sábado, agosto 21, 2010

E agora?

Guilherme Jorge Figueira*

É oficial: Dilma Rousseff é a candidata à Presidência da República escolhida pelo Partido dos Trabalhadores – PT.

E, agora? O que, nós, Integralistas, podemos fazer para impedir a continuidade deste projeto socialista de governo?

Nossos Votos são as principais armas, se não as únicas, que dispomos para darmos um BASTA aos planos do Partido dos Trabalhadores em tornar nosso País uma Venezuela ou mesmo Cuba.

Mas, em quem votar? Serra? Sem dúvida não é a escolha mais apropriada, porque cada vez mais PT e PSDB se parecem. Mas existe uma diferença importante que deve ser levada em conta entre ambos os Partidos O PT apoia governos antidemocráticos, como Venezuela, Cuba e outros, e se associa com grupos terroristas, como as FARC. O PSDB, cujo candidato à Presidência da República é José Serra, até o momento, não apoiou tais governos, ao contrário, vêm criticando tais condutas abertamente na mídia em geral, mostrando ser um partido que possui mais respeito pela democracia. Além desta questão, a candidata Dilma Rousseff já demonstrou diversas vezes, em manifestações públicas e entrevistas, ser autoritária, tendo inclusive orgulho do seu passado terrorista. Portanto, como anular nosso Voto sabendo que estamos ajudando esta terrorista?

O Integralismo defende acima de tudo a liberdade e a democracia, e estes dois princípios basilares da nossa Doutrina estão ameaçados a cada dia com a possibilidade de Dilma Rousseff ganhar as eleições.

Durante a existência da Acção Integralista Brasileira (AIB) e do Partido de Representação Popular (PRP), diversos Vultos da História Nacional tiveram a oportunidade de defender os interesses da Nação na Câmara Federal e no Senado, representando os Integralistas e a Pátria. Os embates naquelas duas Casas Legislativas eram feitos de forma democrática e legítima, impedindo a perpetuação de ideologias nefastas, como a socialista. Porém, e agora que praticamente não temos Candidatos? Sem dúvida são poucos os Candidatos que merecem o nosso Voto, porém, temos que tomar parte nestas Eleições, parte em não ajudar o Candidato do PSDB, e, sim, parte em atrapalhar o máximo possível a candidatura de Dilma Rousseff. Se esta for a única forma de derrotá-la, que assim seja.

* Σ – Publicitário. Rio de Janeiro – RJ. Presidente dos Núcleos Integralistas do Estado do Rio de Janeiro – NIERJ.

O "Fim das ideologias" aplicado ao Brasil


J. F. Neules*

Como é sabido, alguns anos atrás o nipoamericano Francis Fukuyama lançou um livro com o título acima, destinado a se tornar um “best seller” como efetivamente se tornou; uma vez que a mídia planetária recebeu – e cumpriu – a ordem de o trombetear aos quatro cantos do Orbe. É a esta obra que temos que nos reportar para tentar compreender os – até agora – sete anos e meio de consulado de Lula.

Na referida obra e ao redor de muita prolixidade o autor defendeu a tese de que no mundo contemporâneo não há mais lugar para ideologias na medida em que a realidade muda tão vertiginosamente que aquelas com suas posições fixas se tornam quase que instantaneamente superadas; caducas mesmo. Mas o que tal posição na realidade defende é o pragmatismo mais abjeto, mais absoluto; assim a cada instante o que é “conveniente” muda e o homem de governo deve acompanhá-lo, independentemente do que defendia ainda ontem. Quem reconhecer aqui o “esqueçam tudo o que escrevi” do infausto mandatário Fernando Henrique Cardozo estará acertando em cheio.

Efetivamente o que se viu nos oito anos anteriores foi o “socialdemocrata”(?!) F. H. Cardozo entregar metodicamente todas as riquezas e posições estratégicas do Brasil, condenando-o pelo menos por mais um longo período ao subdesenvolvimento e à posição de potência secundária. Isto – o entreguismo e o servilismo mais abjeto ao “neoliberalismo” por parte de um socialdemocrata – seria impensável apenas alguns anos atrás.

* *

Quanto ao atual governante Lula, é tempo de tentar entender o motivo pelo qual seus anos de governo foram tão menos nefastos a nosso Brasil que os de Cardozo como agora salta à vista diante da atual posição que nosso País desfruta no concerto das nações; sendo o PT como é (era?) um partido mais afinado com a III Internacional comunista que com a II Internacional socialista; e é aqui que o “Fim das ideologias” vem à baila.

