quinta-feira, março 04, 2010

Gustavo Barroso: Um Brasileiro Imortal*

Sérgio de Vasconcellos**

Companheiros.

1 – A finalidade desta Palestra, e reconheço a desproporção entre a exiguidade da mesma e sua pretensão, repito, a finalidade é demonstrar que Gustavo Barroso é Imortal, aliás, triplamente Imortal. Evidentemente, não estou me referindo a Imortalidade da Alma, pois, como Integralistas, todos temos certeza da mesma, mas, a outro tipo de imortalização.

2 – Gustavo Barroso foi jornalista, advogado, folclorista, educador, político, sociólogo, historiador, mitólogo, museólogo, geógrafo, romancista, contista, cronista, poeta, enfim, polígrafo de ilimitados recursos.
Sem exagero, o Brasil é abençoado por Deus, pois, sua floração de intelectuais não tem concorrentes em outro País: Gonçalves Dias, Castro Alves, Fagundes Varela, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Olavo Bilac, Alphonsus Guimarães, Mário Pederneiras, Bernardino Lopes, José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo, Bernardo Guimarães, Machado de Assis, França Júnior, Martins Pena, Coelho Neto, Graça Aranha, Inglês de Souza, Franklin Távora, Domingos Olímpio, Xavier Marques, Lima Barreto, Capistrano de Abreu, Rocha Pombo, Afrânio Peixoto, Afonso Taunay, Oliveira Lima, Joaquim Nabuco, Campos Sales, Afonso Celso, Oliveira Viana, Alberto de Oliveira, Euclides da Cunha, Couto de Magalhães, Barbosa Rodriguês, Batista Caetano, Nina Rodriguês, Pandiá Calógeras, Pires do Rio, Ronald de Carvalho, Jackson de Figueiredo, Eduardo Prado, Tavares Bastos, Melo Morais, Sílvio Romero, João do Rio, Leonel Franca, Farias Brito, Rui Barbosa, Alberto Torres e poderíamos ficar dias inteiros enumerando os grandes escritores e pensadores Brasileiros e não terminaríamos a relação... E Gustavo Barroso é um desses gigantes.

3 – Gustavo Barroso nasceu em Fortaleza, Capital do Ceará, em 29 de Dezembro de 1888, tendo sua mãe falecido poucos dias após o seu nascimento, e sendo o seu pai muito ocupado pelo trabalho, sua educação ficou aos cuidados da avó e duas tias solteironas. Teve uma infância alegre, despreocupada e arteira.
Nos estudos, seu pai não permitiu a Escola Militar, então, foi matriculado no Liceu do Ceará; posteriormente, ingressou na Faculdade de Direito de Fortaleza, onde iniciou sua vida de intelectual, tendo publicado seu primeiro artigo em 1906. Começa a participar da Imprensa no Ceará e a colaborar com os Jornais do Rio de Janeiro, usando o pseudônimo que viria a tornar-se famoso “João do Norte”. Em 1910, desiludindo-se com a política local, muda-se para o Rio de Janeiro, onde fixa residência. Mas, no Rio, a vida não seria fácil, passou fome, dormiu em bancos nas praças, passou muita necessidade, até que conseguiu um emprego.
Retoma seus estudos de Direito, passa a colaborar no Jornal do Commercio. No Rio de Janeiro, escreve e publica mais de 160 Livros, começando por Terra de Sol (1912) e terminando por Mississipi (1961, editado postumamente). Tendo publicado uma vintena de Livros entre 1912 e 1922(Ao Som da Viola, Heróis e Bandidos, Pergaminhos, Praias e Várzeas, A Ronda dos Séculos, Uniformes do Exército Brasileiro, etc.), que o projetaram nacional e internacionalmente, e acaba sendo eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1923.
A Academia Brasileira de Letras é uma instituição que reúne os mais brilhantes literatos do Brasil. Fundada por Machado de Assis, suas quarenta Cadeiras são disputadas. Pois bem, o lema da ABL, em latim, diz: AD IMMORTALITATEM”, para a imortalidade. Assim, eis Barroso imortal.
Mas, Barroso não se acomoda à glória e continua escrevendo e publicando (Almas de Lama e Aço, Alma Sertaneja, O Annel das Maravilhas, Aquém da Atlântida, Através dos Folclores, O Brasil em face do Prata, A Guerra do Flores, A Guerra do Lopes, A Guerra de Artigas, A Guerra do Rosas, A Guerra do Vidéo, Inteligência das Cousas, O Sertão e o Mundo, Luz e Pó, entre outros), acumulando mais honrarias no Brasil e no Exterior. Em 1919 foi Secretário da Delegação Brasileira à Conferência de Paz, em Paris, onde elaborou-se o célebre Tratado de Versalhes. Em 1922, como coroação de um trabalho metódico, funda o Museu Histórico Nacional, de que foi Diretor quase até sua morte em 1959.

