sexta-feira, abril 24, 2015

NACIONALISMO

NACIONALISMO

Jean Fronho de Souza*

Em uma entrevista com Enéas Carneiro, Jô Soares, após perceber que o político tinha ideias nacionalistas, ironizou-o, ao oferecer-lhe uma bebida. Após Enéas negar o uísque oferecido, o apresentador perguntou se ele gostaria de cachaça, argumentando que era um "produto nacional".

Não sei se, e em que medida, Jô Soares se opunha ao nacionalismo, mas o exemplo ilustra bem a sátira que certas pessoas fazem desse pensamento, atendo-se às suas expressões mais superficiais. Outros, por maldade ou desconhecimento, reduzem os movimentos nacionalistas a meras expressões de ditaduras intransigentes.

Porém, qualquer intelectual sério e, acima de tudo, que tenha amor a seu País, sabe que o nacionalismo não se resume a essas coisas. Ademais, nos tempos de hoje, em que a emergência de uma cultura global fabricada em laboratório, parece um projeto interessante aos que sonham como um mundo melhor.

Um projeto alto de nacionalismo não deve se atentar apenas a elementos menores e particulares que simbolizam uma nação. Deve, antes de tudo, atentar-se ao legado que cada nação tem para oferecer ao mundo, algo que só se conhece indo a fundo no ethos de um povo. Somente assim, pode-se compreender o seu legado espiritual e cultural e, em decorrência disso, seus modos políticos, econômicos e sociais mais afins.

O Brasil precisa de pessoas - sobretudo brasileiras - que amem o Brasil, pelo menos no momento, acima do progresso. Mais ainda, de intelectuais dispostos a descobrirem a essência do Brasil. Quem sabe, como um povo consciente de sua nacionalidade e que ame seu País, possamos pensar em uma nação melhor, capaz de se estabelecer perante o mundo.

*  Jornalista. Rio de Janeiro – RJ.



sábado, abril 18, 2015

Dom Hélder Câmara em Perspectiva

Dom Hélder Câmara em Perspectiva



Cleiton Oliveira(1)

Estão sendo divulgados dois textos de puro embate a pessoa de Dom Helder Câmara, que em alguns pontos, beiram à desonestidade intelectual e à falta de rigor de análise histórica.

Um dos textos “Quem foi realmente Dom Helder Câmara?”(2) do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira (IPCO) e o outro; mais antigo “Dom Helder Câmara – uma retrospectiva de fatos”(3) da editora Permanência.

A questão não é defender Dom Helder integralmente. Vejo que se ele não foi um dissimulado na defesa que fez da esquerda, foi no mínimo, um “inocente útil” deste credo – mas prefiro pensar que sua preocupação social, seu cristianismo o levou a isso (na década de 1930 pronunciou uma série de palestras em vários locais, mas, sobretudo, na Academia Brasileira de Letras sobre a temática do comunismo – “comunismo e a família”, “comunismo e a mulher” etc., como nos atesta o jornal integralista A Offensiva da década de 1930).

Penso que a intenção do texto, em especial o da Editora Permanência, é de afronta a D. Helder Câmara, que no calor dos embates daquele momento trata-o de fascista, comunista, desonesto e oportunista. Mas apresenta um perfil um pouco mais brando, quando trata de sua participação no Centro Dom Vital, senão vejamos: “Cerca de 12 anos Helder Câmara foi assistente eclesiástico do nosso Centro Dom Vital, a associação de escritores católicos presidida por Alceu Amoroso Lima, da qual saíram Gustavo Corção e a maioria dos sócios em 1963. Quando Alceu Amoroso Lima, juntamente com Helder Câmara, já mostrava inequívocos sinais de progressismo e esquerdismo.”

Então, ele foi nazi-fascista no integralismo, comunista enquanto bispo e enquanto membro do glorioso Centro Dom Vital ele apresentava apenas “sinais de progressismo e esquerdismo”?!