Efetivamente, com a decantada morte das ideologias Cardozo se sentiu livre para empurrar para baixo do tapete os ideais socialdemocratas e escancarar para o supercapitalismo da City – Wall Street. Com o resultado de dar de bandeja as estatais brasileiras rentáveis – a começar pela Vale do Rio Doce, crime que brada aos céus – e assinar tratados traiçoeiros sob o beneplácito da ONU e que na prática impedem o Brasil de procurar seu próprio caminho de desenvolvimento, condicionando-o a permanecer na miséria e na subserviência. Tudo isso ao cálido som dos aplausos de seus cupinchas “tucanos”, que babavam na gravata ao imaginar que o “Fim das ideologias” – este sofisma transparente – poderia trazer dias radiosos para os brasileiros.

Mas é exatamente essa liberdade de tripudiar sobre os mais altos destinos da Nação sob o pretexto furadíssimo de “pragmatismo” que foi negada a Lula. As massas petistas, altamente ideologizadas após décadas de pregação esquerdistóide e portanto anticapitalista, não poderiam sequer considerar a hipótese de o Brasil continuar sendo desmantelado em proveito do supercapitalismo alienígena. Com isso eis o resultado agora visível: nesses anos lulistas o processo de desintegração da Nação Brasileira comandado pela City – Wall Street e levado a efeito por F. H. Cardozo foi não apenas sustado, mas, assistimos até (pasmo!) a algumas tímidas tentativas de reverter tal situação.

Assim a conclusão se impõe: a ideologia – mesmo a pior das ideologias como é o marxismo mal digerido dos petelhos – ainda é melhor que a ausência total de ideologia que entrega os destinos dos povos ao mais vil pragmatismo. Para não dizer, à corrupção desbragada dos políticos que além de não ter ideologia, também não têm dignidade e honestidade e se sentem à vontade para legislar em causa própria e enriquecer às custas da nação.

Encerrando: é bom esclarecer que o autor destas linhas não crê nem por um instante que Lula seja um brilhante estadista como a mídia compromissada se esforça para o apresentar para as massas carentes de entendimento; na realidade, se seus oito anos ao que tudo indica apresentarão um balanço muito mais positivo (menos negativo?) que o anterior período de Cardozo, isso se deve simplesmente às cobranças partidárias petelhas; isto é, ao fator – vale repetir – ideológico. Enquanto Cardozo fazia o que queria porque os tucanos se haviam transformado numa massa amorfa e amoral só comparável à dos Democratas (ex-Pefelê), os petistas ainda reconheciam um “norte ideológico” para guiá-los. Mas este “norte” se perdeu quase completamente com o desgaste destes oito anos de governo. Assim é o caso de terminar com a pergunta fatal: O que virá agora com as próximas eleições?

* J. F. Neules. Jornalista. São Paulo (SP).

sexta-feira, agosto 13, 2010

Opinião de Miguel Reale sobre Plínio Salgado

Em 14 de Maio de 1978, Miguel Reale dá uma entrevista na qual aborda o Integralismo e, como não poderia deixar de ser, fala sobre Plínio Salgado. Resolvi transcrever abaixo uma parte da mesma, para que todos constatem qual era a opinião do insígne Jurista sobre o nosso Chefe:

