Editorial de “O Integralista”(Ano I,
Nº 2, Junho e Julho de 1989; p.2)
O Integralismo é um
Movimento de Reconstrução Social, político e econômico, cultural e doutrinário.
Seu caráter é nacionalista, opondo-se, portanto, a todos os regimes
totalitários.
Infelizmente,
muitos brasileiros ainda desconhecem o verdadeiro significado da palavra
Integralismo. Outros tiveram conhecimento de maneira deturpada pelos
adversários do Integralismo que, na maioria das vezes, agem de má fé.
Para clarificar
melhor o que vem a ser Integralismo, transcrevemos alguns trechos de um
trabalho de João C. Fairbanks:
Em Matemática
define-se INTEGRAL como a soma de um número infinitamente grande de parcelas,
sendo cada parcela infinitamente pequena. Por ANALOGIA, dir-se-ia que o
elefante ou a figueira brava seria, cada um, a integral de células animais ou
vegetais. Cada célula é pequeníssima; somadas as células em avultadíssimo
número, dão o colosso do elefante ou da figueira. O oceano seria a integral de
moléculas de água; o deserto do Saara, a integral de grãos de areia.
Pois bem, o Estado
deve ser o oceano, o elefante ou a figueira do exemplo; deve ser a soma de
todas as células operosas do organismo social. Sem nenhuma esquecer. O Estado é
a integral dessas células. Cada pequeno lavrador é uma célula, e seu conjunto
constitui o galho da federação agrícola integral do Estado. Cada operário, cada
industrial, cada artífice idem, idem. Daí a formação dos sindicatos, que são
integrais parciais de classe para a integralização social comum.
Integral significa
soma, total. Assim, no organismo do elefante, se este, o organismo, é o total,
as células, os membros, são partes, são parciais. Daí já se deduz a
impossibilidade do Estado-parcela, do Estado-partido, que faliu no mundo
inteiro. O Estado há de ser TOTAL, integral, cada célula produzindo para a
totalidade social, e a totalidade social vigiando o bem-estar de cada célula,
como a parábola bíblica do Bom Pastor: estão abrigadas as 99 ovelhas? Pois
vamos cuidar de abrigar a centésima tresmalhada.
E é coerente com o
que se observa na Natureza. Meu corpo – a integral de infinitas células – goza
de saúde; de repente, pequenas células de um dente enfermam, a ramificação do
nervo respectivo fica descoberta. A dor transmite-se ao cérebro. Todo o imenso
rebanho corporal de células sofreu, porque algumas sofreram. Vou ao dentista,
isto é, vou procurar atender às necessidades das poucas ovelhas tresmalhadas
das células dentárias. Curo-me, todo o rebanho celular corporal sente-se bem.
Porque nosso organismo não segue a política do Estado partidário, o conjunto
celular do corpo não dirá às células doentes: nós estamos bem, vocês se
arrumem...
Nosso aparelho
digestivo é o único a comer; mas, pela TOTALIDADE, pela INTEGRALIDADE do nosso
organismo, espalha o benefício do alimento pelos vasos quilíferos.
Se o aparelho
digestivo não fosse INTEGRALISTA, diria aos vasos quilíferos: “vocês não
funcionem; nós já comemos, o resto que se amole”.
Ora, se o aparelho
digestivo egoisticamente não permitisse que o cérebro, o coração, os membros,
recebessem o benefício do alimento, o corpo todo – a integral geral – morreria
e com ele o órgão assim tornando egoísta. O acessório segue sempre o
principal...
Também os rins
filtram os líquidos, separando impurezas que intoxicariam todo o organismo. Se
os rins fossem egoístas, fariam essa purificação no interesse próprio.
Resultado: todo o corpo se envenenaria e, no seu perecimento, morreriam também
os rins.
O mesmo raciocínio
se aplicaria aos vegetais: se as raízes, depois de alimentadas seguissem o
partidarismo, impediriam a seiva elaborada de subir pelo tronco. Pois se o
interesse parcial delas estava satisfeito, que lhes importaria o interesse integral
da árvore?
Donde se deduz que
a natureza segue o INTEGRALISMO. E que o Estado integral é conforme a Natureza,
razão pela qual o Integralismo dentro da REALIDADE NATURAL, considera a PARTE
NO TODO, e NÃO o TODO NA PARTE, no que afinal consiste o absurdo da concepção
partidária.
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