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Moeda grega do século I
a.C., com o Sigma em destaque ao lado do Caduceu. |
O Simbolismo do Sigma
Carlos Alberto Sanches
Jr
Um
símbolo, nos planos da alma e do corpo, é aquilo que reproduz os arquétipos
espirituais. Em conexão com esta reflexão de realidades superiores em planos
inferiores, a imaginação possui certa vantagem sobre o pensamento abstrato. Em
primeiro lugar, é capaz de múltiplas interpretações; ademais, não é tão
esquemática como o pensamento abstrato e então, na medida em que se 'condensa'
em uma imagem pura, baseia-se na correspondência inversa que existe entre o
terreno corporal e espiritual, de acordo com a lei segundo a qual 'o que está
embaixo é reflexo do que está acima', como está colocado na Tábua de Esmeralda.
- Titus Burckhardt
O homem só
é homem na medida em que está entre os outros e revestido dos símbolos de sua
razão de ser.
- André
Leroi-Gourhan
A natureza do Símbolo
Um
símbolo já é, em essência, uma síntese e, dentre os símbolos da
síntese, um dos que melhor abrem acesso a tal essência é o Sigma.
Um símbolo não pode ser reduzido ao seu aspecto meramente funcional, à sua
função utilitária, técnica, comunicativa; tampouco encontra-se o símbolo à
livre disposição da consciência instrumental humana; considerar que são os
símbolos que sobrevivem aos homens e não os homens que sobrevivem aos seus
símbolos basta para notar que os símbolos transcendem as existências
individuais, dispondo destas como suporte a fim de se transmitirem às
sucessivas gerações como o complemento espiritual do qual depende sua
humanidade. Hinos, uniformes, emblemas, bandeiras e cores não são “detalhes” em
um movimento político. Munido deste conjunto simbólico, uma doutrina
filosófico-política enraizada estende sua ambição de modo a abarcar todas as
dimensões do ser humano - e informa, às suas legiões e às adversárias, que não
aspira senão à totalidade.
O
Sigma representa a manifestação do pensamento político mais elevado que já se
ergueu deste chão de “Terra Brasilis”. Nele brilha a Grande Política, a
política que surge armada da cabeça do gênio simultaneamente filosófico,
científico e estético. Que para os matemáticos seja o símbolo grego da
"soma", que corresponda ao nosso “S”, o Σ já inspiraria frutíferas
especulações, mas logo se percebe que ele excede em grandeza o que se pode
compreender de imediato a partir destes significados. Tentaremos percorrer um
conjunto de significações inerentes e adjacentes ao Σ, o que nos levará a
contemplar o sentido tradicional e transcendente da “soma” a que
ele se refere, tanto quanto ao simbolismo tradicional do polo, dentro
outros. Não se surpreenda o leitor se encontrar no presente texto citações e
referências a autores que não compõem a bibliografia nomeadamente Integralista,
nem se parecermos às vezes desviar do tema central, pois nosso esforço,
percorrendo as várias dimensões de significado do Sigma, é também ensaiar uma
compreensão do Integralismo que o situa no interior de um processo maior,
metapolítico, o que não o diminui, mas, pelo contrário, realça sua original
grandeza.
O Sigma – Considerações Preliminares
O
Σ foi sugerido como símbolo do movimento Integralista por Arthur Motta,
sociólogo e matemático, que “matematicamente bem compreendeu que somente seria
num sigma político, formado por todos os valores diferenciais da Nação, que o
Brasil acharia salvamento”. Vindo da civilização que fundou Cartago, são
contudo os gregos que lhe lapidam e lhe dão tal nome, proveniente de σῐ́ζω
(sízō), verbo usado na arte da forja para se referir ao ruído gerado no
encontrar-se do metal incandescente com a água fria, como também para descrever
o “assovio” expelido pelo olho do Ciclope quando penetrado pela ponta da estaca
em brasa. A etimologia do termo informa-nos ligação estrutural com uma vasta
cepa de termos indo-europeus que retroagem justamente à nossa ideia de “soma”,
tanto quanto a esta mesma palavra da nossa língua.
Sigma está ligado ao tronco de que
provém o latim summa, que significava, acima de tudo, o “topo”, o
“pico”, o “sumo” (de onde provém o inglês summit), o ponto mais alto em
uma pilha de objetos ou em uma hierarquia (daí a significação primária de
termos como “sumo sacerdote” ou “Summa Theologica”, por exemplo). O
princípio hierárquico assim designado deve ser compreendido em sua função
de agregação do todo hierarquizado. (Sentido de que provém “sumário”.)
A “cabeça” da hierarquia fundamenta e assegura a integridade do todo do
“corpo”. Aliás, lembremos que a palavra grega soma significa
justamente “corpo”, no sentido de substância material subordinada a um
princípio imaterial unificador de suas partes. Temos assim um sentido não
diferente do designado pelo prefixo grego syn (“juntar, encaixar”), que
denota justamente a ideia de síntese, não por acaso iniciado com a letra
Σ. (Todas as variações vernaculares deste prefixos, obviamente, informam este
conceito, como o russo so- e o russo antigo su(n), para citar
alguma.)
