, para Deus.

Mas, que estas palavras não sejam apenas palavras. Que estas palavras sejam sacrifício e realidade profunda dos corações e das almas. Eis a grande, a única batalha contra o comunismo.

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(Este Texto foi publicado originalmente como um Artigo em "A Offensiva", em 1935, tendo sido reproduzido em diversos outros Periódicos Integralistas e não-Integralistas, bem como em edições avulsas. Posteriormente foi incorporado como primeiro Capítulo de "Páginas de Combate" (1937) e incluído nas antologias "Madrugada do Espírito" e "O Pensamento Revolucionário de Plínio Salgado". Existem diversas versões parciais de "As duas faces de Satanás" na Internet.)