4 – Em 1932, outro famoso escritor Brasileiro, Plínio Salgado, funda um Movimento Político chamado Integralismo, cuja Doutrina é perfeitamente sintetizada em nosso lema “Deus, Pátria e Família”.
Gustavo Barroso filia-se a esta nova corrente política em 1933. Barroso era então um dos mais importantes intelectuais Brasileiros e sua adesão repercutiu em todo o Brasil. Em breve, outros tantos e brilhantes Pensadores Nacionais também filiaram-se ao Integralismo: Tasso da Silveira, Câmara Cascudo, Alcebíades Delamare, Mansueto Bernardi, Raimundo Padilha, Miguel Reale, Madeira de Freitas, Ovídio Cunha, Hélder Câmara, Machado Paupério, Rocha Moreira, Machado Florence, Contreira Rodriguês, Everardo Backheuser, Jaime Ferreira da Silva, Américo Jacobina Lacombe, Belisário Pena, Helio Vianna, etc.
Barroso continua escrevendo: O Quarto Império, Espírito do Século XX, Reflexões de um Bode, Brasil – Colônia de Banqueiros, O Integralismo e o Mundo, O Brasil na Lenda e na Cartografia Antiga, O Livro dos Enforcados, Portugal – Semente de Impérios, História Secreta do Brasil, A Palavra e o Pensamento Integralista, História Militar do Brasil, O Integralismo de Norte a Sul, A Sinagoga Paulista, O Integralismo em Marcha, Integralismo e Catolicismo, Judaísmo, Maçonaria e Comunismo, Comunismo, Cristianismo e Corporativismo, O que o Integralista deve Saber, etc.
Ora, o Movimento Integralista tem diversos Rituais, e um deles, dedicado aos Integralistas falecidos, diz: “No Integralismo ninguém morre! Quem entrou neste Movimento imortalizou-se no coração dos Camisas Verdes!” Eis aí conquistada a Segunda imortalidade de Gustavo Barroso.
Escritor prolífico – só superado por Coelho Neto -, Barroso prossegue editando seus Livros, paralelamente as suas atividades no Museu, na ABL, etc.: As Sete Vozes do Espírito, Segredos e Revelações da História do Brasil, Quinas e Castelos, Seca e Meca e Olivais de Santarém, História do Palácio do Itamarati, Introdução à Técnica de Museus, Nos Bastidores da História do Brasil, etc.

5 – Gustavo Barroso falece em 03 de Dezembro de 1959.
Gustavo Barroso batalhou incansavelmente pelo Povo Brasileiro, por sua felicidade, e todos os seus esforços e lutas como Jornalista, como Secretário de Estado, como Professor, como Deputado Federal, como Representante Brasileiro em Conferências e Exposições Internacionais, como Político, como Membro destacado da Academia Brasileira de Letras, como Fundador e Diretor do Museu Histórico Nacional, etc., são a prova viva de sua dedicação ao nosso Povo, que ele amava profundamente. Barroso faz parte da Galeria do Heróis Nacionais, ao lado de Tamandaré, de Raposo Tavares, de Pedro Teixeira, de Caxias, de André Vidal de Negreiros, de Henrique Dias, de Felipe Camarão, de Osório, de Alexandre de Gusmão, de Zumbi dos Palmares, de D. Pedro I, de José Bonifácio, do Barão do Amazonas, de Rondon, de Dom Pedro II, da Princesa Isabel, de Carlos Gomes, de Vila-Lobos, de Tiradentes, de Santos Dumont e tantos mais. Eis a terceira Imortalidade de Gustavo Barroso, aquela que atribuímos aos nossos Heróis Nacionais, que estão sempre vivos em nossa História e devem nos servir permanentemente como modelos, como exemplos que devemos seguir diante da Pátria, para engrandecê-la e nos tornarmos também Heróis Nacionais algum dia.
Assim, provamos por um exame sucinto da Vida e Obra de Gustavo Barroso que ele é triplamente imortal: Imortal nas Artes, Imortal para os seus Companheiros de Ideal Integralista, Imortal para a Nação Brasileira.

6) Integralistas, de pé!

Vou proceder a chamada do Companheiro Gustavo Barroso, antes, porém, peço um minuto de silêncio.

Gustavo Barroso. Presente!

Companheiros, no Integralismo ninguém morre! Quem ingressou neste Movimento imortalizou-se no coração de todos os Camisas Verdes.

Ao Anunciador do Quarto Império, ao Arauto da Quarta Humanidade, ao Vanguardeiro da Nova Era, ao Trimegisto dos tempos modernos, ao Companheiro Gustavo Barroso, três Anauês!

Anauê! Anauê! Anauê!



*Palestra proferida nos Núcleos Integralistas do Estado do Rio de Janeiro – NIERJ (FIB-RJ).

** Σ – Comerciante – Rio de Janeiro (RJ).

Um comentário:

Unknown disse...

Caro Sérgio de Vasconcellos,


há alguns dias atrás, encontrei o seu blog Integralismo e tenho lido-o, lamento que o blog Marxismo- estudos críticos esteja desativado e gostaria que soubesse que me confortou o coração ler suas palavras em várias postagens, assim como as palavras de Plínio Salgado causam-me conforto e me motivam. Seus escritos me dão uma alegria pelo estilo e pelo desenvolvimento das idéias. É certo para mim tornar-me um leitor cotidiano do blog e, embora me falte às vezes coragem para escrever e comentar quando conheço muito superficialmente o Integralismo, saiba, daqui detrás desse monitor há um leitor que aprecia seus escritos.

-Denis Gamell