Outro ponto interessante é a questão da nota promissória do Banco da Guanabara e para onde foi o dinheiro: “esse dinheiro foi usado por D. Helder Câmara para suas promoções demagógicas irresponsáveis como, por exemplo, construir prédios de apartamentos para favelados, no meio de áreas residenciais mais abastadas, como a Praia do Pinto.” Não justificando o uso indevido do dinheiro, (se é que houve), mas a postura elitista, em que a questão não é o uso do dinheiro em si, mas a construção de moradia para favelados em “áreas residenciais mais abastadas”. Que cristianismo é esse da Permanência pretende atribuir lugar de pobre e de gente “abastada”?

O texto da Permanência é um pouco mais brando/honesto do que o do IPCO. Tenho bons amigos ligados ao IPCO (fundadores) e mesmo aos Arautos, mas vejo-os em demasia elitistas e muitas vezes liberais ao estremo em política. Esquecendo-se que o materialismo de “esquerda” e de “direita” foram condenados igualmente pela Santa Igreja.

E, neste ponto, não poderia deixar de apresentar aqui, a análise justa e inteligente do Padre João Batista de A. Prado Ferraz Costa, que em artigo – “Dom Hélder Câmara e Plínio Salgado”(4) – nos deixa este primor: ‘Na verdade, há muito católico conservador que não tem nenhum apreço pela doutrina social da Igreja (e aqui só me refiro aos documentos de Leão XIII a Pio XI) e só a cita no que diz respeito à condenação do comunismo. Mas quanto às diretrizes dos pontífices sobre uma organização sócio-econômica corporativa passam por alto, porque defendem o capitalismo liberal baseado na partidocracia dita democrática. São esses católicos ‘conservadores’, que tanto enaltecem os EUA, que acusam movimentos políticos como a Ação Integralista de ser nazista’.

Nas entrelinhas do texto da Permanência me parece ser negado a D. Helder dar uma esperança ao povo humilde dentro do cristianismo. Destaca que “é verdade que não lhe é permitido mistificar um povo humilde, simples e ainda dotado, em grande parte, de uma religiosidade católica”. O povo católico pode viver à míngua, enquanto, uma elite maçônica suga tudo deste povo (qualquer reivindicação social soa como comunismo).

Mas o drástico aqui, e principalmente no texto do IPCO, é o anti-integralismo – Integralismo esse que eles parecem desconhecer de todo ou assume e reproduz apenas a análise esquerdista de embate a este grande movimento político brasileiro – o texto do Padre João faz uma justiça à pessoa de Plínio Salgado, mas tem falhas na abordagem das ideias de Miguel Reale e Gustavo Barroso.

Outra questão é o caso do não acolhimento de Dom Helder, e penso de todo o ideal católico, pelo governo Castelo Branco. Se formos à história vamos ver que o comandante Mourão Filho, velho integralista, que deu pontapé inicial do levante civil/militar, e tão logo teve o acolhimento popular e a não resistência. Foi posto para o escanteio e substituto pelas rapinas ligadas aos interesses norte-americanos de enfrentamento ao comunismo que perpassou para a tutela econômica. A indústria brasileira (estou falando de tecnologia nacional) teve um grande retrocesso no governo militar, que priorizou as corporações multinacionais (eu acolhendo a análise da esquerda aqui, pois estão corretos nesta abordagem).

Penso que já estou me estendendo em demasia e não me cabe aqui, no momento, apresentar e debater todos os fatos que são muitos.

Mas no que pese a análise rasteira do integralismo, penso que deveriam ter no mínimo o bom senso de consultar as fontes integralistas.
O Padre João Batista me parece que consultou apenas ao livro de Plínio Salgado “A Vida de Jesus”, que é realmente um primor, e se não estou equivocado, reproduz a tese de Francisco Martins de Souza(5).

O texto da Permanência penso que esteja dentro de um contexto de refrega e se não estou equivocado, Dom Hélder estava vivo e poderia se defender.

