sexta-feira, janeiro 30, 2009

 MANIFESTO DA GUANABARA.

O Companheiro Victor Emanuel lendo o Manifesto durante o 3º Congresso Nacional da F.I.B.
Breve Histórico: Durante os dias 22, 23, 24 e 25 de Janeiro de 2009 realizou-se o Fórum Integralista Rio 2009, em que foram discutidosos problemas nacionais e as respectivas soluções Integralistas. Como ponto alto do Magna Encontro, foi amplamente debatido e aprovado pelo Plenário do 3º Congresso Nacional da Frente Integralista Brasileira (F.I.B.) - que reuniu-se sob a Presidência do Companheiro Marcelo Silveira no dia 24 de Janeiro -, o Manifesto da Guanabara, redigido pelo Secretário Nacional de Doutrina e Estudos da F.I.B., o Companheiro Victor Emanuel Vilela Barbuy. No dia 25 de Janeiro de 2009, às 11h30min., no Largo do Paço, diante do Monumento ao General Osório, o próprio Companheiro Victor Emanuel leu o Manifesto, lançando-o publicamente. Terminada a leitura, aplausos e Anauês saudaram o Manifesto e seu Autor. A seguir, a íntegra do Documento:
MANIFESTO DA GUANABARA.
Preâmbulo

Nós, os soldados de Deus e da Pátria, reunidos no Largo do Paço, nesta histórica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, nesta data natalícia da igualmente histórica cidade de São Paulo do Campo de Piratininga, sob as bençãos de Deus, realidade primordial, suprema e absoluta, e em nome Deste, da Pátria e da Família, lançamos o presente manifesto, sabendo que de nosso triunfo ou derrota dependerá o triunfo ou derrota do Brasil e de que moralmente a vitória já é nossa.

Introdução

Art. 1° - O Integralismo é uma Doutrina que, por Deus, Ser Supremo e Absoluto, pela Pátria, Terra dos Pais, que é também nossa e de nossos filhos nascidos ou por nascer, e pela Família, cellula mater da Sociedade, compreende o Universo de um modo integral, pretendendo edificar o Novo Estado, a Nova Sociedade e a Nova Civilização de acordo com a hierarquia de seus valores espirituais e materiais, segundo as leis que regem seus movimentos e sob dependência de Deus, que criou o Homem à sua imagem e semelhança, lhe conferindo uma destinação superior, um destino transcendente.
Parágrafo único: A hierarquia supracitada, em que se fundam o princípio e o exercício da Autoridade, faz prevalecer o Espiritual sobre o Moral, o Moral sobre o Social, o Social sobre o Nacional e, por derradeiro, o Nacional sobre o Particular.
Art. 2º - O Integralismo é um movimento cívico-político que tem por objetivos a felicidade do povo brasileiro, a Justiça Social, a grandeza da Nação, que deve ser redimida e reconduzida à marcha de seu destino histórico, a edificação de um Estado Ético e de uma Democracia Integral e a criação de uma Ordem Jurídica que - emanada da íntima essência nacional, da Tradição e do Passado Integral da Nação, refletindo, pois, o Brasil real, profundo e autêntico – concretize as normas do Direito Natural, levando sempre em conta as circunstâncias de tempo e de lugar.
Art. 3º - O Integralismo, não defendendo expressamente nem a Monarquia e nem a República e reunindo tanto monarquistas quanto republicanos, não é um sistema de governo e sim um regime, podendo ser implantado tanto numa Monarquia quanto numa República.
Parágrafo único: O Integralismo edificará uma Democracia Integral, que poderá ser coroada ou não, de acordo com a vontade consciente do povo brasileiro.
Art. 4º - Não é possível que haja um Novo Estado, uma Nova Sociedade ou uma Nova Civilzação sem que haja um Novo Homem, sendo em razão disto que o Integralismo prega a Revolução Interior, Revolução do Espírito, mudança de atitude em face da realidade e dos problemas, que necessariamente deve anteceder à Revolução Exterior, Revolução das Instituições, que não pode em hipótese alguma violar a Liberdade, a Integridade e a Intangibilidade da Pessoa Humana, de seu livre-arbítrio e dos Grupos Naturais a que esta pertence e nos quais melhor exerce seus direitos e cumpre seus deveres em face da Sociedade, da Pátria e da Família.


Capítulo I: Da Religião


Art. 5º - O Integralismo é um movimento espiritualista, afirmando a imortalidade do espírito e o amor a Deus e à Pátria Celestial acima de todas as coisas.
Art. 6º - O Integralismo é uma frente ampla espiritualista, reunindo pessoas de todos os credos irmanadas na luta contra o materialismo grosseiro e avassalador, tanto em sua face liberal quanto em sua face comunista.
Art. 7º - O Integralismo se propõe a respeitar a liberdade de culto, desde que o culto não constitua uma afronta à Moral, à Ética e aos Bons Costumes ou uma ameaça à Segurança Nacional, defendendo, em matéria de cooperação religiosa, o regime de Concordata, sem prejuízo da autonomia das partes e visando sempre a grandeza e a felicidade da Nação dentro de suas bases cristãs, do ideal cristão sob cujo signo nasceu e floresceu nossa Sociedade.