A
ideia de agregação subordinada a um princípio hierárquico capaz de atribuir
forma e harmonia ao todo constituído aparece nas mais repetitivas ocorrências
do Sigma. É por isto que, se para a disposição harmônica de partes de
uma obra de arte os gregos utilizavam o termo “Cosmos”, sendo tal
palavra usada para se referir ao Todo ou o Universo, o Σ e seu significado
também aí são centrais (ΚΟΣΜΟΣ). E esta nota não é gratuita, pois é à
significação cosmológica do Sigma que devemos partir. Se os visionários
fundadores da Doutrina Integralista vislumbraram tal dimensão e, se sim, até
que ponto, é questão secundária, visto nos situarmos aqui numa perspectiva
segundo a qual, em resumo, não são os homens que escolhem seus símbolos, os
símbolos é que escolhem seus homens. Grande parte do conteúdo de significado de
um símbolo permanece normalmente à revelia dos homens que o símbolo utiliza
para se transmitir.
A Idade de Ferro
As doutrinas tradicionais
dispunham de uma concepção cosmológica cíclica segundo a qual o Universo se
cria e se destrói alternadamente. Nas doutrinas védicas esta concepção se
encontra representada pela
trimurti, na qual Brahma representa o
princípio criador; Vishnu o mantenedor; e Shiva o destruidor, sendo este
último, importantíssimo dizê-lo, algo como uma destruição preparatória do novo
ciclo. Estes grandes ciclos,
manvantaras, dividem-se por sua vez em
quatro eras:
satya yuga, tetra yuga,
dwapara yuga e
kali yuga,
que equivalem às eras de
ouro,
prata,
bronze e
ferro
das tradições greco-latinas. A primeira era se caracteriza por uma relação
(quase) direta dos homens com os deuses (em certos casos um estado de
pertencimento essencial ou quase indiferenciação), seguida por um gradativo
distanciamento entre ambos, ocasionado pela crescente corrupção daquele estado
de perfeição primordial, até que, à última fase, a Idade Obscura ou Idade de
Ferro, todas as formas tradicionais (incluindo o corpo de ritos e costumes que
dispõe a sociedade verticalmente) se encontram desfiguradas, irreconhecíveis,
fragmentadas, esquecidas, invertidas, destruídas, tendo então o homem, despido
da metade divina que nas eras anteriores o humanizava, atingido seu máximo de
degradação física, moral e intelectual, reduzido enfim à identidade com o
animal. Já no primeiro século da Era Cristã eram evidentes que a pedra da corrupção
já havia sido lançada, sendo já então notado que ao homem se tornava estranho o
conteúdo dos ensinamentos tradicionais. Como diz Paulo “Temos a este respeito
muito a dizer, coisas difíceis de explicar, porquanto vos tornastes lerdos para
a compreensão”.
[i]
A
maioria das tradições marcam o início desta última fase em cerca de 5.000 anos
atrás, mas a mencionada corrupção evolui em proporções, diria, aritméticas.
Assim, se mesmo Hesíodo (c.800 a.C.) se coloca na Idade do Ferro, é entre a
Reforma, as Revoluções Burguesas e nossa contemporaneidade que as sociedades
europeias (e por extensão “Ocidentais”) experimentam a mais acelerada
desintegração de suas tradições e a mais acentuada degradação. O que se coloca
depois do fim da “Idade Média” sob o nome de “Modernidade” seria apenas o
estágio avançado desta involução, cuja pedra foi lançada muito antes. No
extremo deste processo se assiste à vitória do individualismo, do
igualitarismo, do materialismo, do ateísmo, do niilismo. A Modernidade é a
época da desarticulação e desintegração das unidades componentes do Mundo da
Tradição.
Escreve
René Guénon: “Essas são as conseqüências naturais e inevitáveis de uma
materialização cada vez mais acentuada, porque a matéria é essencialmente
multiplicidade e divisão, e é por isso, digamos de passagem, que tudo o que
dela procede só pode engendrar lutas e conflitos de todas as espécies, tanto
entre os povos como entre os indivíduos. Quanto mais nos afundamos na matéria,
mais os elementos de divisão e de oposição se acentuam e se ampliam;
inversamente, quanto mais nos elevamos em direção à espiritualidade pura, tanto
mais nos aproximamos da unidade, que só pode ser plenamente realizada pela
consciência dos princípios universais.”
[ii]
Escreve Plínio Salgado: “Só o Espírito une, a Matéria divide. Por isso o
Individualismo e o Liberalismo, filhos do Materialismo, lançaram as mais
tremendas lutas sobre a terra”.