Agora o texto do IPCO é fruto, além deste posicionamento de combate, de uma desonestidade intelectual. Poderiam, no mínimo, consultar os escritos de Dom Helder da década de 1930 e os escritos de Plínio Salgado(6)– e como os de Salgado são muitos deixo minha indicação: “Palavra Nova dos Tempos Novos” de 1936, “Despertemos a Nação” de 1935, “A Quarta Humanidade” 1935, “Psicologia da Revolução” de 1934 e “O Que é o Integralismo” de 1933, apenas indicando parte de sua produção dos anos 30, a produção posterior apenas aprofunda e amadurece o contido nestas obras.

Neste ponto, o Padre João Batista se equivoca em atribuir a Salgado um amadurecimento espiritual apenas em seu exílio em Portugal, se esquecendo que sua “Vida de Jesus”, publicada em 1942, já havia sido iniciada no Brasil, inclusive tendo seus originais confiscados pela polícia, quando da prisão de Plínio pelo Estado Novo.

Agora se D. Helder defendeu Che Guevara e todo o movimento de guerrilha, sabemos hoje, que ele estava completamente equivocado merecendo nossa ressalva neste ponto.

Pelo Bem do Brasil!
Cidade de Goiás, 18 de abril de 2015.




1)Professor da rede estadual de ensino de Goiás.
5) SOUZA, Francisco Martins de. Raízes Teóricas do Corporativismo Brasileiro. Rio de Janeiro, Ed. Tempo Brasileiro, 1999.
6) Neste ponto é interessante o artigo de Plínio Salgado “Equívocos de Dom Helder”, disponível no blog populista (grande trabalho de Resgate do companheiro Guilherme Jorge Figueira): http://historia-do-prp.blogspot.com.br/2015/04/plinio-salgado-critica-publicamente-d.html, acesso 15/04/2015.

quarta-feira, abril 15, 2015

SKINHEADS - IV

SKINHEADS - IV

Alberto Vianna

Pode parecer que realmente foram em vão meus esforços, por mais técnicos que o fossem. O mais intrigante é que o movimento dos skinheads também possuí vertentes "Red-Skins" voltadas ao anarquismo, marxismo, punks e comunistas, grupos enormes,  como R.A.S.H. (Red and Anarchist Skinheads) e vários outros, o que torna isso tudo irônico.

No entanto, meus esforços não foram em vão. Eu acho que é imperativo todos integralistas e nacionalistas pesquisarem a fundo a respeito destes pseudomovimentos e as suas influências subculturais, subversivas, marxistas culturais e suas origens na revolução sexual dos anos 60 e 70, que foi um ponto de partida para a destruição da civilização ocidental e de onde nos encontramos hoje. Espero que meu texto ajude, e que eles vejam a luz na tentativa de mudarem, mesmo que gradativamente. E que Deus os ilumine contra a decadência humana em todos os aspectos.

Subculturas são por si só, sociologicamente falando, pseudomovimentos, foi nesse aspecto que fundamentei meus comentários anteriores, e não com intuito de ofensa e ou menosprezo aos skinheads, embora eu tenha desprezo pessoal por TODAS as subculturas existentes na idade contemporânea, principalmente as originadas nas décadas de 60 e 70, por razões mais do que óbvias. No entanto, não disse tal coisa segundo meu achismo, mas baseado na sociologia, no dicionário brasileiro de letras, e na história dasorigens dos skinheads e seus fundadores, que assim o dizem e categorizam o movimento como tal, uma subcultura Afro-jamaicana, que incita a violência, sexo, alcoolismo, hooliganismo, futebol, drogas e Rock And Roll. Não pretendia ferir susceptibilidades. Apenas disse o que é, segundo os próprios criadores, ex-membros e a comunidade acadêmica internacional de sociologia.

Não pretendo me envolver e ou instigar pessoas envolvidas e ou que defendem ou simpatizam com grupos com histórico de violência civil enorme como os skinheads. Sou cidadão de bem, brasileiro, e já é difícil viver seguro com o crime organizado. Meu objetivo não é caçar discórdia com estes grupos e ou seus defensores.

