sábado, outubro 18, 2008

Ascendino Leite critica a guerra de silêncio infligida a Plínio Salgado.

O renomado escritor Ascendino Leite, no seu afamado “As Coisas Feitas”, insuspeitamente, pois nunca foi Integralista, protesta contra o silêncio criminoso em relação a Plínio Salgado e sua Obra, eis o que ele diz:
“Plínio foi (é) um exemplo ilustrativo do que afirmo. Sua obra literária, propriamente dita, que abrange romances como O Esperado e O Estrangeiro, está a sofrer o obscurecimento planejado de historiadores e críticos engajados em campo oposto ao do inspirador do Integralismo, no sentido de destruir qualquer lembrança do valor dessa mesma obra.
“(...).
“Não me canso de ler essa Vida de Jesus, de Plínio Salgado, obra prima, duma grande, extraordinária perfeição. Sobre o tema, não há em português uma só que a supere sob qualquer aspecto em que se a aprecie. Linguagem, composição e estilo, tudo nela exprime o máximo das qualidades positivas dum escritor, dum poeta, dum mestre apaixonado pelo seu tema, sem exagero, sem heresia. Mais de vinte edições, uma dezena fora do nosso país, em outros idiomas.
“Mas entre nós quem fala nela? Silêncio completo. Até a Igreja Católica parece ignorá-la. Ninguém, nenhum crítico, nem mesmo Tristão de Ataíde, se abala a comentar a existência desse livro, não obstante a singular mensagem que nele se contém, - belíssimo monumento dedicado à propagação da divindade, da glória e da humanidade de Cristo. Livro tão importante quanto o de Renan. Bem mais perfeito e tocante que o de Mauriac.
“A censura política cegou o espírito crítico em nosso país e acabou transformando o seu autor num escritor maldito, e a sua considerável contribuição à nossa expressão literária, numa obra proibida”.
(Ascendino Leite – “As Coisas Feitas – Jornal Literário” – Rio de Janeiro – Eda Editora – 1980 – págs. 125 e 126).

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