[iii]
Plínio
teve a perspicácia de visualizar que a fase atual do que tratamos aqui como
“ciclo cosmológico”, a Idade de Ferro, também chamada de Idade da Confusão, só
poderia ser superada através da potência de agregação do elemento do Espírito,
mostrando-se assim em sintonia com mentes seletas espalhadas ao redor do globo
que, tal como ele, colocavam este diagnóstico no centro da formulação de uma
doutrina não apenas filosófica, mas política. Como símbolo da soma, da
união, da reintegração, o Σ desponta no horizonte dos visionários que
perceberam que a época da desintegração havia chegado ao seu limite. O século
XIX foi a época do pensamento analítico; o século XX deveria ser o do
pensamento de síntese.
Contra o Reino da Quantidade
É
por arrogar-se no Espírito que a “matemática” do Σ é completamente diferente da álgebra
moderna, pois o reino da Matéria, contra o qual ele se levanta, é igualmente o
reino da Quantidade e da redução do mundo a valores algébricos; não se pode erguer-se
contra a Matéria sem erguer-se contra a Quantidade. À coisificação de tudo
corresponde a
quantificação de tudo. Historicamente, enquanto a Matéria
se ergue contra o Espírito, contra a Qualidade se ergue a Quantidade. Escreve
Guénon: “A civilização moderna é realmente o que se pode chamar de civilização
quantitativa, o que não é senão uma outra maneira de dizer que é uma
civilização material.”
[iv] No
século XX, sobretudo, a dinâmica da Natureza passa a ser “explicada” a partir
de cálculos algébricos completamente desenraizados e tornados independentes da
experiência humana. E isto se opera inclusive na política moderna que, baseada
no princípio da Democracia, princípio quantitativo por excelência (pois a
Democracia é “o reino da maioria”, da “média”, o que, dito qualitativamente, é
o reino do “medíocre”, do “homem médio”), é incapaz de considerar em seu
círculo decisório qualquer valor que não seja quantificável. É por isto que as
bases da Democracia são tão frágeis: “os poderes que outorga [ao Estado
Liberal] o mandato emanado do sufrágio universal são vagos e indefinidos”,
escreve Plínio.
[v]
A
preeminência da Quantidade se reflete inclusive na edificação do conceito
moderno de “
população”. “O perigo”, escreve Evola, não é uma redução
populacional como alguns defendiam à época, mas sim “o de uma multiplicação
incessante e desenfreada das populações em termos puramente quantitativos”.
[vi]
Lembremos que a própria ideia de “
soma” antiga expressa pelo latim
summa
era inseparável do princípio hierárquico que unificava os elementos, e é
somente no século XIV que as línguas vernáculas começam a atribuir ao latim
summa
um sentido cada vez mais simplesmente
quantitativo. Guénon: “Chegou-se a
crer que não existe ciência propriamente dita onde não for possível introduzir
a medida, e que não há leis científicas senão as que exprimem relações
quantitativas.”
[vii]
Compreendido
dentro da coerência da Doutrina Integralista, o Sigma não significaria uma mera
“soma” de valores ou elementos qualitativamente indiferenciados, mas estaria
mais próximo de representar o levante aristocrático da Qualidade contra o reino
burguês da Quantidade.
O simbolismo polar
Como
escreve Gustavo Barroso, o Σ “designa a Estrela Polar no
Hemisfério Sul, onde fica situado o nosso País”. Esta simples frase é repleta
de significado, e contém a chave para uma compreensão ampla do Sigma.
A
Estrela Polar do Hemisfério Sul, assinalada pelo Σ minúsculo (σ), é chamada
Sigma
Octantis por se situar na constelação de
Octans, ou
Polaris Australis, literalmente
“do Polo Sul”. Tal como a Estrela Polar do Hemisfério Norte, esta se mantém
(praticamente) imóvel, de modo que é ao redor delas que as demais percorrem
seus trajetos aparentes. Não por acaso, é esta a estrela que aparece na
bandeira brasileira representando o Distrito Federal. Sua visibilidade se
encontra no limite da capacidade ocular humana, sendo portanto de pouca
utilidade prática para localização. Este sentido “polar” também se encontra em
outras aplicações científicas do Σ. Na físico-química, por exemplo, o Σ se
refere ou denota “um elétron ou orbital com momento angular zero sobre um eixo
internuclear”.
[viii]
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A Estrela Polar do Hemisfério Sul, Sigma Octantis |
Como
designação da Estrela Polar do Hemisfério Sul, o Σ nos força a adentrar a
questão do simbolismo do polo. Por sua vez, este se encontra
inseparável do simbolismo da roda e da função de soberania nas sociedades de tipo tradicional.
Tanto
nas tradições orientais quanto nas europeias antigas, utiliza-se a roda (como a
de uma carruagem) para representar a dinâmica do cosmos em sua totalidade: ela
gira, mas seu centro encontra-se imóvel. “O referido centro é o ponto fixo que
todas as tradições estão concordes em denominar, simbolicamente como o 'Polo';
é em seu redor que se efetua a rotação do mundo, representado geralmente pela
roda entre os celtas, os caldeus e os hindus”.
