Eduardo Ferraz*
O Companheiro que acredita poder mobilizar a população semana
que vem, que deseja ver nas pessoas o reconhecimento de sua atitude, que espera
as glórias da Vitória no curto prazo, já começou errado.
O desânimo e a constatação de que o trabalho mobiliza poucos
são naturais - há muitas forças que agem contra o Idealista, contra o
conhecedor da Verdade e defensor das causas justas. Quem não compreendeu que
nosso trabalho é um trabalho de resistência - e que antes de qualquer
reconhecimento virão inúmeras provações, não compreendeu a magnitude da batalha
que assumimos empreender pelo nosso Ideal.
A decepção e a amargura cotidiana nas relações com amigos e
familiares são momentos perigosos na vida de um Integralista dedicado, pois,
este não deve ser forte apenas para ver a ausência de seguidores, mas, também
para ver a deserção de velhos Companheiros. Os que desertam hoje terão no
futuro o remorso por não terem sido persistentes e valentes quanto poderiam,
quando foram chamados ao trabalho. Quando mais velhos, finalmente compreenderão
que VENCER não é uma festa com muitos cerimoniais e aplausos, mas, é ter uma
Ideia superior a uma derrota.
A persistência é a atitude do apóstolo. O bom doutrinador
persistirá em vencer a amargura e em convencer a si mesmo que está ao lado da
Verdade, mesmo que sozinho, já é motivo suficiente para continuar na luta.
O drama de portar Ideias novas, que poucos compreendem, é ter
que defender-se continuamente das armadilhas que as ideias falsas promovem.
Tudo conspira contra aqueles que trazem Ideias novas e sentimentos nobres.
Todos os medíocres se unem para atacar aquele que, trazendo a Revolução,
desacomodará os acomodados.
A concepção egocêntrica das coisas, de que tudo deve caminhar
a seu favor, não é própria de quem defende as causas nobres. Não sei de que
modo alguém consegue mensurar um prazo para o resultado do nosso trabalho. A
compreensão de que a vitória moral é nossa deve subordinar as conquistas
materiais e não o contrário. Pode ser que sacrifiquemos toda nossa vida na
causa e em dez ou quinze anos tenhamos um resultado prático sensacional, mas,
pode ser que NUNCA vejamos esse resultado. Pode ser que o fruto do nosso trabalho
só seja conhecido pelas futuras gerações. E isso já terá valido muito a pena.
Venda a alma ao diabo, alie-se ao sistema financeiro
internacional e você terá uma legião de puxa sacos. Conquistará facilmente
todos os seus objetivos materiais, pois, estes estarão subordinados a
interesses ocultos. A nossa luta é difícil exatamente porque NUNCA IREMOS NOS
ALIAR AO DEMÔNIO PARA CONQUISTAR AS COISAS.
A tendência é nos esforçarmos mais conforme nosso projeto
crescer e criar raízes mais sólidas. Estou há sete anos na FIB (o que é muito
pouco), já pensei em desistir muitas vezes. Já perdi muita coisa por conta do
Integralismo, mas, prevaleceu a convicção na Ideia e a certeza de Vitória.
Quando vejo alguns Companheiros com seis meses de trabalho desanimando, minha
obrigação é mostrar o quanto são absurdos os motivos para o desânimo.
Vejo no diálogo a possibilidade de resgate dos companheiros
que entram nessa "espiral da desilusão" - que quase sempre é motivada
por problemas pessoais. Há probabilidade de, por meio do diálogo, a pessoa
perceber a confusão.
Chamaremos muitos, atenderão poucos; e cada vez mais a
sociedade afunda, estes poucos terão muito mais fraquezas. Todavia, é
inadmissível esperar muito em troca de uma vida dedicada ao Integralismo. O
reconhecimento se vier um dia, é bônus.
Ninguém permanece no Integralismo contra a própria vontade,
porém, para o que conhece a Verdade, não há lugar fora do Integralismo.
Anauê!
*∑ - São Paulo (SP). Secretário Nacional de Expansão e
Organização da Frente Integralista Brasileira – FIB.
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