"Não fui um dos fundadores do Integralismo. O Movimento surgiu em Outubro de 1932, com o Manifesto de Plínio Salgado. Nessa ocasião, eu fazia oposição ao Integralismo. Sou conterrâneo de Plínio Salgado, nascemos ambos em São Bento do Sapucaí. (...) O Integralismo, a meu ver, não surgiu como uma expressão de mimetismo de fenômenos como o fascismo e muito menos o nazismo. Inicialmente, o Integralismo foi uma meditação sobre os problemas brasileiros, o que se pode ver pela obra de Plínio Salgado, como por exemplo o seu romance "O Estrangeiro", que deveria merecer tanta atenção quanto "A Bagaceira", de José Américo de Almeida. Tanto na sua obra literária como na sua atuação política, Plínio reflete a meditação sobre a obra de Alberto Torres, Oliveira Vianna, Farias Brito, Tavares Bastos, Euclides da Cunha, que eram seus autores prediletos. De maneira que a sua formação inicial foi, digamos assim, cabocla. Aliás, sempre o considerei um grande caboclo, até pelo físico, pela maneira de ser.
"(...)
"Tomemos como exemplo Plínio Salgado.Ele tinha uma orientação eminentemente Católica. Sua formação política era baseada na doutrina social da Igreja, à qual se manteve vinculado até o fim. Isso, aliás, foi reconhecico pelos que na época falavam em nome da Igreja.
(...)
"Foi dito que ele" - Miguel Reale está se referindo a Plínio Salgado - "era um intelectual e acho que se manteve um intelectual até o fim. (...) Plínio Salgado era um político de cultura muito superior ao usual nos meios partidários. Cultura literária, filosófica e política. Era um temperamento irrequieto, um feixe de nervos, e com uma intuição fora do comum. Disse certa feita que a característica de sua inteligência era a intuição, que ele dtinha um gênio intuitivo, (...). Prevalecia nele um poder de intuição próprio do brasileiro. Intuição dos problemas sociais, políticos e uma grande capacidade de apostolado. Foi sobretudo um homem que mobilizava inteligências e a opinião pública, capaz de falar tanto ao intelectual como ao homem do povo, porquanto sua palavra vinha carregada de afetividade e sentimento. Jamais acreditou na direção do país tão-somente com idéias puras, ou seja, com idéias apenas através de conceitos. E entia a necessidade de governar lançando mão também dos elementos de comunicação, que envolvem sem dúvida aspectos afetivos. Era inegavelmente um homem que tinha uma dedicação à causa brasileira que não pode ser contestadas.
"Essa é a imagem que guardo de Plínio Salgado: um autodidata que passou do plano lietrário para o plano político sem solução de continuidade. Toda a sua doutrina política está nos seus romances. Se fizermos uma análise de sua obra literária, verificaremos como o literato passou de uma atitude puramente estética para outra de caráter político. Apesar de toda essa apresentação que corre por aí de um homem violento, Plínio Salgado no fundo era um tímido, e os que conviveram com ele sabem disso. Posso dizer-lhes que o Integralismo se preparou para tudo, menos para a conquista violenta do poder. "
MOTA, Lourenço Dantas. A História Vivida (I): [entrevistas]. [2. ed.]. São Paulo: O Estado de São Paulo, 1981. A Entrevista de Miguel Reale encontra-se entre as páginas 321 e 345. As passagens transcritas foram retiradas das páginas 324, 325, 327, 334 e 335

quarta-feira, agosto 11, 2010

Opinião de Gustavo Barroso sobre Plínio Salgado

No dia 11 de Junho de 1937, as Cortes do Sigma proclamaram solenemente Candidato da Acção Integralista Brasileira à Presidência da República ao Chefe Nacional Plínio Salgado.

O discurso de encerramento daquela histórica Solenidade foi proferido por Gustavo Barroso, Secretário Nacional de Educação da A.I.B., em meio ao qual declarou o seguinte sobre o Chefe Nacional Plínio Salgado:

"Reparae - exclama o orador - a grande differença que existe entre o Chefe Nacional e os chefes dos outros movimentos, não iguaes, mas parallelos. Todos esses movimentos tiveram os seus precursores e os seus realizadores.
"No Brasil não há precursores. Plínio Salgado é o primeiro e o único".
("Monitor Integralista", Rio de Janeiro, 17 de Junho de 1937, Anno V - Num. 21 - págs. 3. Foi conservada a ortografia do original)

domingo, agosto 08, 2010

O Integralismo e os pseudo-Integralismos*

Sérgio de Vasconcellos**.

Companheiros.

Em 2005 lancei uma “Carta Aberta aos Integralistas”, onde manifestava minha preocupação sobre um pseudo-Integralismo, denunciando-o como uma proposital adulteração da nossa Doutrina. Se aquele pretenso Integralismo hoje está praticamente extinto, nem por isso outros pseudo-Integralismos deixaram de rondar e conspirar contra a Unidade Doutrinária do Movimento Integralista. Assim, para que os Companheiros ainda neófitos possam saber distinguir perfeitamente o verdadeiro Integralismo dos Integralismos falsificados e mesmo aquilatar o grau de periculosidade de tais falsificações, resolvi alinhavar as considerações a seguir.

Σ

O Integralismo tem uma concepção própria do Universo e do Homem, exposta por Plínio Salgado, e sobre a qual toda a Doutrina Integralista está construída. Uma pessoa ou movimento que se diga Integralista, mas espose uma outra concepção, em geral apontada como “nova concepção Integralista”, produto de uma renovação, de uma revisão da nossa Doutrina, deve ser logo rejeitada. Ora, se não é a mesma concepção do mundo proposta por Plínio Salgado, desde o Manifesto de Outubro, e sustentada por todos os demais Teóricos Integralistas, nos 76 anos de existência do Integralismo, então, logicamente, NÃO É INTEGRALISMO!