[ix]
Este centro representa o núcleo primordial, eterno, imutável, o ponto de
ancoragem, lócus do Ser, o centro de onde emana a periferia, cercado pela
correnteza do Devir. O centro da roda seria como o “motor imóvel” de
Aristóteles. A função de soberania nas sociedades tradicionais está amparada
por esta noção de ocorrência e validade universais. Em sânscrito, esta função
corresponde ao
Chakravartin, literalmente: “aquele que faz girar a roda”
(mantendo-se independente e incondicionado, isto é, aquele que faz girar a roda sem ser arrastado
pelo movimento de rotação). Além disto, o
polo serve simbolicamente como
referência ao estado primordial encoberto pela sucessão das eras. Por isto a
morada dos deuses primordiais ou dos antepassados míticos pode ser representada
também por uma
ilha, isto é, um local fixo (estabilidade) cercado de
águas (instabilidade). Nas culturas do Hemisfério Norte, a Estrela Polar
aparece como a correspondente física ou, digamos, astronômica desta
meta-astronomia. Diz o livro chinês Lun-yü: “Quem dominar mediante a Virtude
[celeste] parece-se com a estrela polar. Esta fica parada no seu lugar, mas
todas as estrelas giram à sua volta.”.
Percebe-se
que a rotação das estrelas ao redor da Estrela Polar descreve um movimento que
está na base de outro símbolo verificável em toda a parte do globo, mas
sobretudo no hemisfério Norte: a Swastika. Esta é “essencialmente
o 'signo do Polo'”, simboliza o movimento, porém “não um movimento qualquer,
mas de rotação realizada em torno de um centro ou eixo imóvel”.
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Representação do
movimento de rotação sobre o eixo da Estrela Polar do Hemisfério Norte,
demarcando a posição de certas estrelas nas estações do ano. |
Indispensável
frisar que tais designações do polo e correspondentes não se referem
necessariamente a “lugares” no sentido geográfico moderno do termo, mas sim no
sentido metafísico,
embora pudesse corresponder também a locais físicos determinados. Para além da
dimensão esotérica destas designações espaciais (que não iremos discutir aqui,
bastando-nos as rápidas menções), o próprio “espaço” do homem tradicional era
experimentado diferentemente da nossa experiência de “espacialidade”; seu
espaço era sempre e necessariamente o espaço existencial, simbólico. Assim, “polo”
diz respeito sobretudo às noções de altura, altivez, típica da realeza da rocha
que desponta acima das brumas entreolhando abaixo de si o fluxo de sucessivos nascimentos e
desvanecimentos dos mortais. É por isto que o simbolismo do polo se
encontra ligado estruturalmente ao simbolismo da montanha, dividindo com
este a função de representar o princípio divino da soberania que se estende ao
mundo dos homens: dos sumérios aos gregos, a montanha ou, mais especificamente,
o topo gelado das montanhas é a morada dos deuses. As comunidades humanas desde
sempre se distribuíam espacialmente como que em círculos, em que as residências
eram dispostas ao redor de um ponto central, o omphalos, isto é, o
“umbigo” (do mundo); e todos os assentamentos de uma mesma unidade étnica
tinham como referência, por sua vez, o centro dos centros, o verdadeiro e
primordial, a morada suprema, de que todos os assentamentos espalhados da
respectiva unidade étnica formavam como que a periferia ligada a ele como que
por aros espirituais.
O
governante ou legislador encarnava este princípio polar de soberania,
assegurando que o transcorrer da vida coletiva não se desarticularia de sua
raiz transcendente. Por isto ele acumulava simultaneamente as funções que hoje
reconheceríamos como as de
rei e de
sacerdote - apenas
posteriormente, com o avançar das eras, tais funções foram separadas, dando
origem às duas castas superiores (a sacerdotal e a guerreira) nas hierarquias
das sociedades do tipo tradicional. Nas eras sucessivas, o governante, que
através do rito da passagem e da coroação munia-se dos dois poderes, o sacro e
o mundano, servia de ponte entre a dimensão transcendente obscurecida e o plano
da existência material. É este o significado do termo “pontífice”,
pontifex,
isto é, “construtor de ponte”, título ou epígrafe dos soberanos tradicionais. O
rito bem executado neste plano desencadeia ações no plano superior. Como se diz
no Zohar: “O fumo [dos sacrifícios] que sobe cá de baixo acende as lâmpadas de
lá de cima, de maneira que todas as luzes brilhem no céu: e é assim que todos
os mundos são abençoados.”
