domingo, maio 01, 2011

Novo atentado à liberdade: o Politicamente Correto

J. F.  Neules*

Chegou de mansinho, todo maciez e boas intenções, parecendo não querer incomodar ninguém. Começou há mais ou menos 30 anos com uma ideia até simpática, a de combater esse vício feio e anti-higiênico que é o tabagismo. Parecia então uma iniciativa perfeitamente válida. Falamos do “politicamente correto” (p.c.), que de alguns anos para cá vem mostrando toda a sua cara. E é uma cara muito feia.

Efetivamente, esta nova mania aparecida no último quartel do infausto século XX está atingido agora seu paroxismo ao atacar as liberdades mais elementares do ser humano, na medida em que costumes e procedimentos perfeitamente inocentes e necessários – até mesmo essenciais – passam a ser pura e simplesmente negados às pessoas.

Assim vemos com assombro como medicamentos essenciais à saúde passam a ser redondamente proibidos sob o pretexto de conter ingredientes nocivos. Dois exemplos entre tantos: o éter, um valioso antisséptico; e o ópio canforado. Este era largamente usado na forma de um medicamento antigo, semiartesanal chamado “Elixir paregórico”, excelente para males intestinais: seu ingrediente básico era o ópio canforado, que em doses ínfimas acalmava os movimentos peristálticos e curava as diarreias dolorosas devidas a males superficiais como indigestões. E agora eis que ambos, éter e ópio canforado têm sua venda ao público absolutamente vetada.

Enquanto9 isso os refinadores de cocaína da Colômbia e da Bolívia têm à disposição quantos hectolitros de éter necessitam para seu mister maldito; e os traficantes fornecem em qualquer “boca” não apenas maconha, cocaína e crack, mas também ópio em bruto em qualquer quantidade que o viciado quiser ou puder pagar. Para não falar em seus concentrados muito mais mortais, a morfina e a heroína.

E alguém duvida de que este é exatamente o objetivo almejado pelos inventores do “p.c.”?

O “politicamente correto” está se tornando algo mais radical e inumano que as patrulhas do “Big Brother” do famoso romance “1984” de Orwell, pois atinge direitos elementares que o ser humano teve associados a sua dignidade intrínseca  desde sempre e que agora lhe são negados com base em sofismas tão irracionais quanto ofensivos. Cabe citar aqui também as “ONGs” ambientalistas que em nosso Brasil impedem há mais de duas décadas e meia a construção de hidrelétricas essenciais ao p0rogresso nacional sob o pretexto vil de que poderiam “atracar o habitat de animais em perigo de extinção”. Sendo que são elas mesmas – as ONGs subordinadas a Washington e Londres, isto é à City e a Wall Street – que elaboram os relatórios que referem os tais “perigos de extinção”. E assim por diante. Com isso nosso País vai dependendo cada vez mais de usinas termelétricas que – por requinte de ironia – além de muito mais caras são altamente poluidoras.

O assunto tem desdobramentos infinitos, sendo que cada leitor pode observar a seu redor outros exemplos de ataques do “p.c.” às liberdades elementares. E o objetivo desta ofensiva contra a civilização já é evidente: retirar ao homem sua dignidade intrínseca de racional, de Rei da Criação. Animalizá-lo para melhor o escravizar ao cetro de ferro dos “Donos do Mundo”.

* . São Paulo (S.P.). Jornalista.

Um comentário:

Anônimo disse...

As vezes me pergunto se vale a pena perdermos nosso tempo escrevendo coisas uteis na internet, sendo que o povo não demonstra interesse pelas mesmas.
Não sei bem suas opiniões, mas acredito que ninguém daria enfase a algo que não gera lucro, pelo contrario so incomodação se realmente não acreditasse no que escreve.
QUEM SOU EU:
ALGUÉM QUE AINDA DESEJA ACREDITAR NO POTÊNCIAL HUMANO PARA O BEM SER POSTO EM PRÁTICA.