Vejamos o que o Chefe Nacional nos diz a respeito:

“(...)o Manifesto de Outubro contém uma parte essencial imutável e UMA PARTE ACIDENTAL SUJEITA A MODIFICAÇÕES IMPOSTAS PELAS CIRCUNSTÂNCIAS HISTÓRICAS SUPERVENIENTES...”.

Frisemos, uma parte “ESSENCIAL IMUTÁVEL” e outra “SUJEITA A MODIFICAÇÕES”. Mas, o que seria a parte “essencial imutável”? E a parte mutável o que seria? O Chefe, no mesmo parágrafo vai nos responder: A parte ESSENCIAL IMUTÁVEL é “uma orientação filosófica”; e a parte mutável, “(...)as soluções práticas do problema do Estado, e mais ainda, o programa de ação(...)”. E o próprio Plínio Salgado, no parágrafo seguinte é de clareza meridiana:

“A parte essencial do Manifesto conserva-se até hoje intangível; mas conquanto trouxesse, naquele documento, firmes e nítidos lineamentos acerca da concepção do Universo, do Homem, dos Grupos Naturais, da Sociedade, da Nação e do Estado, não ia além das afirmações categóricas a respeito desses temas, deixando para que, em outros documentos e estudos, se desenvolvessem, de modo mais completo, mais preciso e mais claro, as idéias então lançadas como indicações de rumos.
“Essa clarificação das idéias fundamentais do Manifesto de Outubro foi realizada em documentos posteriores,(...)”.(“O Integralismo na Vida Brasileira”, págs. 21 e 22).

Portanto, é uma pretensão descabida essa de “atualizar” a nossa Doutrina, pois, o Chefe já previra a necessidade de modificações na parte acidental, e, por outro lado, afirmara peremptoriamente que a Doutrina em si, é IMUTÁVEL e INTANGÍVEL. E, não querendo alongar-me inconvenientemente, sugiro aos que desejarem eliminar definitivamente qualquer dúvida, que leiam o Capítulo “Doutrina e Programa”, págs. 163 e segs. de “O Integralismo na Vida Brasileira”, onde o Chefe esmiuça a questão.


Σ

Um ponto crucial que parece incomodar bastante os pseudo-Integralistas é a posição de Deus na nossa Doutrina: Desde os nietzscheanos, passando pelos cientificistas e chegando aos pseudo-tradicionalistas, todos, enfim, querem que o nosso Movimento altere a Doutrina, seja tornando-a antropocêntrica, seja tornando-a cientificista, seja tornando-a confessional.

O cientificismo é uma ideologia surgida no Século XIX e que atualmente permeia até os pensamentos mais prosaicos... O Integralismo sempre criticou essa atitude intelectual que quer submeter a Religião e a Filosofia aos ditames da Ciência, pois, essa, com suas teorias sempre transitórias, não pode servir de critério à Verdade. Portanto, tentar provar a existência de Deus ou alicerçar a Fé na Ciência, não faz o menor sentido à luz do Integralismo. Querer embasar o sólido (o Espiritualismo) no transitório (a Ciência) é inaceitável pelo Integralismo.

O Integralismo é uma Frente Ampla Espiritualista contra o Materialismo avassalador do Mundo Contemporâneo. Coerentemente com uma tal proposta, o Integralismo não ultrapassa os seus limites fazendo definições de caráter Teológico. Cabe a cada Religião instruir os seus seguidores. O Integralismo apenas afirma certas verdades indiscutíveis: A existência de Deus, a intervenção providencial de Deus na História, a Imortalidade da Alma Humana, mas, não cogita de ensinar Religião a ninguém – aliás, na antiga A.I.B. era terminantemente proibido discutir Religião -, nem define dogmas religiosos. Vou dar exemplo prático: Nós, Integralistas, afirmamos a Imortalidade da Alma, mas, qual o destino imediato da Alma após a morte - se vai para o Céu ou Purgatório ou Inferno(Católicos), se vai para o Inferno ou Céu(Protestantes), se fica “adormecida” até o Dia do Juízo Final(certas denominações Protestantes), se vai Reencarnar ou partir para outros Planos de Existência (Espiritismo, Esoterismo, Religiões Orientais) ou qualquer outro -, não é matéria de definição Doutrinária Integralista. Cada um de nós, segue aquilo que nos ensina a nossa Religião acerca de Deus e da Imortalidade da Alma, e podemos pertencer ao Integralismo sem qualquer conflito de consciência, exatamente porque a Doutrina Integralista limitou-se apenas a sustentar a existência de Deus e a Imortalidade da Alma, sem entrar em definições de caráter religioso.