Capítulo II: Da Pessoa Humana e de seus Deveres e Direitos Naturais

Art. 8º - A Pessoa Humana, substância individual de natureza racional criada por Deus à sua imagem e semelhança, possui um espírito imortal, dotado de inteligência e de livre-arbítrio, devendo encontrar nos Grupos Naturais e no Estado os meios de melhor cumprir seus deveres e de melhor exercer seus direitos, de acordo com sua natureza transcendente.
Art. 9º - O Ente Humano, que tem o mister de praticar, em sua marcha sobre a Terra, as virtudes que o enobrecem, não deve ter seu valor medido pelos bens que possui ou pela classe social ou etnia a que pertence, mas sim por suas virtudes morais, éticas e cívicas e pelo trabalho por ele exercido em benefício do Bem Comum, compreendido este como o conjunto de condições externas adequadas a permitir o integral desenvolvimento do Homem e dos Grupos Naturais.
Art. 10º - O Ser Humano, que deve ter sua Integridade, sua Dignidade, sua Intangibilidade e sua Liberdade respeitadas pelo Estado, é dotado de Direitos Naturais impostergáveis, sagrados e invioláveis, tais como:
I – O Direito à Vida, desde a concepção até à morte natural;
II – O Direito à Liberdade, desde que usada para o bem;
III – O Direito ao Trabalho, direito de cumprir um dever social e humano, remunerado de forma justa, de modo que o trabalhador progrida e se desenvolva moral, ética, mental, social, política e economicamente;
IV – O Direito à Associação, isto é, o direito de se unir a outras pessoas para formar associações autônomas de ordem cultural, científica, social, econômica, profissional ou recreativa, com o fim de proteger os interesses de seus membros e de fortalecer o Bem Comum;
V – O Direito à Religião, direito de cumprir seu dever de confessar a Deus e de prestar-Lhe culto público e privado;
VI – O Direito à Propriedade, dentro dos limites impostos pelo Bem Comum, ou seja, o Direito de Propriedade exercido de modo justo, em proveito de toda a Sociedade;
VII – O Direito de constituir Família por meio do matrimônio e de organizá-la;
VIII – O Direito à Educação Integral, isto é, à formação física, intelectual, ética, moral, cívica e religiosa.

Capítulo III: Do Direito Natural e do Direito Positivo

Art. 11 – O Ente Humano, na esfera de suas aspirações intelectuais, morais e materiais, possui, como vimos, Direitos Naturais decorrentes de sua própria essência e não do Estado, que tem, com efeito, o dever de respeitá-los.
Art. 12 – A Doutrina do Sigma defende o Direito Natural clássico, concreto e autêntico, opondo-se tanto ao Direito Natural laicizante, abstrato e inautêntico do “Iluminismo” quanto ao estatalismo moral-ético-jurídico caracterizado pela crença de que o Estado é a fonte única e exclusiva da Moral, da Ética e do Direito.
Art. 13 – O Direito Natural clássico tem suas bases assentadas sobre a tradição formada pelos filósofos da Grécia, pelos jurisconsultos de Roma e pelos teólogos e canonistas da denominada Idade Média.
Art. 14 – O Direito Natural deve ser completado pelo Direito Positivo, cabendo a este a concretização das máximas gerais daquele, tomando em consideração as circunstâncias de tempo e de espaço e estando plenamente de acordo com a Tradição Integral e o Espírito da Nação.

Capítulo IV: Da Família

Art. 15 – A Família, instituição natural e divina, tendo por fundamento o matrimônio entre pessoas de sexos distintos, é a cellula mater da Sociedade, o primeiro e mais importante dos Grupos Naturais, posto que constitui o nascedouro da vida social e o repositório das mais lídimas tradições pátrias.
Art. 16 – O Estado deve fazer tudo o que for possível para manter a integridade da Família, respeitando a intangibilidade de seus direitos e lastreando sua autonomia com sólidas bases de natureza econômica.
Art. 17 - A fim de que cumpra sua missão natural e histórica, tem a Família o direito:
I - A salário suficiente para atender a suas necessidades morais, intelectuais e materiais básicas;
II – A moradia digna e sã, tanto no aspecto material como no aspecto moral, e que não seja distante de maneira excessiva do local de trabalho;