É indesculpável a defesa de uma subcultura de gênero musical Afro-jamaicano, estrangeiro, ideologia que foi parte integrante da revolução sexual dos anos 60 e 70, que incita e incitou no mundo inteiro, em especial a juventude inglesa a violência, sexo irresponsável, alcoolismo, hooliganismo, futebol, o uso de drogas e a adoção do Rock And Roll como estilo de vida.


É um dever saber o enorme prejuízo social que este movimento e suas variantes fazem, fizeram e custam e custaram a humanidade e em especial ao Brasil. 

quarta-feira, abril 08, 2015

O QUE É A DEMOCRACIA ORGÂNICA


Luiz Gonçalves Alonso Ferreira

Movidos por ignorância ou má fé, acusam alguns espíritos superficiais os integralistas de se posicionarem contra o voto e defenderem a implantação no Brasil de uma ditadura de tipo fascista.

Nada mais falso.

Na verdade, tais vilanias, dentre tantas outras assacadas contra os seguidores da doutrina do Sigma, nada mais são do que fruto do ódio cego cultivado pelos tradicionais adversários políticos do Integralismo, única corrente de ideias que representa hoje em nosso país, através da Frente Integralista Brasileira (FIB), a legítima reação ao moribundo regime liberal-burguês e às falsas oposições de cunho socialista e/ou comunista.

Em seus ataques irracionais, desconhecem ou se esquecem os detratores do Integralismo que este movimento, na crítica que sempre realizou à liberal-democracia, jamais se colocou, em toda sua trajetória história e política, contra a própria Democracia, em sua concepção mais ampla. Pregou e continua pregando, isto sim, seu aperfeiçoamento, através da superação do Estado de caráter liberal-burguês – anacronismo do século XVIII, cujos erros e males vêm se acumulando nos últimos trezentos anos - pela construção de uma forma mais perfeita de Estado, fundamentada sobre os princípios da Democracia Orgânica – ideia nova dos séculos XX e XXI - proposta no Brasil pelo gênio político de Plínio Salgado (1895-1975). Da mesma forma, jamais se declarou o Integralismo contra o voto, propugnando, isto sim, sua valorização, pela defesa de uma urgente reforma no sistema representativo brasileiro, que conceda funções legislativas ás representações de classe, ou seja, aos setores produtivos que contribuem verdadeiramente para a riqueza material, cultural, moral e espiritual da nação.

Mas, num plano geral, no que consiste a Democracia Orgânica?

Para o bom entendimento da proposta, de forma didática, Plínio Salgado comparava o funcionamento do Estado com o funcionamento do próprio corpo humano. Neste, cada órgão cumpre uma atividade específica e, conjuntamente, cooperam todos para a realização plena de nossas funções vitais. Se acometido por alguma enfermidade, um órgão passa a desempenhar mal seu trabalho, não somente ele, mas todos os demais órgãos sentirão sua debilidade. Assim como na vida biológica, o mesmo ocorre na vida social. Os trabalhadores – do capital, do trabalho, da inteligência -, órgãos da nação, cada qual em sua área de atuação, competem todos para o progresso e desenvolvimento do país. Se as necessidades básicas de qualquer setor produtivo não forem atendidas, resultará que, observando-se as relações de interdependência, a saúde do organismo social, toda ela, ficará comprometida.