Quanto ao antropocentrismo, nenhuma relação pode ter com o Integralismo, pois, como diz Plínio Salgado: “O Homem não pode procurar alicerce em si mesmo, porque o seu alicerce único só pode ser Deus” (“O Ritmo da História”, pág. 66). Contrapondo-se a ideologia antropêntrica e individualista da burguesia, que pode ser resumida na máxima do velho Protágoras, “o homem é a medida de todas as coisas”, o Chefe Nacional Plínio Salgado afirmará, para escândalo geral dos materialistas, “Deus é a medida do Homem” (“Primeiro, Cristo!”, pág. 36). Assim, é impossível um Integralismo antropocêntrico: O Integralismo é Teocêntrico.

Todas essas tentativas e propostas de mudança no próprio cerne da nossa Doutrina, são formas sutis de dar combate ao Integralismo, evitando-se o confronto direto, que certamente suscitaria o interesse de muitos sobre o Integralismo. Ora, se tais adulterações fossem acolhidas, o Movimento se descaracterizaria, esvaziando-se como Idéia-Força, enfraquecendo-se até desaparecer silenciosamente no esquecimento completo. Tal estratégia não é nova e vem sendo aplicada com sucesso pelos Inimigos do Gênero Humano em diversas frentes de luta. Eis alguns exemplos: O Natal, a festa magna da Cristandade, foi transformado por empresários anti-Cristãos e gananciosos numa data em que as pessoas trocam presentes, esquecidas do Natalício de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas, concentradas na imagem de Papai Noel e o seu saco de presentes... O Apóstolo São Paulo disse-nos que, se Nosso Senhor Jesus Cristo não ressuscitou, a Fé é vã, pois bem, empresários gananciosos e anti-Cristãos, espertamente, ao invés de tentarem combater a historicidade da Ressurreição, encontraram um jeito de apagá-la dos corações e das mentes, transformando a Páscoa, festa em que se comemora a Ressurreição do Salvador, numa data em que são presenteados ovos de chocolate e em que a presença de Nosso Senhor é substituída por um coelhinho... O mundo debate-se com o grave problema da degradação ambiental do planeta, pois bem, empresários gananciosos e anti-Cristãos, os verdadeiros responsáveis pela poluição global, criaram e financiam várias ONG’s, dedicadas a alertar à Humanidade do grave problema, principalmente nos Países do chamado 3º Mundo, onde se instalam e passam a vigiar e monitorar todas as iniciativas que signifiquem o desenvolvimento econômico, sempre denunciadas como poluidoras...

Σ

Mas, não apenas adulteram as Bases do Pensamento Integralista, os Pseudo-Integralistas, pois, outra característica dos mesmos é o menosprezo à Teoria e uma supervalorização da Prática: “Ninguém aprende nada nos Livros”, “o Integralismo foi e deve voltar a ser movimento de massa”, “Integralismo se faz na rua, marchando, queimando bandeiras adversárias”, etc. Essa é a mentalidade que tratam de criar nos jovens que se aproximam dos movimentos pseudo-Integralistas, engajando-os em todo tipo de atividades, e afastando-os da autêntica Doutrina Integralista, que é substituída por palavras de ordem, textos motivacionais e outras bobagens. Evidentemente, nada disso tem qualquer relação com o genuíno Integralismo.

O Integralismo não é primeiro “práxis” e depois Teoria. Essa é uma concepção marxista, não de Plínio Salgado.

Vejamos o Pensamento do Chefe Nacional Plínio Salgado sobre o assunto:

"Mensagem às Pedras do Deserto": "Uma idéia SÓ se combate com outra IDÉIA; uma mística com outra mística: uma doutrina com OUTRA DOUTRINA; uma técnica com outra técnica; uma esperança com outra esperança"(pág. 113).

"Em conclusão, o combate ao comunismo se faz nos DOMÍNIOS DO PENSAMENTO E DO SENTIMENTO. E essa batalha à de se ferir VIGOROSAMENTE COM AS ARMAS DA LÓGICA e com O DESFRALDAR DE UMA BANDEIRA que fascine as multidões e as arrebate para os grandes ideais"(p. 116).