Capítulo V: Da Propriedade

Art. 18 – A Propriedade Privada é legítima, uma vez que está de acordo com a natureza humana e porque, de maneira geral, tal regime é o que melhor assegura a utilização dos bens materiais e a Liberdade da Pessoa Humana.
Art. 19 – Os bens materiais da Terra estão destinados, antes e acima de tudo, à satisfação das necessidades sociais da Coletividade, de modo que o Direito de Propriedade deve ser exercido de maneira justa, em proveito de todos. Em outras palavras, a Propriedade deve cumprir sua Função Social.
Parágrafo único: A Propriedade que não exercer sua Função Social deverá ser expropriada para fins de Reforma Agrária (caso esteja localizada na zona rural) ou de Reforma Urbana (caso se situe na zona urbana), recebendo seu proprietário indenização justa e prévia.
Art. 20 – Por Reforma Agrária entendemos o conjunto de medidas visando à revisão das relações jurídicas e sócio-econômicas relativas à propriedade e ao trabalho rural, no sentido de uma mais justa e eqüitativa distribuição da terra e da renda, tendo por fim a promoção da Justiça Social, do Progresso e do bem-estar do Homem do campo e o integral, sustentável e harmonioso desenvolvimento econômico e social do País, com a gradual extinção das formas antieconômicas e anti-sociais de exploração da terra, ou seja, do latifúndio e do minifúndio.
Parágrafo único: A Reforma Agrária de que o nosso Brasil carece é uma Reforma Agrária justa, equilibrada, sadia, integral e democrática, sem propósitos ideológicos de qualquer espécie, do mesmo modo que a Reforma Agrária de que não necessitamos é a Reforma Agrária confiscatória, motivada por interesses de natureza ideológica, em proveito de movimentos propagadores de doutrinas estranhas à nossa Tradição e assentadas no ódio, na violência, no terror e na desagregação moral, ética e social.

Capítulo VI: Do Município, da Pátria e da Nação

Art. 21 – De acordo com a Doutrina Integralista, marcadamente municipalista, o Município, cellula mater da Nação, é uma reunião de pessoas livres e de famílias politicamente organizadas, constituindo um Grupo Natural da Sociedade e devendo ser autônomo em tudo aquilo que respeitar a seus peculiares interesses.
Art. 22 – A Pátria, composta dos mortos que a fundaram, dos vivos que a continuam hoje e daqueles que estão por nascer e a continuarão amanhã, é um patrimônio espiritual, uma amplificação da entidade familiar.
Parágrafo único: O Integralismo prega o patriotismo, sentimento espontâneo e decorrente da Lei Natural.
Art. 23 – A Nação é caracterizada por sua Tradição e formada por seus filhos e pelos Grupos Naturais de que estes fazem parte e em que melhor cumprem seus deveres e exercem seus direitos, consistindo em uma entidade inconfundível, um organismo dinâmico dotado de modo de vida, de fórmula sociológica e de missão próprios, decorrentes de seu Passado e Tradição Integral.
§ 1° - O Integralismo sustenta o nacionalismo sadio, construtivo, justo e ponderado, tendente ao Universalismo e entendido como virtude moral que nos impele a amar e defender a Nação e seus superiores interesses, pressupondo não somente o patriotismo mas também o tradicionalismo.
§ 2° - O nosso tradicionalismo não se confunde com o passadismo ou o conservantismo, sendo antes um pressuposto para o verdadeiro Progresso e a verdadeira Renovação.

Capítulo VII: Da questão étnica

Art. 24 – O Integralismo é contrário a toda e qualquer forma de preconceito étnico, considerando que o Ser Humano não deve ser julgado pela cor de sua pele ou por sua etnia, mas sim por seus valores morais, éticos e cívicos e pelo trabalho que exerce em benefício do Bem Comum.
Art. 25 – A Doutrina Integralista considera que as diferentes etnias são diversas mas não adversas, se opondo, portanto, à “luta de raças” que nossa “esquerda” vem tentando implantar no País.

Capítulo IX: Da questão econômica e social

Art. 26 – A Economia deve ser um instrumento a serviço da Pessoa Humana, ao contrário do que tem ocorrido em geral desde pelo menos a chamada Revolução Industrial.
Parágrafo único: Toda a vida econômica da Nação deve estar subordinada ao Bem Comum e ao fim último do Homem, que é o Sumo Bem, isto é, Deus.
Art. 27 – O Integralismo defende o regime da livre iniciativa, que não se confunde com o do livre mercado, devendo o Estado intervir na Economia, em colaboração com a iniciativa privada, de acordo com o Princípio da Subsidiariedade.
§ 1° - O Integralismo prega que a Economia deve ser dirigida no sentido da supremacia do Social sobre o Nacional e do Nacional sobre o Individual.
§ 2º - O Estado deve se contrapor aos interesses dos grandes grupos econômicos e financeiros internacionais que ameaçam a sua Soberania.
Art. 28 – Questão Social é, em sentido estrito, a questão das relações existentes entre o Capital e o Trabalho, notadamente no que tange à situação da classe operária.
§ 1° - A Questão Social só será resolvida pela cooperação de todos, com a adoção de novos processos de regulamentação da indústria e do comércio, de sorte que se evitem os desequilíbrios tão nocivos à estabilidade da Sociedade, e com a socialização e o aprimoramento constante dos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana.
§ 2° - O trabalhador deve perceber salário justo e adequado às suas necessidades, ter participação nos resultados de acordo com seu esforço e sua capacidade e tomar parte nas decisões governamentais.
§ 3° - O Integralismo se opõe a luta de classes , defendendo que estas, sendo diversas mas não adversas, podem e devem viver em harmonia.