[x]
A
noção de polaridade que Guénon identifica na
Swastika e que vimos
constar também no
Sigma incita-nos a considerações acerca do fenômeno da
multiplicação de
polos que encarnaram
simultaneamente o referido
princípio de soberania no interior de suas respectivas sociedades geográfica e
etnicamente separadas. Todos sabemos a importância que exerceu o arquétipo do
Chefe
nos movimentos nacionalistas da primeira metade do século XX. Reduzir este
fenômeno à utilidade prática do “magnetismo” do líder, ao encantamento das
massas, é reduzir a análise à estatura limitada da política contingente e da
psicologia fácil. No extremo oposto de tal reducionismo, temos exemplos como o
esoterismo hitlerista de Miguel Serrano, que soube penetrar na dimensão
metapolítica desta proliferação de “
Chefes”, tendo identificado Adolf
Hitler como o epicentro de um fenômeno correspondente ao “
Führer prinzip”: “E assim vão aparecendo Leon Degrelle, na
Bélgica; José Antonio Primo de Rivera, na Espanha; Plínio Salgado, no Brasil;
Doriot, na França; Jorge González von Marées, no Chile, e até Subhash Chandra
Bose, na Índia.”
[xi]
Estes nomes todos dizem respeito a personalidades que encarnaram o “princípio
polar”. Tal “magnetismo” não pode ser compreendido satisfatoriamente por uma
historiografia materialista, mesmo que esta faça uso de esquemas da “psicologia
de massa”, pois a psicologia coletiva é composta por um conjunto de formações arquetípicas
que, compreendidas principalmente num sentido junguiano, reside num plano mais
fundamental e amplo. É aqui que mais uma vez transparece o simbolismo do Σ,
denotando o extraordinário poder de congregação e acumulação de forças
criativas, poder que, não explicável materialisticamente, é capaz de continuar
ativado e produzindo seus efeitos mesmo na ausência física da personalidade que
o encarna (pois cristalizado no símbolo).
Que
a Swastika seja o símbolo do movimento ao redor do centro imóvel, símbolo
do princípio metafísico da soberania, que o homem tradicional do Hemisfério
Norte a observava no céu em movimento, que o homem tradicional do Hemisfério
Sul, por sua vez, tenha sua Estrela Polar representada pelo Sigma, e que ambos os emblemas estiveram nas
bandeiras de movimentos nacionais coexistentes no tempo que, embora separados
pelo Atlântico, pelas polêmicas e pelas diferenças contingenciais, dividiam um
inimigo metapolítico comum, isto é, o espírito da Modernidade, é algo que não
poderia passar despercebido. Contudo, deixamos esta nota por desenvolver.
“A mais terrível das ausências”
O
Movimento Integralista não poderia ter assumido símbolo mais condizente com seu
nome e com seu lema, “Deus, Pátria, Família”, do que o Σ. Condizente com seu
nome: porque, se a Modernidade, como vimos, apresenta-se sob o signo da Desintegração
de todas as coisas, incluindo o próprio Homem, coisificador coisificado, a
superação desta época se apresenta como uma tarefa coletiva, nacional tanto
quanto planetária, de (Re)Integração.
E condizente com seu lema: porque a reintegração das partes desmembradas
que compunham o Homem e seu Mundo não significa simplesmente coletar os
fragmentos dispersos no chão e juntá-los para compor uma forma humana, mas
uni-los submetendo-os todos a um princípio superior e transcendente que anima e
dá sentido a esta forma. O Σ, e isto deve ser grifado, pode e deve ser
compreendido como símbolo de um movimento para reaquisição da unidade
perdida, do laço rompido entre homem e Deus. E este impulso no sentido
vertical não é apenas externo, isto é, coletivo e político, mas também, e antes
mesmo disto, um esforço individual e interno dos escolhidos para tal tarefa.
Talvez
possa ser dito que ninguém soube enxergar tão bem a fragmentação do Homem, em
toda a arqueadura filosófica e escatológica deste fenômeno, e de modo a
expressá-lo tão brilhantemente na nossa língua, do que Plínio Salgado.
O
Homem desapareceu. As multidões que vemos são de indivíduos, ou apenas partes
do Homem, sombras, espectros do Homem. Acima desses fantasmas delirantes,
domina a Economia sem finalidade ética, a Ciência sem alma, a Arte sem beleza,
a Política sem deveres, a Liberdade sem limites, o Prazer sem freios, o
Dinheiro sem contraste, a Sociedade sem ordem. O rei da Criação foi destronado,
perdeu cetro e coroa jogados na aventura materialista pelo seu próprio orgulho.
E a solução única para o problema humano, que se apresenta hoje com uma
gravidade sem precedentes na História, cifra-se nesta operação da qual depende
a sorte das Nações: reconstruir o Homem.[xii]
A
sociedade está enferma, desorganiza-se e agoniza, porque os homens, que são os
seus elementos constitutivos básicos, desaparecem da superfície da terra... No
lugar dos homens, aparecem os profissionais.[xiii]
A adaptação dos homens ao sistema
produtivo industrial produz apenas partes de homem. Não há mais homens.