As etapas são claras: Primeiro cria-se uma Doutrina, em seguida uma mística, para posteriormente criar o movimento de massas.

"A Quarta Humanidade": "O movimento integralista brasileiro é um movimento DE CULTURA que abrange:
"1º) - Uma revisão geral das filosofias dominantes até o começo deste século e, consequentemente, das ciências sociais, econômicas e políticas;
"2º) - A criação de um pensamento novo, baseado na síntese dos conhecimentos que nos legou, parceladamente, o século passado."(p.87)
"Trata-se, portanto, de um movimento original, genuinamente brasileiro, com uma própria filosofia, um nítido senso destacado na confusão do mundo contemporâneo."(p. 88)
"A FORMAÇÃO DAS ELITES DIRIGENTES É O ESCOPO DA PRIMEIRA FASE DESTA CAMPANHA. Ela deve firmar certos princípios, que servirão de base à nossa consideração do mundo e dos fenômenos sociais.
"Ao mesmo tempo que as linhas gerais do pensamento novo forem se cristalizando nessa corrente de espíritos livres e fortes, DEVEMOS IR FORMANDO A NOVA CONSCIÊNCIA DAS MASSAS POPULARES, PELA DIVULGAÇÃO DOS CONCEITOS MAIS ELEMENTARES, EM FORMAS SIMPLES E ACESSÍVEIS. Dessa maneira, chegaremos à fixação de ideais definidos, num povo disciplinado e consciente de seu destino.
"A MOBILIZAÇÃO DE PENSADORES, ESTUDIOSOS, INTELECTUAIS, É CONDIÇÃO FUNDAMENTAL DO ÊXITO DESTA CAMPANHA. SÃO ELES QUE DEVEM TRANSMITIR AO POVO O CONCEITO SERENO DA VERDADE."(ps.89 e 90)

Não se trata de sair deitando falação histérica e ridícula. Mas, de formar líderes, mobilizar pensadores, estudiosos e intelectuais, para com eles conquistar a massa.

"Despertemos a Nação: "A alma de um povo se desperta pela PROPAGANDA DAS IDÉIAS SADIAS, generosas, de coragem, de força, de ambição nacional, em contraposição ao passivismo desvirilizante, a gangrena das negações e o cancro do materialismo.
"A alma de um povo SÓ se desperta na batalha, na TREMENDA BATALHA DAS IDÉIAS, que fustiga as energias em abandono e muda a atitude da Pátria, forçando-a a erguer a cabeça e a caminhar na História"(ps. 198 e 199).

Idéias sadias! Batalha das Idéias, e não ficar bancando o valentão no meio da rua.

"O Integralismo na Vida Brasileira": "O Integralismo é doutrina que correlaciona os fenômenos e procura deduzir as soluções particulares da solução geral do problema nacional e humano.
"É UMA FILOSOFIA E UM MÉTODO" (ps. 30 e 31).

Deixemos claro um ponto: Em momento algum afirmo que a antiga Acção Integralista Brasileira não fora um movimento de massa ou que o Integralismo não deva tornar a sê-lo no futuro. O que afirmo é: ESTÁ ERRADO quem disser que o Integralismo é ANTES DE TUDO movimento de massa.

Mas, prossigamos com a desconstrução dos sofismas dos pseudo-Integralistas, através do exame do Pensamento de Plínio Salgado, tendo sempre em mente que quando lemos um livro, devemos interagir com a obra, pensar, refletir, raciocinar sobre o que estamos lendo, buscando entender o que o Escritor está nos dizendo, e em hipótese alguma torcer o pensamento do Autor, numa tentativa intelectualmente desonesta de faze-lo dizer algo que ele nunca disse.

"Mensagem às pedras do Deserto” (págs. 8 e 9): "Este livro, portanto, é dedicado aos loucos. (...)
“Aos que gastam os últimos níqueis, imprimindo livros e folhetos esclarecedores.
“Aos que sustentam jornais deficitários, em cujas colunas os comerciantes e industriais não comparecem com seus anúncios, receando a represália dos comunistas, cuja existência, como perigo, eles contraditoriamente negam.
“Aos que andam, de cidade em cidade, falando ao povo, uma vez que não podem dispor de recursos para falar pelo rádio.
“Aos que tentam organizar em meio à indiferença geral, algo que possa constituir o núcleo da resistência nacional na hora da catástrofe".