Capítulo X: Do Estado e da Constituição

Art. 29 – O Estado Integral, síntese nacionalista do Estado Cristão, é o Estado Ético a um só tempo antitotalitário e antiindividualista, que, não constituindo um princípio e nem um fim, mas apenas um meio, um instrumento a serviço da Pessoa Humana e do Bem Comum, está subordinado a Deus e é transcendido pela Ética e movido por um ideal ético.
Art. 30 – O Estado Integral, síntese de uma hierarquia de grupos, existe para proteger o Homem e não para violentá-lo, devendo promover o Progresso e a Renovação com Permanência e realizar a síntese da Civilização Brasileira na Filosofia, na Literatura, no Direito, nas Artes que exprimirão o verdadeiro Espírito Nacional.
Art. 31 – É ao Estado Integral que cumprirá a defesa da Soberania Nacional e a missão de restaurar a grandeza de nossa Nação e de fomentar o seu prestígio no exterior, fazendo com que ela se torne uma Nação efetivamente respeitada no coro das grandes nações, assumindo o papel de liderança que lhe cabe não só na América do Sul, mas também em toda a dita América Latina, no Mundo Lusófono e Hispânico, em todo o Hemisfério Meridional e mesmo em todo o Orbe Terrestre.
Parágrafo único: O Brasil deve lutar pela fundação de três grandes confederações de Estados irmãos unindo moral, cultural, política e economicamente, de maneira respectiva:
I – Todos os países de Língua Portuguesa;
II – Todas as nações da América Hispânica, ressaltando-se que o Brasil é tão hispânico quanto seus vizinhos, da mesma forma que Portugal é tão hispânico quanto a vizinha Espanha, com quem divide o território da Península Hispânica, ou Ibérica;
III – Todo o Mundo Hispânico, composto por todas as Nações de Língua e de Cultura castelhana e portuguesa.
Art. 32 – A Nação Brasileira necessita de uma Constituição que constitua o espelho do País real, do Brasil profundo e autêntico, Brasil das igrejas e demais locais em que elevamos nossas preces a Deus e dos cemitérios em que repousam os nossos antepassados, Brasil de nossas moradas, onde labutamos pelo nosso pão cotidiano e pelo engrandecimento do Bem Comum, isto é, uma Constituição que, ao contrário das demagógicas, abstratas e artificiais constituições burguesas que temos tido e que refletem idéias importadas da Europa e dos Estados Unidos da América, onde, aliás, não são tão menos abstratas e inautênticas do que aqui.
Parágrafo único: A Constituição, que deve, como toda a Ordem Jurídica, emanar da Tradição Integral do Brasil, tem o mister de consagrar todos os direitos concretos do Homem, delimitando da melhor forma possível as competências de cada um dos órgãos e Poderes do Estado, bem como as diferenças entre este e o Governo.

Conclusão

É chegado o momento de, uma vez mais, acordar as forças ocultas que dormem no seio da Grande Pátria e, assim, despertar novamente o Brasil de seu sono e de seu sonho, o reconduzindo às bases morais de sua formação e ao caminho de seu destino histórico.
É chegado o momento de restaurar o Primado do Espírito e a Filosofia Perene e de reconduzir a Ciência Jurídica ao Direito Natural clássico, a Sociedade à Tradição e as relações internacionais ao Universalismo personalista que a chamada Idade Média tão bem realizou.
Devemos ter em mente que de nossa marcha depende não apenas o futuro do Brasil como também o de todo o Mundo e que de nossa marcha depende, ademais, a vitória ou derrota final de nossa Nação.


Secretaria de Doutrina e Estudos da Frente Integralista Brasileira, São Sebastião do Rio de Janeiro, 25 de Janeiro de 2009, no 455º aniversário de São Paulo do Campo de Piratininga.
Anauê!

sexta-feira, janeiro 09, 2009

O Manifesto Integralista de 1932

O MANIFESTO INTEGRALISTA DE 1932

Acácio Vaz de Lima Filho*

Setenta e dois anos são passados, desde que, em Outubro de 1932, Plínio Salgado lançou o seu “Manifesto à Nação Brasileira”, ato inaugural do surgimento da “Ação Integralista Brasileira – A.I.B.”, ulteriormente do “Partido de Representação Popular”, e, por fim, da “Confederação dos Centros Culturais da Juventude” (O Movimento Águia Branca). E a inveterada campanha difamatória lançada ao longo deste tempo contra o Integralismo; campanha partida de fontes marxistas, filomarxistas e liberais, faz surgir a necessidade de esclarecer a geração atual sobre quem era Plínio Salgado, o que é o Integralismo, e quais os seus propósitos.

Em recente artigo publicado no jornal “O Estado de São Paulo”, o insigne professor Miguel Reale, com a autoridade de antigo Secretário Nacional de Doutrina da Ação Integralista Brasileira, abordou o assunto (Vide “O Integralismo Revisitado”, edição de 28-8-2004). Aqui, como antigo Secretário de Doutrina do inesquecível “Grêmio Cultural Jackson de Figueiredo”, tento dar a minha contribuição sobre a matéria.