Nesta visão integral, os grupos profissionais devem ser reconhecidos pelo Estado conforme sua importância para a sociedade, pois são eles os lídimos construtores da riqueza nacional. O atual sistema de representação é falho e inviável precisamente por ignorar e desdenhar a relevância social dos setores produtivos, não considerando suas justas aspirações. O erro provém da Revolução Francesa, cujo preconceito iluminista e burguês contra as instituições da Idade Média abolira as antigas corporações de ofício, as quais regulavam e organizavam o trabalho, representando-o à época junto aos centros de decisão política. Com o surgimento dos partidos políticos – idealizados como organismos artificiais de representação para remediar a situação -, elementos intermediários foram criados, isolando governo e trabalhadores. Estes passaram a designar para as funções legislativas homens que, pertencendo a profissões diferentes, jamais poderiam defender de forma satisfatória os interesses de seus eleitores. Era instituído então o voto deslocado, perdido. Considerado em sua expressão meramente numérica, ele não estabelecia uma base de correspondência entre o que votava e o que era votado. O erro perdurou. E, até os dias atuais, vemos, por exemplo, um professor elegendo um médico para cuidar de seus interesses, um comerciante elegendo um advogado, um agricultor elegendo um industrial, etc. O absurdo é maior se dirigirmos nossa atenção para os altos escalões dos governos: ministérios e secretarias, muitos deles estratégicos, são reservados a indivíduos que, sem familiaridade alguma com as áreas para as quais foram destinados – por não terem formação nelas -, recebem pastas levando-se em conta apenas o mesquinho critério da filiação partidária. No corpo humano, tal descalabro seria como se o fígado quisesse realizar as tarefas do coração ou os rins as do estômago. Um Estado assim, funcionando em descompasso, dificilmente estará apto a sanar os problemas relativos ao Trabalho. Pelo contrário: distanciando o governo dos setores produtivos da nação – daí a origem dos sindicatos, forma legítima encontrada pelos trabalhadores para fazerem valer seus direitos - viverá sempre em clima de tensão social, preparando terreno fértil ao avanço de movimentos defensores de filosofias políticas negativistas, que trabalham com oportunismo na exploração da luta de classes, através da manipulação dos órgãos de representação profissional.

Para restaurar o equilíbrio entre governo e trabalhadores, Plínio Salgado considerava justo o Estado delegar funções legislativas ás representações de classe, com o estabelecimento das chamadas Câmaras Orgânicas. Nos EUA, foi o ex-bispo de Nova Iorque, Fulton Sheen quem, defendendo a ideia, justificava-a com um argumento poderoso: “Há mais motivo de identidade de interesse entre um ferroviário da Califórnia, no Pacífico, e outro em Nova Iorque, no Atlântico, do que entre duas pessoas que, residindo na mesma cidade – e até votando na mesma seção eleitoral, acrescentamos nós - são de profissão diferente”.

Inúmeros pontos contam a favor da Câmara Orgânica. De fato, mais que os partidos políticos, são os grupos profissionais os que, pela experiência cotidiana, detém o conhecimento e a capacidade técnica necessários para empreender projetos e leis eficientes, viabilizando soluções efetivas para os mais variados problemas nacionais. A qualidade intelectual de nossos representantes aumentaria. A Câmara Orgânica conciliaria as relações entre Capital e Trabalho, ao garantir assento tanto a empregados quanto a empregadores que, compartilhando dos mesmos poderes e atribuições, estariam representados em igualdade de direitos. Combateria a corrupção: os grupos econômicos deixariam de pressionar os políticos, sugestionando-os financeiramente com propinas ou doações para campanhas, pois os grupos profissionais seriam elevados na vida nacional como membros efetivos de participação política. Limitando-se em épocas eleitorais a campanha e propaganda política aos círculos mais restritos das representações de classe, os recursos necessários para cobrir os gastos com campanhas milionárias – note-se a atualidade do problema – perderiam seu sentido. Candidatos humildes e capazes teriam mais condições de expor suas ideias e elegerem-se.

Naturalmente, não obstante a perenidade e imutabilidade de seus valores doutrinários essenciais, reconhecem e reafirmam os integralistas o caráter prospectivo e dinâmico da História, o que determina - na marcha empreendida pelo movimento em pleno século XXI, bem como, na complexidade do tempo que ora vivemos - a necessidade da constante revisão e atualização de seus valores acidentais.