Há homens-braços, isto é, compostos de músculos e nervos aferrados às linhas de
produção, homens reduzidos a um leque estreitíssimo de capacidades operacionais
e cognitivas (o tipo “operário”, classe que em si já se desmembra em
muitíssimos outros subtipos); homens-estômago, que desconhecem qualquer deleite
superior ao consumo (o tipo “burguês”), ou aqueles reduzidos a tal estado de
miséria material que, sendo contra a fome seu único combate, encontram-se
privados da capacidade de transcendência; e poderíamos falar também, talvez, em
homens-genitália, aqueles do tipo hedonista ou que determinam sua identidade a
partir de critérios centrados na função sexual. Eis o mundo construído pelo
burguês. A proletarização (a redução de todos os seres humanos a proletários)
apaga quaisquer diferenças de personalidade; os variados arquétipos constitutivos
da coletividade (incluindo estruturas arquetípicas como “feminino” e o
“masculino”) se veem indiferenciados ou remodelados em subtipos padronizados de
um maquinário industrial. Eis porque o mundo idealizado pelos Comunistas se
mostra, na perspectiva Integralista, como continuação ou mesmo agravamento da
visão burguesa de mundo, sendo por isto que a luta pela reconstrução do Homem
deve combater não exclusivamente um ou outro, mas a essência subjacente a ambos
e que sustenta o processo de desintegração.
Como
combater o comunismo, ou outros erros do nosso tempo, se não lhes vamos às
causas? De que valem planos econômicos, ou pactos internacionais, medidas
legais internas ou vigilância contra a ação imediata da desordem, se o mal do
mundo não está no comunismo, nem na anarquia social, mas na mais terrível das
ausências, que é a ausência do Homem sobre a terra?[xiv]
O
Σ simboliza o Homem Integral, o ser humano compreendido naquela integridade de
que na ingenuidade de suas existências autênticas os antigos usufruíam – e que
na sociedade industrial o homem tende a esquecer. (Não por acaso, a ruralidade
das tradições brasileiras são de grande estima para os Integralistas. O homem
do campo estava muito mais próximo de sua integridade do que os “profissionais”
do mundo urbano.)
O
Homem não está mais entre nós. Mas o que era o “Homem”? Entre as análises
produzidas no século XX, em especial na “França desorientada pelos excessos de intelectualismo”,
encontra-se aquelas capazes de demarcar claramente a historicidade do conceito
positivo de “Homem” na formação epistêmica moderna, prenunciando, ao
mesmo tempo, seu desaparecimento – o Homem, como objeto de saber, teria sido
“um rosto na areia”. Mas este diagnóstico, que prenuncia nos anos 1960/70 o
desaparecimento do Homem - é importantíssimo que se diga - sucede e é quase
consequência direta da experiência de um desaparecimento bem mais fundamental,
a experiência moderna que coube a Nietzsche ratificar na Filosofia, ou seja, a
experiência da “Morte de Deus”.
Deus
está morto! Nós o matamos! Vós e eu! Somos nós, nós todos, os assassinos! Mas
como fizemos isso? Como esvaziamos o mar? Como apagamos o horizonte? Como
tiramos a terra de sua órbita? Para onde vamos agora? Não estamos sempre
caindo? Para frente, para trás, para os lados? Mas haverá ainda um acima, um
abaixo? Não estaremos vagando através de um infinito Nada? Não sentiremos na
face o sopro do vazio? O imenso frio? Não virá sempre noite após noite? Não
acenderemos lâmpadas em pleno dia?[xv]
Não
foi a primeira vez que um homem declarou a morte ou desaparecimento de seus
deuses, o que equivale a experimentar-se desconectado do polo (estar à
deriva). Em documentos de sociedades antigas como as Lamentações
sumérias, papiros egípcios e muitos outros, lê-se coisas do tipo. Ocorre que
estas ocorrências são contextualizadas em momentos críticos destas sociedades,
momentos em que a força de desintegração atingia picos alarmantes. Em certos
casos, a comunidade encenava ritualisticamente estes momentos, porquanto eram previstos
em seus calendários, aos quais sucedia, via de regra, seus rituais de
Regeneração do Mundo, como os de que fala Mircea Eliade. Desta perspectiva, a
deflagração da “Morte de Deus” equivale portanto ao sinal de que a civilização
europeia se encontrava então em estado terminal com a perda de seu fundamento
transcendente – com a perda de seu polo.
Ocorre
que, parafraseando o Zaratustra de Nietzsche, o homem é corda estendida entre
dois extremos sobre a qual é impossível se deter: ou se caminha em direção aos deuses
ou se retroage ao animal. Outra analogia oportuna é imaginar um elástico
tensionado entre estes dois extremos: se ele se soltar de uma extremidade irá
automaticamente de encontro à outra. E é este um dos sentidos “teológicos” que
muitos souberam identificar no discurso de Nietzsche. Se este fala em Supra-humano
(tradução mais exata de Übermensch) e não em “Deuses”, é porque fala a
partir da experiência da “Morte de Deus”, isto é, a partir da
experiência do vazio, da ausência de fundamento ontológico escancarada na
última fase do processo de Esquecimento do Ser – é esta, aliás, a razão pela
qual sua saída metafísica é nomear o fundamento do ente em sua totalidade a
partir da única “coisa” que resta, ou seja, a Vontade de Poder. O pensador indiano
Sri Aurobindo soube enxergar este aspecto da obra de Nietzsche, como soube, no
Ocidente, ao seu modo, Heidegger.