O primeiro ponto a ser elucidado é o relativo a ter sido, a Doutrina do Sigma, uma concepção do Universo do Homem, de cunho nitidamente espiritualista. Neste sentido, o Manifesto de 1932 assim tem início: “Deus dirige os destinos dos povos”. Assim, o Integralismo surgiu se opondo à concepção materialista, posta em voga pelo marxismo-leninismo. Sucede que a doutrina de Plínio Salgado se opunha radicalmente, também, ao materialismo da concepção liberal-burguesa da Sociedade!... Este ponto é maldosamente escamoteado pela mídia - em parte, dotada de uma ignorância crassa em História - que timbra em apresentar os “camisas verdes” como cães de fila do capital. Isto é injusto e mentiroso: no livro O Espírito da Burguesia, Plínio Salgado demonstra, de maneira irretorquível, em primeiro lugar, que a burguesia, antes de ser uma classe social, é um estado de espírito, marcado pelo egoísmo e pelo comodismo, e, em segundo lugar, que o comunista e o burguês – ambos materialistas – são o verso e o reverso de uma só realidade...


O Integralismo foi a primeira doutrina filosófica e política a valorizar as raças formadoras da Nação Brasileira: o lusitano, o índio e o negro – em uma época em que os “intelectuais” da moda, influenciados – ainda! – pelas doutrinas européias de Chamberlain e de Gobineau, falavam dos indígenas e dos afro-descendentes como de “raças inferiores”. Nesta ordem de idéias, e insurgindo-se contra o reducionismo da Ciência do Século XIX, a Doutrina do Sigma proclamou que não havia causas isoladas para os fenômenos.

Esta foi a Doutrina Integralista, que, na ordem política, econômica e social, preconizou o Estado Ético (isto é, influenciado pela Moral) e buscou uma “terceira via”, entre os excessos do individualismo burguês e os do coletivismo do Comunismo.

E Plínio Salgado? Inteligência polimorfa e espírito culto, foi pensador, ideólogo, historiador, romancista e ... poeta. Fosse este um país sério, e os seus livros O Estrangeiro, O Esperado, O cavaleiro de Itararé e A Voz do Oeste, seriam de leitura obrigatória na Escola Média. Cultuasse este país a sua própria História, e os cadetes de todas as Escolas Militares, os alunos das Escolas de Sargentos, e os reservistas em geral, seriam levados a decorar o Poema da Fortaleza de Santa Cruz, também de Plínio Salgado.

O papel desempenhado pelos integralistas na recente História do Brasil, atesta a importância da Doutrina do Sigma. A Revolução de Março de 1964 foi deflagrada por um integralista, o general Olympio Mourão Filho. O vigente Código de Processo Civil resultou do labor de um outro integralista, o professor Alfredo Buzaid. A Teoria Tridimensional do Direito do professor Miguel Reale (que poderia ser chamada de “Teoria Integral do Direito”), reflete a concepção do Universo e do Homem defendida por Plínio Salgado. E o novo Código Civil foi o fruto do trabalho de uma comissão de juristas chefiada pelo integralista Miguel Reale... Indo além, a Igreja Católica, no Brasil, começou a se preocupar seriamente com os problemas sociais, pela voz do integralista padre Hélder Câmara. Quando a Revolução de Março de 1964, desviada da sua pureza original, desembocou em uma tecnoburocracia insípida, foi o integralista professor Goffredo da Silva Telles Júnior quem, na “Carta aos Brasileiros”, externou os reclamos da nacionalidade!...

Hoje, quando a mídia, a serviço de interesses internacionais inconfessáveis, aponta como modelo para os jovens um homossexual e usuário de drogas, redobra o meu orgulho pelo fato de, em minha juventude, ter pugnado pelos valores da tríade “Deus, Pátria e Família”, na qual continuo a acreditar, pois busco vivenciar o conselho com que Plínio Salgado encerra o “Código de Ética do Estudante”:

“Se és incapaz de sonhar, nasceste velho. Se os teus sonhos te impedem de agir segunda a realidade, nasceste inútil. Se, porém, és capaz de transformar sonhos em realidades, e tocar as realidades que encontras com a luz dos teus sonhos, então, tu serás grande na tua Pátria, e a tua Pátria será grande em ti!”

* Acácio Vaz de Lima Filho, Bacharel, Mestre e Doutor em Direito pela USP (Largo de São Francisco), é Advogado e Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Publicado originalmente na Gazeta de São João, São João da Boa Vista (SP), em 23-10-2.004, Sábado, pág. 4.
Nós o transcrevemos do periódico Integralista “Sei que vou por aqui!”(dirigido por Gumercindo Rocha Dorea), Ano 1, São Paulo, setembro-dezembro de 2004. Nº 2, págs. III e IV.


sábado, janeiro 03, 2009

A VERDADEIRA MISSÃO DA JUVENTUDE.
Explicação mais que necessária:
Esse texto foi originalmente escrito (1957) para orientar os membros dos Centros Culturais da Juventude, que no seu período de apogeu chegou ao número de 500 Grêmios, reunidos na Confederação dos Centros Culturais da Juventude, presidida por Gumercindo Rocha Dórea e tendo Plínio Salgado como Presidente de Honra. Todos os Grêmios tinham denominações que homenageavam os grande vultos da Nacionalidade, e de seus quadros (os famosos "Águias Brancas") saíram Filósofos, Historiadores, Juristas, Ministros, Secretários de Estado, Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Prefeitos e Vereadores, Professores, Empresários, Sociólogos, Economistas, Escritores, enfim, Brasileiros que se destacaram nas suas respectivas esferas de atuação.

