Leonardo Simões Matos*
Entre os Integralistas, internamente ao movimento, podemos aconselhar que
sigam as orientações de suas respectivas religiões. Como Estado, não poderá o
Integralismo atuar invadindo a intimidade de qualquer indivíduo ou família
(ainda que em formação). Mas jamais pode ser patrocinador da promiscuidade como
têm sido os governos nas últimas décadas! Lucas P. Carvalho - Diretor Administrativo
Nacional da FIB.
Dada a polêmica gerada, acho interessante algumas
considerações... Lembrando sempre que não sou dono do Integralismo e nem pretendo
falar em nome de todo o Movimento Integralista. Todos são Seres Humanos,
dotados de livre arbítrio para discordar.
O Integralismo não é uma religião. O Integralismo é uma
Filosofia e uma Doutrina Política. O projeto Integralista para a Nação
Brasileira NÃO É UM PROJETO RELIGIOSO, mas um projeto filosófico e
principalmente político. São nesses campos que devemos ter a atitude que vai
inspirar os nossos compatriotas.
No livro "Direitos e Deveres do Homem", Plínio
Salgado fala dos direitos da Sociedade Religiosa como grupo natural e não de
uma ou outra religião específica.
Mais adiante, ainda no capítulo em que Plínio trata dos
direitos da Sociedade Religiosa, aos integralistas católicos ele cita a
Encíclica Divini Redemptoris de Pio XI em que aconselha “a união de todos os
que crêem em Deus (mesmo não sendo católicos) na luta contra o materialismo do
nosso século, o que evidencia o espírito de tolerância da Igreja”(1).
Depois, Plínio cita PIO XII, que em sua Alocação ao Sacro Colégio,
continua o pensamento de PIO XI: “Não vacilem (os católicos) em unir esforços
com os daqueles que, ainda que estejam fora de suas fileiras encontram-se,
todavia, de acordo com A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA CATÓLICA e estão dispostos a
percorrer o caminho traçado por ela, que não é o caminho das perturbações
violentas, mas o das experiências provadas e o das enérgicas resoluções”(1).
A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA CATÓLICA está descrita na encíclica
Rerum Novarum. É um documento em que a Igreja descreve como ela acredita que
uma sociedade deve se organizar socialmente e politicamente. É um documento de
orientação política e não teológica. É nesse documento que o Integralismo se
inspirou para construir seu projeto político!
Leiam a encíclica Rerum Novarum e encontrarão a extrema
semelhança com o Manifesto de Outubro de 1932. Quando falamos que o
Integralismo é inspirado na Igreja Católica, é principalmente disso que estamos
falando.
Sobre a castidade antes do casamento, isso é um valor moral
religioso cristão com certeza. Mas para o Integralismo de nada adianta o
cidadão ser casto antes do casamento, mas oferecer propina a um policial
durante uma blitz ou então aceitar vantagens em função de um cargo que ocupe.
É bem verdade que a busca desenfreada pelo prazer, a
promiscuidade, é identificada por Plínio Salgado como uma manifestação do
Espírito Burguês materialista no livro "O Espírito da Burguesia". Ele
escreve: “Os burgueses entregam-se à luxúria, possuem várias concubinas além da
esposa legítima, não se respeitam reciprocamente quando tratam de conquistar
recíprocas mulheres”(2).
Nesse ponto, falando politicamente e não religiosamente,
acredito que cabe a reflexão: É fato que o Integralismo combate os valores
materialistas. No entanto onde estão realmente os valores materialistas
burgueses? Simplesmente na prática do sexo antes do casamento ou na banalização
do sexo, da promiscuidade e da busca descontrolada pelos prazeres, seja antes
ou depois do casamento?
Um casal jovem, fiel, com intenções reais e sérias de formar
uma família, que pratica o sexo antes de oficializar sua união pode ser
condenado pelo Integralismo (como movimento político), sob o ponto de vista
filosófico e político?
Ao invés de fazer a distribuição em larga escala de
preservativos, incentivando tacitamente a promiscuidade, é mais responsável o
Estado Integral promover campanhas e ações fortes sobre:
- as terríveis consequências que as DSTs trazem ao organismo
e ao estado psicológico do indivíduo.
- as vantagens sociais, psicológicas e físicas da monogamia.
Nesse caso sou da opinião que, sendo uma doutrina filosófica
e política, não cabe Integralismo fazer o juízo de valor sobre a castidade de
um cidadão antes do casamento oficializado. Não cabe ao Movimento Integralista
proibir ou liberar o ato sexual antes do casamento. O Integralismo deve sim
condenar a PROMISCUIDADE DESENFREADA e irresponsável, seja antes ou depois do
casamento, pois ai reside realmente o valor materialista burguês que o
Integralismo combate.
NOTAS:
1) SALGADO, Plínio. Direitos e Deveres do Homem. 2ª ed. In
Obras Completas. 2ª ed., vol. V. São Paulo: Editora das Américas, 1957, pp.
316-317.
2) SALGADO, Plínio. Espírito da Burguesia. 1ª ed. Rio de
Janeiro: Livraria Clássica Brasileira, 1951, p. 17.
*∑. São Paulo – SP. Administrador dos Blogs Sigma Integralista e Resposta da Atlântida.
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