O
Homem não está mais entre nós. E somente a presença divina pode trazer consigo
a humanidade do Homem de volta. É esta a “soma” de maior e mais
amplo valor metapolítico do simbolismo do Σ. Sabemos o significado do termo
“soma” e sua proveniência do latim summa. Mas devemos ter em mente
também que, na tradição védica, soma, palavra sânscrita de onde deriva a
ramificação de que faz parte o português “soma”, designava uma bebida
usada ritualisticamente na invocação dos deuses e que era administrada por
Agni, o deus-sacerdote representado pelo fogo que tinha função de mensageiro ou
de ponte entre os mundos. Nesta mesma cultura, denomina-se yoga às
técnicas que visam restabelecer a unidade com o Divino, produzindo estados
supramentais como o chamado Samadhi, em que, na completa fusão com a
Divindade, o praticante experimenta a dissolução da personalidade egológica. Yoga,
cuja tradução literal é justamente “soma”, “união”. É desta a união que
depende a salvação humana na terra. E é por isto que os primeiros
cristãos utilizavam o Σ para designar Cristo, cujo epíteto Soteros,
“Salvador”, iniciava e terminava com um
Σ, expressando formalmente a ideia de duas extremidades que se perseguem
e se pertencem.
No
Integralismo, a dignidade do Homem depende desse complemento que vem de cima.
Por isto, quando o Integralista fala na “dignidade” do “Homem”, ele não fala
desta nem deste no sentido humanista. A dignidade do Homem não reside em
algum atributo localizável naturalisticamente, mas na potência humana de ser
receptáculo e transmissor de substância espiritual; é esta substância que dignifica
o homem. É este, não a “razão”, o “ego”, a “consciência” ou qualquer outro
atributo “humano” o que determina a humanidade do homem e que serve como o
princípio agregador das suas partes. O homem se despregou da extremidade divina
que o sustinha e que assegurava sua integridade psicossomática. Sem este centro
que assegurava sua integridade, o homem se desmembra, cai; passa da posição
vertical à horizontal: torna-se animal. O símbolo produz entusiasmo (enthousiasmos: “estar com deus dentro de si”). O Σ restabelece a unidade da qual depende a integridade
humana. O Σ faz despontar no horizonte a
imagem do Homem recolocado de pé.
Ideal de Civilização
É
por isto que o Σ simboliza igualmente um ideal de
Civilização;
uma verdadeira arquitetura de Mundo. “O governo forte deve supervisionar,
orientar e estimular as forças nacionais. Deve ser criador de civilização”,
escreve Plínio Salgado. Recordemos que tal civilização é o contrário de uma
civilização meramente técnica, pois sustentada a partir de cima por laços
espirituais. E o que desencadeia esta força transmutadora senão o rito e os
símbolos nele necessariamente implicados? No Mundo da Tradição, qualquer
empreendimento coletivo era enraizado no transcendente e extraía dessa fonte
atemporal a força para edificar construções sólidas e resistentes. Tal era o
poder do
rito que as forças liberadas por sua inadequada execução
voltavam-se contra os executores, exerciam ação destrutiva; o rito mal
executado “remetia para o estado livre forças temíveis tanto na ordem moral
como na material, quer para os indivíduos em si, quer para a colectividade”.
[xvi] É o símbolo parte indispensável dos meios
necessários para despertar as “forças ocultas” de que fala Barroso: “No fundo
da alma de qualquer povo dormem, ignoradas, forças infinitas. Quem as souber
despertar moverá montanhas”. Nenhuma Civilização pode ser construída sem a
força emanada do
símbolo. É por isto, aliás, que o Liberalismo, sendo
anticivilização, não possui nem rito nem símbolo (nos sentidos exatos destes
termos), tampouco uma civilização pode ser digna deste nome se se sustenta por
alicerces meramente financeiros. É anticivilização todo Materialismo. Como
escreve Heidegger: “Somente um mundo espiritual
garante ao povo sua grandeza. Pois ele força a constante decisão, entre a
vontade de grandeza e o deixar livre curso à decadência, a se tornar a lei a
ditar o passo à marcha que o nosso povo iniciou adentro à sua história futura.”
O
caráter desta Civilização não passa ao largo do significado do Σ. O que seria a
Destinação do povo brasileiro senão a encarnação deste princípio superior de
agregação? Plínio Salgado foi enfático acerca disto: nossa Civilização deve ser
forjada através do somatório de contribuições das grandes almas que deixaram
sua marca em diversos lugares e épocas.