Dessa forma, com a Democracia Orgânica, não colimam os integralistas a extinção dos atuais partidos políticos, mas sua continuidade e fortalecimento. Tampouco menosprezam a importância do voto, mas valoriza-o, dando-lhe um real significado, ao ligar o eleitor a um candidato inserido em sua categoria profissional e, portanto, identificado com seus justos anseios e aspirações.

Assim, dentre várias propostas estudadas pelos integralistas para a efetivação da Democracia Orgânica e o voto profissional, destaca-se, por exemplo, a da necessidade da estruturação no seio das organizações político-partidárias das representações de classe, que elegeriam para as Câmaras e Assembleias Técnicas os candidatos inscritos em suas legendas. Estes, por sua vez, passariam a desempenhar suas funções legislativas de acordo com a orientação doutrinária e programática de seus respectivos partidos. Nos pleitos internos dos partidos, os representantes de classe reunidos na mesma legenda política, poderiam eleger os dirigentes da agremiação nas três esferas: municipal, estadual e federal.

Como se vê, longe de se constituir um modelo acabado, a instituição da Democracia Orgânica deve obrigatoriamente ser precedida por uma ampla discussão nacional sobre sua organização e funcionamento, a qual convidam os integralistas os mais amplos setores pensantes da sociedade brasileira – juristas, imprensa, professores, cientistas políticos, etc. – e mesmo seus adversários no campo político.

Num momento em que a sociedade brasileira acaba de comparecer às urnas para a escolha de seu novo Presidente da República, triste é constatar, nos diversos debates políticos travados entre os candidatos – tanto em primeiro quanto em segundo turno –, a total ausência de propostas concretas para as principais reformas reclamadas pela nação. Dentre elas, a elaboração de um novo sistema representativo para o país é certamente a mais ignorada, embora das mais urgentes.

Reorganizados no século XXI, são os integralistas hoje a única corrente de pensamento e ação política que se apresenta como portadora de uma proposta clara, eficaz e verdadeiramente revolucionária para o problema.


Nesta luta pelo estabelecimento da Democracia Orgânica, nós, da Frente Integralista Brasileira, pedimos o apoio e a participação de todos os trabalhadores, de todos os setores produtivos da nação, infelizmente negligenciados e desvalorizados pelas falhas e omissões de um sistema representativo que opera tão somente em benefício dos caciques dos partidos, dos politiqueiros profissionais e dos grupos plutocráticos que os apoiam.

quarta-feira, abril 01, 2015

SKINHEADS - III

SKINHEADS – III

Alberto Vianna
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MINHAS SUPOSTAS CONSIDERAÇÕES "PSEUDOCULTURAIS" DO MEIO ACADÊMICO SOCIOLÓGICO, CIENTÍFICO E HISTÓRICO.
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“Pseudo-argumentos”? Baseados na história, ideologia do próprio movimento e na sociologia?! Eu pretendia fazer um debate pacífico e produtivo, mas...

Eu realmente sugiro que aprofundem as leituras a respeito das origens e as influências dos skinheads, subculturas, subversividade e os efeitos e influências destes na globalização e no marxismo cultural, em especial, as que nasceram nas décadas de 60 e 70.  Já disse que fico feliz com a vontade demudança de tal movimento, de querer construir uma vertente nova entre outras variações, mas desmentir tais factos sociológicos, históricos e acadêmicos a fim de legitimar-se já se torna algo um pouco ridículo. Estou aqui agora para defender minhas fundamentações e minha integridade ideológica e meu posicionamento a respeito deste grupo como um todo, o que farei abaixo.

A questão não é somente gênero musical, longe disto, mesmo que se trate de um gênero musical Afro-Jamaicano (nem se quer originou-se na Inglaterra), que incita a violência, sexo, alcoolismo, hooliganismo, futebol, drogas e Rock And Roll, o que já o torna incompatível com todas e quaisquer vertentes nacionalistas e tradicionalistas no mundo, em especial com a Integralista. Mas, a questão NÃO É APENAS ESSA, muito menos ser estrangeira e ou internacionalista como ela o é, é um tema muito mais vasto e complexo como já citei diversas vezes.