O que deduz um leitor inteligente quando o Chefe fala em imprimir "livros e folhetos esclarecedores"? Que alguém, ANTES, PENSOU E ESCREVEU os ditos folhetos e livros, isto é, que o pensamento doutrinário antecedeu a ação. O que um leitor inteligente deduz quando o Chefe fala em "andar de cidade em cidade falando ao povo"? Que alguém, ANTES DE FALAR alguma coisa ao povo, PENSOU MADURAMENTE no que ia dizer, isto é, que o pensamento doutrinário antecedeu à ação.

“Páginas de Combate”: “Acentuando a observação de Saint Hillaire, eu avisei aos primeiros integralistas que nesse tempo se alistavam na Sociedade de Estudos Políticos, onde eu pacientemente depurava, escolhia os homens capazes de resistir à dureza das longas etapas de um trabalho exaustivo, que eu proporia às Novas Gerações, eu avisei a todos que a marcha integralista não se faria com rapidez e sofreguidão” (pág. 86).

O que um leitor inteligente deduz sobre a natureza do trabalho exaustivo proposto pelo Chefe aos aderentes da Sociedade de ESTUDOS Políticos? Quebrar pedra em alguma pedreira? Estiva no cais do porto? Estudar? Sim, estudar é o que se faz numa sociedade de estudos... E estudar exaustivamente, pois, o estudo e o PREPARO devem anteceder a ação.

“Despertemos a Nação!”: "A alma de um povo só se desperta com coragem, com fé, com energia, numa arregimentação contínua, em permanente doutrinação, em disciplina perfeita, em esperança renovada, em sugestão espiritual, em excitação de brios, em combate sem tréguas contra os entorpecentes liberais (...)”(pág. 198).

O que um leitor inteligente deduz quando o Chefe fala em "doutrinação permanente"? Que alguém, ANTES, CRIOU UMA DOUTRINA, isto é, que o pensamento doutrinário antecedeu a ação. E da citação de “Despertemos a Nação!”, que fizemos mais acima, o que um leitor inteligente deduz quando o Chefe fala em "propaganda das idéias sadias"? Que alguém, ANTES DE LANÇAR-SE À PROPAGANDA, ELABOROU AS IDÉIAS SADIAS a serem difundidas, isto é, que o pensamento doutrinário antecedeu a ação.

Utilizei-me apenas de alguns trechos transcritos, e poderia multiplicá-los, não só citando o Chefe Nacional, mas, também, Gustavo Barroso, Miguel Reale, Madeira de Freitas, Tasso da Silveira, Custódio Viveiros, Osvaldo Gouveia, Ovídio Cunha, Machado Paupério, Rocha Moreira, Wenceslau Jr., Ferdinando Martino Filho, Câmara Cascudo, Olympio Mourão Filho, Jaime Regalo Pereira, Beneval de Oliveira, Jaime Ferreira da Silva, Raimundo Padilha, Cotrin Neto e tantos e tantos outros Doutrinadores do Sigma.

É um grave erro filosófico dar primazia à ação em detrimento da teoria, e tal erro só pode ser um ranço de esquerda, pois, no Integralismo, tal concepção equivocada jamais foi defendida.

Evidentemente, o erro oposto, reduzir-se o Movimento as dimensões de uma tertúlia literária, sem qualquer comprometimento político, numa total desvinculação com a nossa História, ou seja, apenas teoria e nenhuma prática seria um erro ainda pior. Mas, felizmente, ninguém defende essa opinião esdrúxula.

A posição do Integralismo é perfeitamente caracterizada pelo Chefe Nacional Plínio Salgado no “Código de Ética do Estudante”:

“XXIV - Sê um homem de pensamento, mas sê um homem de ação. 0 pensamento para transformar-se em ação precisa, primeiro, transformar-se em sentimento. Idéia que não é sentida é idéia morta. A ação é forma objetiva de idéias vivas, oriundas de realidades e criadoras de novas realidades. Cultiva o ideal, mas sê realista.”

E mais:

“XL - Se és incapaz de sonhar, nasceste velho; se o teu sonho te impede de agir segundo as realidades, nasceste inútil; se porém, sabes transformar sonhos em realidades e tocar as realidades que encontras com a luz do teu sonho, então serás grande na tua Pátria e a tua Pátria será grande em ti.”