(…)
podeis dizer: 'Aristóteles pensou para nós; Cristo deu-nos a alma; César e
Napoleão foram nossos precursores; Simão Bolívar, o nosso anunciador; a América
é o nosso Império; e nós somos aquele povo longamente esperado e que inicia,
quase imperceptivelmente, a sua entrada nas Eras Humanas, porque o astro de
nosso destino já resplandece no céu.'[xvii]
Esta
capacidade de absorção e aprendizado com os vizinhos e estrangeiros caracteriza
as grandes Civilizações do passado. Escreve Nietzsche:
Nada
é mais tolo do que sugerir uma formação autóctone para os gregos. Muito pelo
contrário: eles absorveram toda a formação que vivia em outros povos, sendo
justamente por isso que chegaram tão longe – porque souberam arremessar para
ainda mais longe a lança a partir do ponto onde outro povo a havia deixado
cair. São admiráveis na arte do aprendizado frutífero; e, assim como eles, nós
devemos aprender com nossos vizinhos – para a vida, e não para o conhecimento
erudito, utilizando todo o aprendizado como suporte do qual podemos
impulsionar-nos para o alto, mais alto do que o próprio vizinho.[xviii]
Faz
sentido que o símbolo da Estrela Polar do Sul, ao mesmo tempo símbolo da soma,
preste-se a tal empreendimento como o único que poderia estar à altura. Somente
o Espírito pode destinar um povo; e, sendo as forças do Espírito despertadas
pelo símbolo, isto equivale a dizer que na força do símbolo se entrevê sua
Destinação.
Considerações Finais
O
Integralismo não poderia escolher como símbolo algo desenraizado como a foice e
o martelo (que, apesar de sua dignidade simbólica, oblitera a fisionomia
autêntica dos povos por onde passa). Saído das entranhas insondáveis do passado
glorioso da Europa, o Σ germina neste solo e cresce sob o céu do Hemisfério
Sul, como símbolo da Destinação de um povo que, através da mente de um Chefe,
percebeu que representava um estágio meta-histórico ímpar da Humanidade. A
genialidade das melhores mentes políticas do século XX foi justamente deitar um
projeto para dar harmonia à multitude, uma fisionomia a um rosto desfigurado
por séculos de política pequena. Como estabelecer um norte que seja também um
novo começo, e que, como novo começo, esteja atrelado a uma elevada concepção
cosmológica? Tal questão define a Grande Política. Percebe-se o que Plínio quer
dizer ao afirmar que o Σ “indica uma nova philosophia de vida”.
Por
isto o Σ deve permanecer aceso como um farol ou, no mínimo, como uma referência
de altivez para uma geração como a presente que, moldada por um condicionamento
pavloviano que a impede de transcender “esquerda” e “direita”, dispersa como
átomos em choque, anula sua própria potência e afoga sua vontade em passatempos
anestésicos, impedida de seguir adiante, horizonte adentro, pelos blocos soltos
do que um dia foi o Mundo. “Despertar em si próprios as forças do sentimento
nacional porque a fusão de todas as centelhas de patriotismo de cada coração
formará a fogueira que incendiará o grande coração da Pátria Total.” - eis a
exortação do Σ. Só houve um símbolo capaz de mobilizar as forças ocultas que
dormem na alma do nosso povo, só houve um símbolo que neste hemisfério ousou
aspirar à totalidade, e que mereceria, pela sua nobre origem, a chance de fazer
um continente tremer.
Notas
Bibliográficas
[i] Epístola aos Hebreus, V, II.
[ii] GUÉNON, R. A Crise do Mundo Moderno.
Lisboa: Editorial Vega, 1977, p. 32
[iii] SALGADO, P. Madrugada do Espírito, Obras
Completas, Vol 7, p. 399
[iv] GUÉNON, R. A Crise do Mundo Moderno. Lisboa:
Editorial Vega, 1977, p. 81
[v] SALGADO, P. O Sofrimento Universal,
Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1934, p. 93
[vi] EVOLA, J. Revolta Contra o Mundo Moderno.
Lisboa: Dom Quixote, 1989, p. 229
[vii] GUÉNON, R. A Crise do Mundo Moderno. Lisboa:
Editorial Vega, 1977, p. 79
[ix] GUÉNON, R. O Rei do Mundo. S/dados. p. 43.
[xi] SERRANO, Miguel.
Adolf Hitler, El Último Avatara, p. 34
[xii] SALGADO, P. Reconstrução do homem. Rio de
Janeiro: Clássica Brasileira, 1960, p. 16.
[xiii] SALGADO, P. Reconstrução do homem. Rio de
Janeiro: Clássica Brasileira, 1960, p. 11.
[xiv] SALGADO, P. Reconstrução do homem. Rio de
Janeiro: Clássica Brasileira, 1960, p. 13.
[xv] NIETZSCHE, F. A Gaia Ciência, #125.
[xvi] EVOLA, J. Revolta Contra o Mundo Moderno.
Lisboa: Dom Quixote, 1989, p. 59
[xvii] SALGADO, P. Palavra Nova dos Tempos Novos,
Obras Completas, ed. cit., vol. 7, pág. 279.
[xviii] NIETZSCHE, F. A Filosofia na Época
Trágica dos Gregos. São Paulo: L&PM Pocket, 2011, p. 29.