O que foi citado por mim foramresumos explicativos sobre o tema de maneira BREVE E SUPERFICIAL para tentar fazer compreender a complexidade e vastidão do assunto, e não opiniões pessoais a respeito, pois, citei minhas fontes claramente, incluindo autores renomados no campo científico que falam a respeito e membros oficiais do movimento em outros países e criadores oficiais do movimento dos skinheads. Se desejam realmente adentrar no tema leiam as obras científicas da sociologia a respeito, obras de história a respeito da origem dos skinheads no mundo, leia as biografias dos criadores do movimento, e se, depois disso, alguém for capaz de contrapor estes argumentos - alegadamente “meus pseudo-argumentos” -, então, isso será um ponto para iniciar-se um debate sério a respeito. Afinal, não sou eu quem diz que os skinheads são subculturas, o campo acadêmico sociológico assim o diz, a história dos skinheads e suas características assim o dizem.

Nem busco adentrar na questão doutrinaria ideológica, estou focalizando o ponto de vista científico, aqui baseado na sociologia e história, pois a questão doutrinária e ideológica já é obvia demais para fundamentar argumentos a respeito da ambiguidade e incompatibilidade entre Skinheads x Nacionalistas em termos internacionais e ou nacionais, como o Integralismo.

Se não creem no que eu digo, e ou discordam, sugiro que façam “debate” com quem diz ser o contrário, lendo as obras básicas abaixo sobre o tema. Quando forem capazes de fazer um contraponto oficial e desmenti-las no meio acadêmico, contra o que dizem tais meios junto com os grupos dos skinheads e de seus fundadores - caso ainda não tenham falecido de overdose em algum lugar durante a década de 60 e 70 -, e o fazê-lo a nível internacional e ou nacional, e faze-lo publicamente, voltarei aqui e retificarei minhas ponderações com prazer. Fechado?! Bom trabalho. Vai levar alguns anos, talvez alguns mestrados, vejo vocês daqui a 8 ou 10 anos. Boa sorte. Vão precisar.

Até lá, sugiro que inicie pelas seguintes obras, que facciosos alegam ser “pseudociência”, e que fundamentam em parte minhas ponderações:
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INTRODUÇÃO BÁSICA SOBRE A INFLUÊNCIA DAS SUBCULTURAS, A SUBVERSIVIDADE, GLOBALIZAÇÃO E MÍDIA DE MASSA, MARXISMO CULTURAL E AS ORIGENS HISTÓRICAS, SOCIOLÓGICAS, CULTURAIS E IDEOLÓGICAS DOS SKINHEADS NO MUNDO E NO BRASIL.
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Dicionário escolar da língua portuguesa/Academia Brasileira de Letras. 2ª edição. São Paulo. Companhia Editora Nacional. 2008. p. 1 187.
Subcultures, pop music and politics: skinheads and "Nazi rock" in England and Germany, Journal of Social History, Find Articles at BNET.com
Old Skool Jim. Trojan Skinhead Reggae Box Set liner notes. London: Trojan Records. TJETD169
UK skinheads - the Glasgow skinhead crew, the Spy Kids
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RudeBoy/Skinhead Style - Ruder Than the Web!
Spirit of '69: a Skinhead bible, George Marshall, S. T. Publishing, 1994, ISBN
Skinhead, un poco de historia del origen de los skins, del Sharp, Rash, el Oi!,ska, etc
Que es la Federación Anarco Skinhead???? Entrevista a la Federación de Anarco-Skin Heads (feita em novembro de 2004)  Federación Anarco Skinheads(F.A.S.H.) Zona Norte
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E T C.  


OMITI OBRAS DA GLOBALIZAÇÃO E DO MARXISMO CULTURAL NA LISTA, MAS HÁ VÁRIAS QUE COMENTAM A RESPEITO.