Enfim, para deixar claro o que Plínio Salgado pensa desses movimentos que arrastam os jovens para um suposto Integralismo na “prática diária”, com prejuízo da formação intelectual e moral de tais jovens, transcrevo dois trechos de “A Verdadeira Missão da Juventude”, do livro “Reconstrução do Homem”:

“A Mocidade não se prepara nas ruas, no fragor das batalhas transitórias. Lançar os jovens nas empresas de demolição do Mal, sem a iniciação prévia na ciência e na arte de construir o Bem, será desviá-los de um destino superior. As mais belas campanhas, se resultantes do improviso, hão de ser, inevitavelmente, como estrondo das ondas na superfície do mar. As ondas facilmente se deixam levar pelo magnetismo da lua ou pelos ventos inconstantes que sopram em todas as direções. Só as águas profundas resistem. Só elas trazem consigo as potências da irredutibilidade.

“A irredutibilidade no Homem é a estrutura do caráter. O caráter se forja pelo concurso de três elementos: Personalidade, Cultura e Educação. Desenvolver a personalidade, enriquece-la pela cultura, dar-lhe ritmo pela formação moral e espiritual - eis o que nos cumpre quando nos entregamos no magistério da palavra esclarecedora e da ação criadora, no esforço de suscitar o advento de grandes homens para a Pátria”.

E adiante, o Chefe insiste:

“A iniciação dos espíritos jovens exige trabalho metódico, sistemático. Repele o "dispersivo" para se ater ao "reflexivo". Evita o "extenso" para que predomine o "intenso". E não se entrega à exteriorização sem precede-la de longos dias de interiorização.

“O jovem deve construir-se primeiro, para depois pensar em construir a sociedade. A autoconstrução não se faz nas praças públicas nem no fragor das manifestações coletivas; pelo contrário, forja-se no estudo, na meditação, na discussão, na troca de idéias” (Págs. 105, 106 e 107)

Portanto, Companheiros, que todos saibam: Qualquer dito ‘Integralismo’ que discrepe do que afirmamos, não é autêntico Integralismo, mas, um pseudo-Integralismo, um falso Integralismo que quase sempre mascara um anti-Integralismo militante. Terminando, faço minhas estas palavras de Gustavo Barroso em “Espírito do Século”, págs. 21 e 22:

“Entretanto, devemos estar sempre vigilantes contra a infiltração de elementos que pretendam mudar os rumos do nosso movimento ou realizar suas ambições pessoais à sombra de nossa bandeira. Para isso, a melhor defesa é aquela intolerância e intransigência em matéria de doutrina e de disciplina. Porque os homens passam e variam ao sabor dos fatos, dos interesses e das circunstâncias, e a doutrina se mantém inalterável, nos seus pontos básicos, através dos séculos. E só uma doutrina assim pode conservar unidos os homens, cujas tendências naturais são para a divisão e a contradição.

“Se o Integralismo defender dia e noite a sua doutrina de qualquer modificação por mais ligeira que pareça, poderá zombar de todas as tentativas de elementos infiltrados para destruí-lo. (...) Toda e qualquer tentativa esbarrará nesse muro de aço. Os insinceros ou se encolherão ou irão embora. Os sinceros mostrarão que criaram alma nova (...).

Σ

Anauê!

BIBLIOGRAFIA:
Gustavo Barroso – “Espírito do Século XX”. 1ª edição. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira. 1936. 290 págs.

Plínio Salgado - "Mensagem às Pedras do Deserto". 1ª edição. Rio de Janeiro, Livraria Clássica Brasileira, s/d - 139 págs.

Plínio Salgado - "O Integralismo na Vida Brasileira". Rio de Janeiro, Livraria Clássica Brasileira/Edições GRD - s/d - 269 págs.

Plínio Salgado - “O Ritmo da História”. 2ª edição. Rio de Janeiro. Livraria Clássica Brasileira, s/data. 287 págs.

Plínio Salgado – “Reconstrução do Homem”. 1ª edição. Rio de Janeiro. Livraria Clássica Brasileira, s/data. 201 págs.

Plínio Salgado – “A Quarta Humanidade”. 1ª edição. Rio de Janeiro, Livraria José Olympio, 1934, 191 págs.

Plínio Salgado - "Despertemos a Nação!". 1ª edição. Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1935, 204 págs.

Plínio Salgado - “Páginas de Combate”. 1ª edição. Rio de Janeiro. Livraria H. Antunes. 1937. 189 págs.

Plínio Salgado - “Primeiro, Cristo!”. 1ª edição. Porto. Livraria Figueirinhas. 1946. 189 págs.

* Lido no dia 23 de Janeiro de 2009, durante o “Fórum Integralista Rio 2009”.

** Σ . Comerciante, Rio de Janeiro (RJ).