domingo, julho 22, 2012

Algumas considerações sobre o Integralismo e a Moral Sexual

Leonardo Simões Matos*

Entre os Integralistas, internamente ao movimento, podemos aconselhar que sigam as orientações de suas respectivas religiões. Como Estado, não poderá o Integralismo atuar invadindo a intimidade de qualquer indivíduo ou família (ainda que em formação). Mas jamais pode ser patrocinador da promiscuidade como têm sido os governos nas últimas décadas! Lucas P. Carvalho - Diretor Administrativo Nacional da FIB.


Dada a polêmica gerada, acho interessante algumas considerações... Lembrando sempre que não sou dono do Integralismo e nem pretendo falar em nome de todo o Movimento Integralista. Todos são Seres Humanos, dotados de livre arbítrio para discordar.

O Integralismo não é uma religião. O Integralismo é uma Filosofia e uma Doutrina Política. O projeto Integralista para a Nação Brasileira NÃO É UM PROJETO RELIGIOSO, mas um projeto filosófico e principalmente político. São nesses campos que devemos ter a atitude que vai inspirar os nossos compatriotas.

No livro "Direitos e Deveres do Homem", Plínio Salgado fala dos direitos da Sociedade Religiosa como grupo natural e não de uma ou outra religião específica.

Mais adiante, ainda no capítulo em que Plínio trata dos direitos da Sociedade Religiosa, aos integralistas católicos ele cita a Encíclica Divini Redemptoris de Pio XI em que aconselha “a união de todos os que crêem em Deus (mesmo não sendo católicos) na luta contra o materialismo do nosso século, o que evidencia o espírito de tolerância da Igreja”(1).

Depois, Plínio cita PIO XII, que em sua Alocação ao Sacro Colégio, continua o pensamento de PIO XI: “Não vacilem (os católicos) em unir esforços com os daqueles que, ainda que estejam fora de suas fileiras encontram-se, todavia, de acordo com A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA CATÓLICA e estão dispostos a percorrer o caminho traçado por ela, que não é o caminho das perturbações violentas, mas o das experiências provadas e o das enérgicas resoluções”(1).

A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA CATÓLICA está descrita na encíclica Rerum Novarum. É um documento em que a Igreja descreve como ela acredita que uma sociedade deve se organizar socialmente e politicamente. É um documento de orientação política e não teológica. É nesse documento que o Integralismo se inspirou para construir seu projeto político!

Leiam a encíclica Rerum Novarum e encontrarão a extrema semelhança com o Manifesto de Outubro de 1932. Quando falamos que o Integralismo é inspirado na Igreja Católica, é principalmente disso que estamos falando.

Sobre a castidade antes do casamento, isso é um valor moral religioso cristão com certeza. Mas para o Integralismo de nada adianta o cidadão ser casto antes do casamento, mas oferecer propina a um policial durante uma blitz ou então aceitar vantagens em função de um cargo que ocupe.

É bem verdade que a busca desenfreada pelo prazer, a promiscuidade, é identificada por Plínio Salgado como uma manifestação do Espírito Burguês materialista no livro "O Espírito da Burguesia". Ele escreve: “Os burgueses entregam-se à luxúria, possuem várias concubinas além da esposa legítima, não se respeitam reciprocamente quando tratam de conquistar recíprocas mulheres”(2).

Nesse ponto, falando politicamente e não religiosamente, acredito que cabe a reflexão: É fato que o Integralismo combate os valores materialistas. No entanto onde estão realmente os valores materialistas burgueses? Simplesmente na prática do sexo antes do casamento ou na banalização do sexo, da promiscuidade e da busca descontrolada pelos prazeres, seja antes ou depois do casamento?

Um casal jovem, fiel, com intenções reais e sérias de formar uma família, que pratica o sexo antes de oficializar sua união pode ser condenado pelo Integralismo (como movimento político), sob o ponto de vista filosófico e político?

Ao invés de fazer a distribuição em larga escala de preservativos, incentivando tacitamente a promiscuidade, é mais responsável o Estado Integral promover campanhas e ações fortes sobre:
- as terríveis consequências que as DSTs trazem ao organismo e ao estado psicológico do indivíduo.
- as vantagens sociais, psicológicas e físicas da monogamia.

Nesse caso sou da opinião que, sendo uma doutrina filosófica e política, não cabe Integralismo fazer o juízo de valor sobre a castidade de um cidadão antes do casamento oficializado. Não cabe ao Movimento Integralista proibir ou liberar o ato sexual antes do casamento. O Integralismo deve sim condenar a PROMISCUIDADE DESENFREADA e irresponsável, seja antes ou depois do casamento, pois ai reside realmente o valor materialista burguês que o Integralismo combate.
  
NOTAS:
1) SALGADO, Plínio. Direitos e Deveres do Homem. 2ª ed. In Obras Completas. 2ª ed., vol. V. São Paulo: Editora das Américas, 1957, pp. 316-317.
2) SALGADO, Plínio. Espírito da Burguesia. 1ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Clássica Brasileira, 1951, p. 17.

*∑. São Paulo – SP. Administrador dos Blogs Sigma Integralista e Resposta da Atlântida.

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