Julgamos de grande oportunidade reproduzir na íntegra esse magistral escrito do Chefe Nacional Plínio Salgado, pois, lamentavelmente, indivíduos pérfidos que se dizem Integralistas estão desorientando jovens apresentando como Integralismo algo que está longe de sê-lo, criando organizações pseudo-Integralistas e engajando jovens ingênuos em atividades que nada têm de Integralistas. Que tais jovens leiam o Texto do Chefe Nacional a seguir, e comparem os rumos apontados por Plínio Salgado com os que são transmitidos pelos chefetes caricatos que os guiam, e tomem uma decisão consciente: Ou ficam com o Integralismo, o autêntico, o do Chefe Nacional Plínio Salgado, ou ficam com o pseudo-Integralismo. E depois, não venham dizer que ninguém os alertou!

A VERDADEIRA MISSÃO DA JUVENTUDE

Plínio Salgado
Se a juventude traz consigo o Amanhã da Pátria é porque dela deverão sair os responsáveis pela sobrevivência da Nação. Prepará-la para que produza os valores humanos, de que a comunidade nacional precisa, deve ser toda a nossa aspiração e o nosso esforço.

A mocidade não se prepara nas ruas, no fragor das batalhas transitórias. Lançar os jovens nas empresas de demolição do Mal, sem a iniciação prévia na ciência e na arte de construir o Bem, será desviá-los de um destino superior. As mais belas campanhas, se resultantes do improviso, hão de ser, inevitavelmente, como estrondo das ondas na superfície do mar. As ondas facilmente se deixam levar pelo magnetismo da lua ou pelos ventos inconstantes que sopram em todas as direções. Só as águas profundas resistem. Só elas trazem consigo as potências da irredutibilidade.

A irredutibilidade no Homem é a estrutura do caráter. O caráter se forja pelo concurso de três elementos: Personalidade, Cultura e Educação. Desenvolver a personalidade, enriquece-la pela cultura, dar-lhe ritmo pela formação moral e espiritual - eis o que nos cumpre quando nos entregamos no magistério da palavra esclarecedora e da ação criadora, no esforço de suscitar o advento de grandes homens para a Pátria.

A mobilização dos moços para uma campanha de moralização, de luta contra os desmandos e contra a degradação dos costumes é iniciativa que merece todo respeito; mas é expediente empírico, visando o tratamento meramente sintomático da enfermidade social. Não vai às raízes da moléstia. Não procura as causas históricas das desgraças que lamentamos.

O conceito moral depende de uma concepção de vida. A concepção de vida decorre do conhecimento da verdade e da compreensão da realidade. Pois a mesma verdade pode ser desvirtuada e abastada na concretização dos seus objetivos, se a mente desavisada opera sob a injunção de circunstâncias desconhecidas.

Σ
Σ Σ

Se queremos estabelecer o império da Moral, cumpre-nos promover, antes de tudo, a iniciação dos espíritos nos conhecimento do "verdadeiro" e do "real". Cumpre-nos traçar, com firmeza, a própria definição da moralidade. Do contrário, perder-nos-emos na confusão que o utilitarismo inglês de Bentham e de James Mill lançou sobre o século XIX, a tal ponto que se tornaram imprecisas e contraditórias as noções do "útil" e do "justo". Foi tal a confusão que desnorteou a humanidade, produziu o pragmatismo americano - essa filosofia de mercadores; - o cientificismo evolucionista, que inspirou o delírio de Nietzsche, a gritar nas torres do Pensamento, e as conclusões de Marx, a resmungar e a conspirar no rés-de-chão, dos armazéns de comestíveis e, finalmente, os torpes postulados dessa moderna metafísica de Limpeza Pública, que vibra na pituitária dos faxineiros de Freud.

A iniciação dos espíritos jovens exige trabalho metódico, sistemático. Repele o "dispersivo" para se ater ao "reflexivo". Evita o "extenso" para que predomine o "intenso". E não se entrega à exteriorização sem precede-la de longos dias de interiorização.

O jovem deve construir-se primeiro, para depois pensar em construir a sociedade. A autoconstrução não se faz nas praças públicas nem no fragor das manifestações coletivas; pelo contrário, forja-se no estudo, na meditação, na discussão, na troca de idéias.

Os comícios na ágora de Atenas nada legaram nem para o futuro da Grécioa, nem para o futuro do mundo. Mas os diálogos de Sócrates, os passeios de Aristóteles, o recolhimento nos jardins de Epicuro produziram homens no seu tempo, no tempo da posteridade helênica e romana e até nos dias de hoje.

Os missionários da Companhia de Jesus não se entregavam a vida apostolar senão depois dos prolongados exercícios de Santo Inácio. Construiam-se primeiro, para depois construir os outros.
João Batista não começou a sua campanha contra os desregramentos da sociedade herodiana, sem antes se recolher, anos a fio, nos descritos da Peréia. E a sua réplica anti-Cristã, configurada no Zaratustra de Nietzsche, não iniciou a propaganda do Super-Homem sem ter antes construído a própria personalidade na montanha silenciosa.

