quinta-feira, abril 03, 2014

O que é Integralismo?

Parte superior da primeira página de "O Integralista", que se editava no Rio de Janeiro (RJ).


Editorial de “O Integralista”(Ano I, Nº 2, Junho e Julho de 1989; p.2)

O Integralismo é um Movimento de Reconstrução Social, político e econômico, cultural e doutrinário. Seu caráter é nacionalista, opondo-se, portanto, a todos os regimes totalitários.

Infelizmente, muitos brasileiros ainda desconhecem o verdadeiro significado da palavra Integralismo. Outros tiveram conhecimento de maneira deturpada pelos adversários do Integralismo que, na maioria das vezes, agem de má fé.

Para clarificar melhor o que vem a ser Integralismo, transcrevemos alguns trechos de um trabalho de João C. Fairbanks:

Em Matemática define-se INTEGRAL como a soma de um número infinitamente grande de parcelas, sendo cada parcela infinitamente pequena. Por ANALOGIA, dir-se-ia que o elefante ou a figueira brava seria, cada um, a integral de células animais ou vegetais. Cada célula é pequeníssima; somadas as células em avultadíssimo número, dão o colosso do elefante ou da figueira. O oceano seria a integral de moléculas de água; o deserto do Saara, a integral de grãos de areia.

Pois bem, o Estado deve ser o oceano, o elefante ou a figueira do exemplo; deve ser a soma de todas as células operosas do organismo social. Sem nenhuma esquecer. O Estado é a integral dessas células. Cada pequeno lavrador é uma célula, e seu conjunto constitui o galho da federação agrícola integral do Estado. Cada operário, cada industrial, cada artífice idem, idem. Daí a formação dos sindicatos, que são integrais parciais de classe para a integralização social comum.

Integral significa soma, total. Assim, no organismo do elefante, se este, o organismo, é o total, as células, os membros, são partes, são parciais. Daí já se deduz a impossibilidade do Estado-parcela, do Estado-partido, que faliu no mundo inteiro. O Estado há de ser TOTAL, integral, cada célula produzindo para a totalidade social, e a totalidade social vigiando o bem-estar de cada célula, como a parábola bíblica do Bom Pastor: estão abrigadas as 99 ovelhas? Pois vamos cuidar de abrigar a centésima tresmalhada.

E é coerente com o que se observa na Natureza. Meu corpo – a integral de infinitas células – goza de saúde; de repente, pequenas células de um dente enfermam, a ramificação do nervo respectivo fica descoberta. A dor transmite-se ao cérebro. Todo o imenso rebanho corporal de células sofreu, porque algumas sofreram. Vou ao dentista, isto é, vou procurar atender às necessidades das poucas ovelhas tresmalhadas das células dentárias. Curo-me, todo o rebanho celular corporal sente-se bem. Porque nosso organismo não segue a política do Estado partidário, o conjunto celular do corpo não dirá às células doentes: nós estamos bem, vocês se arrumem...

Nosso aparelho digestivo é o único a comer; mas, pela TOTALIDADE, pela INTEGRALIDADE do nosso organismo, espalha o benefício do alimento pelos vasos quilíferos.

Se o aparelho digestivo não fosse INTEGRALISTA, diria aos vasos quilíferos: “vocês não funcionem; nós já comemos, o resto que se amole”.

Ora, se o aparelho digestivo egoisticamente não permitisse que o cérebro, o coração, os membros, recebessem o benefício do alimento, o corpo todo – a integral geral – morreria e com ele o órgão assim tornando egoísta. O acessório segue sempre o principal...

Também os rins filtram os líquidos, separando impurezas que intoxicariam todo o organismo. Se os rins fossem egoístas, fariam essa purificação no interesse próprio. Resultado: todo o corpo se envenenaria e, no seu perecimento, morreriam também os rins.

O mesmo raciocínio se aplicaria aos vegetais: se as raízes, depois de alimentadas seguissem o partidarismo, impediriam a seiva elaborada de subir pelo tronco. Pois se o interesse parcial delas estava satisfeito, que lhes importaria o interesse integral da árvore?

Donde se deduz que a natureza segue o INTEGRALISMO. E que o Estado integral é conforme a Natureza, razão pela qual o Integralismo dentro da REALIDADE NATURAL, considera a PARTE NO TODO, e NÃO o TODO NA PARTE, no que afinal consiste o absurdo da concepção partidária.