A epopéia das Navegações foi precedida pela Escola de Sagres, mas antes desta o preparo se realizara no Castelo de Tomar pelos Freires de Cristo, que por sua vez guardavam as tradições dos Templários.

Não se improvisa um Bolivar, que para suas empresas se preparou culturalmente em longos anos de estudos e de viagens. E um José Bonifácio não surge por acaso no cenário da Independência, porque o Patriarca foi o resultado de uma auto-construção através de longas peregrinações e meditações sobre quanto ia observando na vida dos povos.

A cerimônia ritual em que se armavam os cavaleiros da Idade Média – guerreiros teutônicos ou paladinos da Távola Redonda do Rei Artur – era precedida pelas vigílias d’armas, que simbolizavam a preparação do herói. A vigília d’armas, em nosso tempo, há de ser o adestramento intelectual e a formação moral. Sem isso, não conseguiremos reformar os costumes nem produzir os homens de que o Brasil vai precisar daqui a cinco ou dez anos.

Σ
Σ Σ

Se os nossos estabelecimentos de ensino fabricam apenas profissionais e são insuficientes para incutir nos moços brasileiros os sentimentos de civismo, a noção dos deveres, o espírito público; se nos próprios lares, na sua atmosfera materialista e egoísta, as crianças e os adolescentes já não encontram àquele ambiente que propicia o florescimento das virtudes, a aspiração à vida heróica - então, de que elementos nos iremos valer, buscando a Mocidade, para dar ao Brasil aquilo de que essa mesma mocidade está necessitando? Não será perigoso lançar a Juventude, sem os parafernais dos conhecimentos que ela própria possa administrar em seu proveito, numa campanha - ainda que benemérita - em prol de uma indefinida moralidade empírica, sem base de uma formação religiosa, filosófica, histórica e sociológica? Não se transformarão os comícios e as agitações da praça pública em formas de derivativos, a substituir os divertimentos em que se estiola a maioria dos moços em nosso país? Não haverá o perigo de se tornarem os jovens (que é tudo o que esta Pátria ainda possui de esperança) em instrumentos de interesses político partidários?

Moralidade por oposição e visando destruição sem sentido de construção, é moralidade de superfície, promotora de escândalos públicos e sem nenhum resultado positivo para o futuro de uma Pátria que está precisando, antes de tudo, elevar seu nível cultural. Pois se no Brasil existem negociatas, malversações de dinheiros públicos, oligarquias parasitárias, venalidade de funcionários, domínio do suborno e da gorjeta, esbanjamentos e irresponsabilidades, preguiça e imprevidência, ambições irrefreáveis e sensualidades irreprimíveis, temos de convir que o responsável inconsciente por tudo isso é o próprio povo que prefere, sistematicamente, nos comícios eleitorais, os que fazem mais barulho, os que gastam mais dinheiro, os que acenam com mais promessas, os que se mostram mais ignorantes e grosseiros.

Por conseguinte, o problema da moralidade é um problema de cultura. E o problema da cultura popular (formação da consciência de um povo) só será resolvido forjando-se uma geração que possa fazer valer, em face da inversão de todos os valores, os legítimos direitos de orientação de uma forte aristocracia intelectual e moral.

Σ
Σ Σ

Forjar essa geração - eis o de que o Brasil precisa. Esse o motivo da fundação em todo o país, dos Centros Culturais da Juventude, filiados à Confederação, que lhes dá unidade, dentro da mesma linha de direção filosófica. Nesses centros se organizam bibliotecas, estimulando-se a leitura dos grandes pensadores do nosso tempo; realizam-se cursos de filosofia, sociologia, história, doutrinas econômicas, geografia; promovem-se conferências sobre temas de interesse humano e nacional; comemoram-se as datas importantes da História Brasileira; estudam-se as personalidades dos nossos estadistas, filósofos, pedagogos. Economistas, militares, artistas, prosadores e poetas; - e mais do que tudo – nesses grêmios se procura criar a mística das virtudes, dos sacrifícios, dos heroísmos, num sentido cristão e consoante os sentimentos mais puros de brasilidade.

Que se lancem campanhas pela moralidade nacional e que para ela se mobilizem os moços, contra isso não podemos, em princípio, nos opor; mas que essas campanhas distraiam a juventude do esforço que ela deve empregar no sentido de construir-se por meio de uma revolução moral interior e de uma elevação intelectual indispensável, contra esse desvio nos opomos. E se uma campanha dessa natureza vier a servir ao interesse de partidos políticos ou da "demagogia da honestidade", que, à mingua de outros predicados de nossos homens públicos, se apresenta hoje como cartaz para a conquista de postos eletivos, então devemos ter a coragem de condená-la. E se, ainda, a habilidade técnica do comunismo internacional intervier sub-repticiamente para utilizar-se como "massa de manobra", desse patrimônio da Pátria, que é Juventude, coordenando-a, sem que ela o perceba, como tem feito a todos os nobres e puros movimentos da opinião sentimental e desprevenida no que respeita às artimanhas dos pescadores de águas turvas, nesse caso devemos estar alertas para prevenir os que não se preparam para conhecer os fatores intervenientes e as circunstâncias advenientes que surpreendem sempre as melhores intenções.

Escrevo estas linhas para os duzentos Centros Culturais da Juventude filiados à Confederação. Para que os seus associados as leiam, as meditem, pondo-se de sobreaviso, e redobrando os seus esforços na obra serena, firme, impertubável, perseverante da construção de suas próprias personalidades como fundamento da construção do Brasil de Amanhã.

(Plínio Salgado. Reconstrução do Homem. 1ª edição. Rio de Janeiro. Livraria Clássica Brasileira. S/data. Págs. 103 e segs.)

Algumas reflexões antes do Congresso "Integralismo para o Século XXI"

Explicação necessária:
O Companheiro Léo Matos - que é o responsável pelo magnífico Portal "Sigma Integralista" -, resolveu alinhavar algumas reflexões como contribuição ao 1º Congresso Nacional da Frente Integralista Brasileira, em Dezembro de 2004. No momento em que está prestes a realizar-se o Fórum Integralista Rio 2009, julgamos oportuno republicar tal Texto, como subsídio aos Companheiros que se reunirão na Cidade do Rio de Janeiro para traçar os destinos do Integralismo, do Brasil e do Mundo.


Algumas reflexões antes do Congresso "Integralismo para o Século XXI".

Léo Matos.*

A Democracia é algo que agrega. O problema é que hoje se confunde Democracia com o sufrágio universal. O sufrágio universal não é a Democracia, ao contrário, destrói a Democracia, pois promove a ditadura da maioria, geralmente cega, manipulada pelos donos do capital.

A Democracia Orgânica, com base nas classes profissionais, o voto familiar e a eleição indireta para cargos do executivo faria uma Democracia funcionar.

Jamais um Camisa Verde verdadeiro pode-se dizer defensor de ditaduras. Ditaduras são manifestações de povos pouco evoluídos, em que as forças vivas da nação ainda não têm capacidade de se fazer presentes na direção da nação. Um Integralista deve saber exatamente o significado e o funcionamento da Democracia Orgânica, que é a Democracia de fato e não o democratismo do sufrágio universal.

Σ

O Integralismo não é de direita. As denominações de direita e esquerda foram criadas para designar os adeptos da economia clássica e do materialismo histórico.
Os frutos da economia clássica e do materialismo histórico são três: Comunismo e seus descendentes, o Liberalismo e seus descendentes e o Autoritarismo e seus descendentes.
O Integralismo, na base, já não pode ser classificado como esquerda ou direita, pois, confia toda a estrutura de sua Doutrina na Concepção Espiritualista do Mundo, e não materialista.

Σ

Empresas multinacionais, não devemos proibi-las. Devemos controlá-las com a ferramenta chamada legislação. O lucro gerado é declarado à receita. É só exigir que esse lucro, ou a maioria (80% ou 90%), deverá ser reinvestido aqui mesmo em nosso território. E ainda, esses 10% restantes seriam altamente taxados quando deixassem nosso país.

Na verdade, para simplificar, devemos preparar "armadilhas" legislativas para que as empresas venham, fiquem e que reinvistam dentro do país. O que acontece hoje é que elas têm lucros e mandam tudo para fora. Sei que isso pode afastar empresas de médio porte, porém empresas grandes continuarão interessadas no país, pois, nosso mercado é muito bom.

Σ

Enfim, algumas medidas sugeridas:
1º Uma reforma política, acabando com os partidos políticos que dividem a nação e o sufrágio universal, fazendo a Democracia Funcional Orgânica, onde os representantes de cada classe profissional elegerão seus representantes dentre eles, acabando com a falta de representatividade da Democracia atual. Os congressistas eleitos escolherão os líderes executivos.

2º Substituição do senado (poder dos estados) pela Câmara Orgânica (poder das classes profissionais).

3º Diminuição do poder dos estados (estados dentro dos estado), transformando-os em Províncias.

4º Privilegiar os Municípios e não as Províncias no repasse de recursos.

5º Incentivo ao ensino moral e cívico em todas as instancias do ensino.

6º Valorização legislativa da instituição familiar, com a legalização do voto familiar, que seria inserido na Democracia Orgânica, valorizando o grupo social que precede todos os outros.

7º Valorização das Forças Armadas e subordinação das policias estaduais à policia federal.

8º Acabar com a reeleição.

9º Programas de recuperação e valorização cultural.

10º Programas de incentivo aos empreendimentos, com o objetivo de desafogar o mercado de empregos.

11º Admitir e procurar a posição de liderança da América do Sul e África.

Termino relembrando um trecho do Capítulo 7º do Manifesto de Outubro:
"A questão social deve ser resolvida pela cooperação de todos, conforme a justiça e o desejo que cada um nutre de progredir e melhorar. O direito de propriedade é fundamental para nós, considerado no seu caráter natural e pessoal."

* Σ – São Paulo – SP.